Com o ar seco e temperaturas baixas, é preciso redobrar os cuidados com a garotada e assim, evitar que elas fiquem doentes

Quem vive nas grandes cidades já sabe. Os intensos nevoeiros que surgem na parte da manhã nessa época do ano anunciam dias de intensa poluição. Trata-se de uma característica típica do outono, assim como as mudanças bruscas de temperatura.

O problema é que tantas alterações climáticas trazem efeitos ruins para o nosso organismo, especialmente das crianças, que ainda estão com o sistema imunológico em formação (até os 3 anos de idade). "É preciso uma atenção especial dos pais para que os filhos se alimentem adequadamente, bebam bastante água e sigam o calendário de vacinação específico. Assim, fica mais fácil enfrentar as doenças típicas da estação, principalmente gripe e resfriado", afirma o pediatra Moises Chencinski.

GRIPE x RESFRIADO

As gripes e resfriados são doenças virais que afetam as vias aéreas superiores (nariz, laringe, faringe), ocasionalmente acometendo as vias aéreas inferiores (brônquios e pulmões). Porém gripe e resfriado são doenças distintas:

-O resfriado é provocado por mais de 200 vírus diferentes.

-A gripe é causada basicamente pelos vírus influenza e parainfluenza.

-O resfriado dura de cinco a sete dias e a febre é rara.

-A gripe pode durar de uma a duas semanas e um dos sintomas é a febre alta, durando, em geral, de três a quatro dias.

O doutor Moisés explica que para se prevenir contra essas doenças virais e proteger o sistema imunológico já ajuda muito educar a criança para que adote medidas simples de higiene.

"Se a criança lavar as mãos com freqüência durante o dia já estará contribuindo para uma vida mais saudável, com menos chance de contágio", diz o médico.

RINITE, SINUSITE, ASMA E PNEUMONIA

O médico lista ainda outras doenças que aparecem com freqüência nessa época:

- Rinite: É uma inflamação das mucosas do nariz que aflige tanto adultos quanto crianças. Existem dois tipos de rinite: a alérgica e a não-alérgica. A rinite alérgica (a mais comum) é causada geralmente por alérgenos presentes no ar, como o ácaro, mas também pode ser provocada por produtos químicos, cigarros e remédios. A não-alérgica é geralmente causada por inflamação ou por problemas na própria anatomia das vias nasais.

- Sinusite: É uma inflamação nas cavidades existentes ao redor do nariz - os seios paranasais –, muitas vezes associada a um processo infeccioso. As causas mais comuns que podem desencadear a sinusite são: virais, bacterianas e alérgicas. Essa doença pode ser aguda, que dura quatro semanas ou menos; subaguda, que dura entre quatro e oito semanas; crônica, que dura mais de oito semanas e pode perdurar por meses ou até anos; e por fim a recorrente, que se caracteriza por vários ataques de sinusite aguda durante o ano.

- Asma: É uma inflamação crônica das vias aéreas inferiores (brônquios, bronquíolos e alvéolos) que determina o seu estreitamento, causando dificuldade respiratória, tornando-as sensíveis a estímulos, tais como: alérgenos; irritantes químicos; fumaça de cigarro; ar frio ou exercícios físicos. Esta obstrução à passagem de ar pode ser revertida espontaneamente ou, na maior parte das vezes, com uso de medicações.

- Pneumonia: É a inflamação e infecção dos pulmões causadas por bactérias, vírus, fungos e outros agentes infecciosos ou por substâncias químicas. Na pneumonia os alvéolos (onde se realiza a troca de gás carbônico por oxigênio) se enchem de pus, muco e outros líquidos, que impedem o seu funcionamento adequado. O oxigênio pode não alcançar o sangue, e sem oxigênio suficiente, as células do corpo não funcionam adequadamente.

Segundo o médico, não há fórmula mágica para enfrentar essas doenças e mais uma vez é indicada a prevenção como o melhor remédio. "É praticamente impossível estar livre e imune às doenças respiratórias durante a vida, mas aqui vão algumas sugestões: não fume; não use produtos químicos fortes na limpeza de casa; evite locais com mofo; mantenha a vacinação em dia; leve as crianças para consultas pediátricas de rotina e o mais importante, nunca tome remédios por conta própria, nem deixe de tomá-los quando o médico receitar", conclui o doutor Moises.

Essa matéria foi publicada no site da Chris Flores (13/06/2011)