10/09/2011
Ingerir remédio por conta própria pode camuflar doenças graves e colocar a saúde em risco
Estamos em pleno inverno, entretanto, tem dias em os termômetros passam fácil dos 30 graus em quase todo o país. Sem falar nas variações de temperatura, causadas por massas de ar frio que chegam de repente fazendo com que a temperatura despenque 20 graus de uma hora para outra. Resultado? Não há organismo que agüente! O nariz começa a escorrer, a garganta fecha, começa a tosse.
"As doenças respiratórias como alergias, resfriados, gripes, entre muitas outras, levam milhares de pacientes aos consultórios médicos. O movimento nessa época do ano costuma ser 30% maior", diz o pediatra Moises Chencinski.
O médico faz um alerta importante. Como os sintomas já são conhecidos, muitas pessoas costumam recorrerem aos remédios que já haviam usado anteriormente e que deram bons resultados ou seguem dicas de parentes e amigos sobre como devem se tratar.
"O inverno é a estação que mais favorece a auto-medicação. Mas o que as pessoas desconhecem é que os sintomas comuns de um simples resfriado, também podem indicar algo mais sério como gripe, broncopneumonia, tuberculose e até meningite meningocócica em sua fase inicial", diz o doutor Chencinski.
O especialista destaca ainda que na composição química de medicamentos que são vendidos sem receita médica aparecem substâncias que podem ameaçar a saúde das pessoas. "Dipirona, AAS – o ácido acetilsalicílico - e cafeína, entre outros, podem apresentar efeitos colaterais graves. Eles têm contra-indicações de uso por gestantes, mães no período da amamentação e por crianças de até 2 anos de idade. E o pior, muitas vezes, o uso desses medicamentos elimina os sintomas que serviriam de alerta para uma doença mais grave", explica ele.
De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (Sinitox – vinculado à Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz e ao Ministério da Saúde), o uso de medicamentos corresponde a 26% dos casos de intoxicação e a 17,57% dos casos de morte informados. Os dados são de 2009, mas só foram divulgados este ano.
Por isso, não se deve fazer uso indiscriminado de remédios. "Medicamentos que apresentam em sua composição a Tartrazina (corante amarelo), muito utilizados até em crianças, podem causar reações de natureza alérgica, entre as quais asma brônquica, especialmente em pessoas alérgicas ao ácido acetilsalicílico", conta o pediatra.
Essa matéria foi publicada no site da Chris Flores (09/09/2011).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545