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Ao mestre com carinho

O prazer de aprender, de "saber das coisas" é bom! Porém solitário. Quando o conhecimento é guardado apenas para o uso próprio é puro egoísmo. Aí, o saber morre por asfixia. Vai para o túmulo com seu "dono". Já o prazer de ensinar, de "dividir o conhecimento", é ótimo! Aí, o saber se mantém vivo, cresce e se revigora em cada cabeça que o captura, trabalha, entende e o faz circular. É mais agradável ainda quando percebemos que cada novo "hospedeiro" do saber faz o conhecimento fluir.

16/10/2011

A friend who taught me right from wrong,
And weak from strong,
That is a lot to learn.

Um amigo que me ensinou a diferenciar o certo do errado,
e o fraco do forte,
Isso é muito para aprender.

Eu vivo dizendo que nada acontece por acaso.
Quer mais uma prova?

Por que o Dia do Professor (15 de outubro) é tão próximo e vem antes do Dia do Médico (18 de outubro)? Não pode ser à toa.

Mais uma vez, vou dizer que gosto de uma definição de medicina que se encontra no dicionário do professor Aurélio Buarque de Holanda: Medicina é a arte ou ciência de prevenir, curar ou atenuar as doenças. Assim, o compromisso do médico é com o seu paciente e não com esta ou aquela forma terapêutica. O médico vai buscar, dentro do seu conhecimento, o que ele tiver de melhor para o bem estar e a qualidade de vida do indivíduo que o procura.

E já há algum tempo, a essas atribuições naturais do médico, deve-se acrescentar mais uma que, pela velocidade do desenvolvimento, em muito pouco tempo terá a mesma importância das outras: a informação.

Se os médicos têm a informação e conseguirem passá-las a outros médicos e a seus pacientes, de forma clara, simples e compreensível, todos só terão benefícios.

Um grande mestre, com quem aprendi muito (ou quase tudo que sei em Homeopatia) e com quem tenho a honra de ainda aprender através do convívio constante, Prof. Dr. Marcelo Pustiglione, me presenteou com o prefácio de um livro que eu escrevi (HOMEOPATIA mais simples que parece):

O prazer de aprender, de "saber das coisas" é bom! Porém solitário.
Quando o conhecimento é guardado apenas para o uso próprio é puro egoísmo.
Aí, o saber morre por asfixia. Vai para o túmulo com seu "dono".
Já o prazer de ensinar, de "dividir o conhecimento", é ótimo!
Aí, o saber se mantém vivo, cresce e se revigora em cada cabeça que o captura, trabalha, entende e o faz circular. É mais agradável ainda quando percebemos que cada novo "hospedeiro" do saber faz o conhecimento fluir.

Nuuusssaaaa. Não seria muito mais simples se fosse assim?
Essa é a essência do saber: o dom e a dádiva de poder e saber transmiti-lo.

Para isso, vamos retomar à questão do dia do professor.
Se eu não fosse bem alfabetizado, não saberia ler.

Mesmo sabendo ler, se eu não fosse orientado, eu não teria a compreensão do que eu li.
Mas, mesmo que eu compreendesse, se eu não fosse guiado, eu não saberia aplicar o que eu li e compreendi.
E mesmo que eu soubesse aplicar, se eu não tivesse meus olhos abertos na direção certa, eu não conseguiria entender os resultados.
E mesmo que... não preciso ir mais longe, não é?

Fica muito claro que se não tivermos professores preparados, mestres dedicados que nos acompanhassem durante toda a nossa vida, dificilmente atingiríamos qualquer objetivo.

Professor, segundo definição do mesmo dicionário, é quem ensina, pessoa que exerce alguma arte.
Porém mestre, segundo esse mesmo dicionário novamente, é um professor de grande saber, um oficial graduado de qualquer profissão, tudo aquilo ou todo aquele que serve de ensino ou de que se pode tirar alguma lição, principal, fundamental.

Não posso reclamar. Tive grandes professores durante todos os meus cursos, desde o primário (4 anos e admissão), ginásio (3 anos) e colegial (científico ou clássico - era assim no meu tempo – 3 anos), passando pelo cursinho (1 ano junto com o 3º colegial), pela faculdade (6 anos), pela residência médica (2 anos) e pelo meu curso de especialização em homeopatia (mais 3 anos). Total (se não esqueci o que eu aprendi há muito tempo, tendo até participado e ganho Olímpíadas de Matemática, graças à dedicação e a vocação da professora Uiara do antigo CEDOM): 21 anos de ensino formal.

Mas lá se vão muitos anos dessa minha época de formação e hoje eu tenho orgulho de dizer que continuo assistindo cursos e aulas de meus professores e mestres, e também aprendo, diariamente, com meus colegas e amigos com quem convivo, e que me ajudam em muitos momentos de difíceis decisões.

Isso me possibilitou, muito humildemente, tentar contribuir na formação de novos profissionais na minha área, bem como de pessoas saudáveis, com qualidade de vida, em meu trabalho no dia-a-dia, no consultório e em minhas atividades de sites, e-mails, revistas, participações na mídia, que o tempo me permitiu alcançar.

Assim, para não cometer o deslize e a deselegância de me esquecer de qualquer nome, vou agradecer a todos os que me permitiram aprender a cada momento a arte ou a ciência médica e que me transformaram na pessoa e no médico que eu sou, quero resumir meu agradecimento a um nome extensivo a todos vocês.

Ao mestre Prof. Dr. Marcelo Pustiglione, com carinho.

Parabéns pelo Dia do Professor (15 de outubro) e pelo Dia do Médico (18 de outubro).

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545