10/11/2011
A dificuldade para pegar no sono prejudica a qualidade de vida da criança e preocupa os pais. Veja como resolver o problema
O sono é uma das nossas funções fisiológicas mais frágeis. Por isso, ele é facilmente prejudicado quando algo perturba a criança. "Mudanças na rotina, assim como problemas de saúde ou excesso de barulho e agitação, podem deixar o pequeno alerta, com dificuldades para dormir", conta a psicóloga Carmen Alcântara, membro do Grupo de Pesquisa Avançada em Medicina do Sono da Universidade de São Paulo.
Para o pediatra Moisés Chencinski, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, na maior parte das vezes, os pequenos não dormem bem por culpa ou omissão dos pais. "É preciso colocar uma regra desde cedo: acostume seu filho a se deitar todos os dias no mesmo horário, dormir com a luz apagada e sem a presença dos pais", diz ele. Porém, mesmo com uma rotina adequada, algumas crianças não conseguem engatar um sono tranquilo. "A insônia infantil pode começar após os 2 meses de vida e se caracteriza tanto pela dificuldade em dormir quanto pelo despertar no meio da noite. Se o problema persistir por mais de três semanas, é preciso procurar orientação profissional", avisa a psicóloga.
Dormir bem é essencial
A criança que não dorme direito sente-se cansada e indisposta durante o dia, pode ter alterações de humor e apetite, além de desatenção nas atividades escolares. "Enquanto dorme, ela consolida a memória e fixa o que aprendeu durante o dia. E como o pico do hormônio GH (do crescimento) é noturno, se ela não tem um bom sono por um tempo prolongado, isso pode acarretar problemas de crescimento", conta Moisés.
A saída para o problema
Depois de muitas noites em claro, os pais ficam exaustos e desesperados, sem saber como agir. "O ideal é consultar o pediatra para descartar possíveis causas físicas. Depois, é preciso observar se o ambiente é adequado ao sono da criança, verificando se há barulhos excessivos, por exemplo", ensina Carmen. Mas se ainda assim a insônia persistir, é hora de procurar a ajuda de um psicólogo para identificar as possíveis causas, como medos e tensões no ambiente familiar. "O profissional poderá avaliar, inclusive, se as fantasias infantis – próprias da fase de desenvolvimento – estão afetando o sono da criança", afirma a psicóloga.
Para um soninho gostoso
• Estabeleça um horário para dormir, que deve ser respeitado mesmo fora de casa.
• Incentive seu filho a escolher um objeto ou boneco que será seu companheiro durante o sono, por exemplo, um ursinho. O objeto pode deixá-lo mais seguro durante a noite.
•"Estabeleça uma rotina tranquila na hora de dormir", aconselha Carmen. Sempre que possível, conte histórias agradáveis para ajudar a criança a relaxar. E não deixe que ela assista a programas agitados, para que não sinta medo quando for para a cama.
• De dia, mesmo durante o cochilo diurno, mantenha a janela do quarto aberta. Assim, desde cedo, o bebê aprende a diferenciar o dia da noite.
• Evite deitar com a criança para fazê-la dormir, pois, dessa forma, ela pode adquirir o hábito de só ir para a cama com um adulto ao seu lado.
• Se o seu filho for para a sua cama durante a noite, verifique se ele está doente ou se teve um pesadelo. Caso não haja qualquer problema, leve-o de volta para dormir na própria cama.
Essa matéria foi publicada no Portal Vital (04/11/2011), no blog Pequeninos (09/11/2012).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545