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Como manter as crianças bem alimentadas na noite de Réveillon

27/12/2011

O pediatra Moises Chencinski alerta os pais para os cuidados com a alimentação dos filhos nas Festas de Fim de Ano

Já sabe o que preparar para a família na ceia de Réveillon? Independente do que você decidir fazer é preciso ter em mente que nesta noite os pratos costumam ser mais calóricos e de difícil digestão. "Pela característica da festividade, o uso e a conservação dos alimentos devem ser sempre considerados. Maioneses, ovos, molhos e cremes necessitam de preparos cuidadosos e conservação impecável para que não causem reações graves, como intoxicações alimentares", explica o Dr. Moises, pediatra e homeopata.

A questão não se resume ao cardápio em si. O problema também está na quantidade do que se come. Os exageros no consumo desses alimentos são comuns e controlar os abusos deve ser o primeiro grande desafio dos pais. "Dependendo da idade, as crianças olham com vontade para tudo o que está sendo comido, apenas por imitação. Elas não costumam ter vontade de ingerir algo que não conhecem. Por isso, não ofereça nenhum alimento estranho ao cardápio de uma criança nem sob o falso pretexto de que se deve dar só uma provadinha porque ela está olhando", alerta o pediatra.

Se o limite de tolerância for ultrapassado, o organismo da criança pode responder através de uma reação alérgica (amendoins, paçocas, corantes) ou de uma intoxicação (molhos, maioneses, cremes), podendo ocorrer sintomas como urticária, diarréia, vômitos e até desidratação.

"Essas situações podem requerer uma visitinha ao pronto socorro ou, em casos mais graves, até uma internação hospitalar para hidratação e tratamento medicamentoso. Mas, como um quadro agudo, ele tem começo, meio e fim", explica. É preciso levar em conta os hábitos infantis e resistir às tentações dessa época. O abuso alimentar tem gerado um aumento descontrolado de doenças de adultos em crianças.

Hipertensão, alterações de colesterol e triglicérides, diabetes e obesidade agora são quadros que povoam os consultórios dos médicos que cuidam de crianças. E não só os pediatras, mas os endocrinologistas, otorrinolaringologistas (problemas de sono gerados pelo sobrepeso), psicólogos (problemas emocionais no convívio com amiguinhos da escola e a dificuldade de controle do apetite) e outros especialistas que só acompanhavam essas crianças apenas em situações muito especiais.

Alguns cuidados básicos adotados pelos pais podem ajudar no controle alimentar dos filhos:

-Para crianças abaixo de 6 meses de idade, ofereça apenas o leite materno. Essas crianças não precisam e não devem nem sequer experimentar outros tipos de alimentos nessa faixa etária.

-Ofereça sempre bastante líquidos (nessa época a hidratação é fundamental).

-A refeição pode até conter elementos tradicionais da ceia, mas deve ser balanceada e equilibrada.

-Lembre-se de oferecer frutas frescas que podem ajudar, também, na digestão. As vitaminas e as fibras das frutas são fatores importantes na proteção contra os abusos alimentares das festividades. Não devemos "obrigar" nossos filhos a gostarem do que nós gostamos. Mas somos responsáveis por oferecer a eles a oportunidade de experimentar.

"Vamos ser realistas? Existe alguma chance de uma criança não comer panetone e doces nas festividades onde as famílias se reúnem para comer panetone e doces? Muito pouco provável, não é mesmo? Bom senso é tudo", diz o médico.

Os perigos do álcool

Independentemente de cultura ou idade, é proibido oferecer qualquer quantidade, por menor que seja, de bebida alcoólica para crianças. O Dr. Moises relata um episódio muito comum nos pronto-socorros nesse período: "Já presenciei, em alguns plantões, crianças chegando com quadros de intoxicação alcoólica graves, vindas de festas onde os pais davam um golinho da cerveja que tomavam só para comprovar o gênero macho dos seus filhos".

À questão cultural de algumas famílias se junta ao calor do verão brasileiro e ao estímulo desenfreado que os adultos exercem sobre o comportamento das crianças. As bebidas geladas acompanham a ceia. Cidras e champanhes são bebidas doces e podem ser agradáveis para o paladar de algumas crianças. Nunca dê bebida alcoólica para elas. Além de ser proibido por lei, é extremamente prejudicial, podendo, até, ser fatal.

"É comprovado que quanto antes se oferece o estímulo alcoólico para pessoas com tendência ao vício, mais cedo e mais certamente esse hábito se instalará levando a sérios prejuízos à saúde futura desse indivíduo", conclui o Dr. Moises.


Essa matéria foi publicada no site da Chris Flores (27/12/2011)

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545