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Chupeta: amiga ou vilã?

do site da Chris Flores

De acordo com estudo realizado em uma maternidade nos Estados Unidos, o uso do acessório pode não atrapalhar a amamentação. Será?

06/05/2012

Para algumas famílias, a chupeta é um alívio, pois é ela quem acalma o bebê quando ele não para de chorar ou não consegue dormir mesmo depois de mamar. Para outras, é um martírio, principalmente quando a criança está maiorzinha e não consegue abandonar o acessório. 

Não bastassem tantos prós e contras, surge agora uma outra novidade.

De acordo com um estudo feito por médicos da maternidade da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, nos Estados Unidos, a chupeta pode estimular o aleitamento materno.

A pesquisa foi realizada com 2.249 crianças nascidas entre junho de 2010 e agosto de 2011 na maternidade e os resultados mostraram que a taxa de aleitamento natural diminuiu de 79% para 68% após a abolição das chupetas, em dezembro de 2010. Além disso, a proporção de bebês que receberam alimentação suplementar aumentou de 18% para 28%.

"Os autores desse estudo disseram que eles ainda não entenderam o mecanismo que está por trás dessa mudança encontrada em seu hospital, nem eles reivindicam que seus achados devam provocar mudanças radicais imediatas na política relacionada às chupetas. Ao invés disso, eles dizem que os resultados dos seus estudos indicam a necessidade de continuar a pesquisa sobre o papel das chupetas no aleitamento materno para que os hospitais – e, mais importante, os pais – possam ter decisões adequadas sobre como proceder", explica o doutor Moises Chencinski, pediatra e homeopata.

Segundo o médico, o estudo chama a atenção porque foi realizado em apenas uma instituição "em que os próprios autores colocam suas dificuldades em entender o processo que levou a esse resultado", conta o doutor Chencinski. Ele também lembra que, a própria Academia Americana de Pediatria recomenda adiar a introdução da chupeta.

O pediatra faz um alerta. "É preciso que fique claro aos pais qual foi o universo da pesquisa e que comparem os resultados com os dados concretos que levaram as mais respeitadas instituições de saúde no Brasil e no mundo a recomendar restrições ao uso da chupeta, sob pena de prejudicar o aleitamento materno".

O doutor Chencinski lembra que a Organização Mundial de Saúde e o Fundo Infantil das Nações Unidas reconhecem instituições que promovam os 10 passos para o sucesso do aleitamento materno, entre os quais estão não alimentar as crianças com alimentos ou bebidas externas a não ser que haja indicação médica, e não prover chupetas ou mamilos artificiais.

"Por mais trabalhoso que possa ser, por mais difícil que possa parecer, ainda vale a pena investir na orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e evitar ao máximo a introdução das chupetas. Enquanto não houver um estudo mais abrangente e conclusivo é preciso manter o Aleitamento materno exclusivo até o 6º mês, em livre demanda, esticado até o 2º ano de vida como ferramenta indispensável para a promoção da saúde de nossas crianças", finaliza o doutor Moises Chencinski.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545