07/07/2012
Anote as recomendações dos especialistas e fique longe desse incômodo
Por Fernanda Iarossi
Anote as recomendações dos especialistas e fique longe desse incômodo Se anda com dor de garganta, repare: tem somente a sensação que está "raspando" ou percebe que o corpo está quente e tem secreção na hora de engolir? Esta primeira avaliação serve para tentar reconhecer as possíveis causas da dor. "Ela pode ser motivada por infecção, inflamação ou refluxo, quando o suco gástrico produzido no estômago machuca a laringe", explica o otorrinolaringologista do Hospital Santa Cruz, Fernando Yonamie. Por isso, confira o que pode estar provocando essa dorzinha chata e livre-se dela de uma vez por todas.
Livre da dor!
Se for apenas uma inflamação, a dor costuma incomodar menos. A ingestão de anti-inflamatórios e medidas simples no dia a dia, como não beber gelado e evitar ficar muito tempo no ar-condicionado gelado demais, resolve.
Já se for infecção, segundo Yonamie, podem surgir, além da dor, febre, dificuldade para engolir, secreção amarelada ou pus. Neste caso, após o diagnóstico confirmado por um médico, a recomendação é antibiótico - já que normalmente a causa é bacteriana - associado a anti-inflamatório e analgésico para aliviar a dor.Outro motivo, e que muitas vezes é ignorado é o refluxo, que acontece quando o suco gástrico do estômago volta para o esôfago, que tem uma mucosa muito sensível a esta substância. A válvula que se abre para dar passagem aos alimentos e deveria se fechar imediatamente passa a não funcionar corretamente. Além da dor de garganta, podem aparecer tosse e sensação de pigarro, e é preciso melhorar a dieta, que costuma ser a principal causa. "Ficar em jejum por muito tempo, ingerir café ou bebida alcoólica em excesso podem piorar a dor. A medicação neste caso inicialmente é para diminuir a acidez do estômago, para então a dor de garganta ser tratada", explica o médico.
Para aliviar
> Medidas caseiras: tomar mel com limão, spray com própolis e pastilhas podem ajudar a amenizar se a dor de garganta for apenas uma inflamação. Mas se for infecção ou causada por refluxo, não adiantam. Por isso, a importância de procurar um médico.
> Pastilhas: atuam como um anestésico, causando apenas um alívio imediato. Devido a este efeito leve, não é indicado nos casos de infecção, para não maquiar os sintomas e adiar o tratamento com medicamentos certos.
> Ambientes arejados: o pneumologista Alex Macedo destaca que, especialmente nos dias mais frios, as pessoas tendem a ficar em ambientes fechados, o que favorece a contaminação bacteriana. Com isso, as defesas do organismo ficam mais suscetíveis a doenças e é um prato cheio para as bactérias se espalharem pelo ar ou por meio de gotículas de saliva e secreções infectadas.
> Chás: além de aumentar a temperatura corporal, causando conforto, é recomendado para reforçar a proteção do organismo. "Estudos apontam que os mais indicados são o chá verde, cujo antioxidantes estimulam a atividade antiviral; gengibre, que inibe a atividade de bactérias nocivas no trato respiratório, e hortelã com menta, por sua alta capacidade antibacteriana, analgésica e de eliminação de radicais livres", explica a PhD em nutrição e membro do Centro de Pesquisas Sanavita, Andrea Frias.
Cuidado com a auto-medicação
O médico Moises Chencinski aponta os perigos para o uso indiscriminado de medicamentos que são vendidos sem receita médica para tratar dores, como a na garganta. "Os analgésicos podem eliminar os sintomas que serviriam de alerta para uma doença mais grave. E os remédios que apresentam em sua composição a tartrazina podem causar reações alérgicas, entre as quais asma brônquica", alerta Chencinski, que continua: os anti-inflamatórios podem ter efeitos colaterais mais graves que os antibióticos por provocarem, em sua imensa maioria, problemas na mucosa do estômago levando a gastrite e úlceras e até problemas renais, sem falar que podem comprometer a eficácia dos remédios para controle da pressão e do diabetes.
Essa matéria foi publicada no site da Revista Shape - Saúde e Bem Estar (06/07/2012).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545