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A ciência comprova: mel alivia a tosse noturna

18/08/2012

Pediatras, porém, dizem que ele apenas ameniza o desconforto da garganta e não substitui outros tratamentos
Marcela Bourroul


Essa é uma daquelas coisas que a sua avó já dizia: mel é bom pra tosse. Uma pesquisa realizada por uma equipe de pediatras israelenses acaba de reforçar o efeito positivo desse alimento. Publicado na revista científica Pediatrics, o estudo analisou 300 crianças, entre 1 e 5 anos, para identificar se o mel aliviava a tosse noturna.

Os cientistas dividiram os participantes em quatro grupos. Os três primeiros receberam diferentes tipos de mel e o quarto recebeu placebo – um xarope com a mesma cor e consistência. Os pais responderam a cinco perguntas sobre a tosse dos filhos um dia antes e um dia depois de oferecer o produto, e a conclusão dos pesquisadores foi a de que as crianças que ingeriram mel apresentaram melhora da tosse noturna e menos dificuldade para dormir.

Segundo o pediatra Eduardo Troster, do Hospital Albert Einstein (SP), o mel é uma boa opção para aliviar a irritação da garganta, mas não acaba com a tosse. "Até porque a tosse é um sintoma, não uma doença", afirma. Ou seja, se seu filho estiver tossindo porque o ar está muito seco ou porque pegou um resfriado, o mel não vai sumir com o problema, vai apenas aliviar o desconforto.

Para Yechiel Moises Chencinski, pediatra e homeopata, o mel é um coadjuvante no tratamento. "É preciso tomar cuidado para não usar apenas o mel e deixar o tratamento correto para depois. O médico deve ser consultado antes que a tosse piore, e é ele quem irá determinar se o mel basta, se é preciso fazer inalação ou tomar algum remédio", diz. A recomendação também vale para quem tem problemas alérgicos, como asma. O mel está liberado, desde que não substitua os remédios indicados pelo médico.

Outra coisa que é preciso saber é que a tosse é um mecanismo para limpar o pulmão. "Os pais ficam angustiados com a tosse, e é compreensível, mas é importante que eles não tentem freá-la a todo custo", explica Troster. Isso porque, se o organismo está querendo se livrar de do catarro, é preciso deixar que ele saia, e investigar o que está causando o problema. Nesse caso, dar bastante água para a criança é o melhor a ser feito. Ao hidratar, o catarro fica mais fluido e sai mais fácil.

Nem todo mundo pode

Em tese, o mel é uma substância natural e não faz mal para ninguém. Mas não é bem assim. Crianças com menos de 1 ano não podem consumir o produto, porque seu organismo ainda não tem proteção contra a bactéria Clostridium botulinum, que pode estar presente no mel e é responsável pela transmissão do botulismo, doença que atinge os nervos e músculos e pode até matar.

Outra restrição é em relação a pessoas com alergia a pólen e insetos. De acordo com o imunologista e alergista Ricardo Martins de Souza Queiroz, do Hospital São Cristóvão (SP), essas pessoas podem apresentar intolerância ao mel.

Os pais também precisam ficar de olho para o alimento não se tornar um adoçante. Colocar no leite quando a criança está resfriada pode se tornar um hábito e fazer com que ela se acostume com aquele líquido adocicado - o que é um problema, já que depois ela pode não aceitar mais o leite puro. E, claro, sempre que o mel for ingerido antes de dormir é preciso escovar os dentes. "O mel é doce e um potencial causador de cáries", alerta Moises Chencinski.


Essa matéria foi publicada no site da Revista Crescer (17/08/2012), no portal BK2 (20/08/2012), no blog Alimentarium (22/08/2012), no site Vida de Mulher (23/08/2012), no site Sapataria Infantil (27/08/2012), no site Secretaria de Saúde do Governo do Paraná (30/08/3012), no blog Click Saúde (15/09/2012), no blog Portal Gestante (23/09/3012), no site Humana Saúde (24/10/2012), no blog Saúde em Primeiro Lugar (16/11/2012).

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545