25/11/2012
Depois de algumas crises de rinite de seus filhos gêmeos e muitos tratamentos com remédios convencionais, a administradora Claudia Marques, mãe de Vinicius e Gustavo, decidiu optar pela homeopatia. "Eles ficavam doentes constantemente, então eu comecei a pesquisar outras formas de tratamento, a homeopatia surgiu com conversas entre outras mães e amigas, além da leitura sobre o tema".
Claudia conta que havia uma grande dificuldade de trazer a opção nos consultórios de alopatia, por isso recorreu a um médico homeopata. O Dr. Moises Chencinski, pediatra e professor do curso de Especialização em Homeopatia com ênfase em Saúde Pública e Estratégias de Saúde da Família da Prefeitura de São Paulo, pai de Renato e Danilo, afirma que tanto a homeopatia quanto a alopatia são formas terapêuticas médicas reconhecidas e aceitas pelo Conselho Federal de Medicina.
Lei da Semelhança
O Presidente da Associação Paulista de Homeopatia, Dr. Rubens Dolce Filho, pai de Bruno e Gabriel, explica que a homeopatia baseia-se no princípio da semelhança, que é prescrever medicamentos que provocam sintomas semelhantes aos que o paciente está se queixando. "Por exemplo, ao se descascar uma cebola, sentimos uma irritação nos olhos, lacrimejamento e coriza. Então, se alguém tiver um resfriado com estes sintomas podemos utilizar medicamento preparado da cebola".
Por isso, a principal diferença entre a homeopatia e a alopatia está no princípio de ação do tratamento. Esta última utiliza-se primordialmente do princípio dos contrários, ou seja, usa a terapia contra o processo patológico. O pediatra Moises Chencinski ressalta que a homeopatia traz uma visão holística do paciente, analisando a forma como a pessoa se alimenta, atividade física e estilo de vida. "Tudo isso visa retomar o equilíbrio e a harmonia do paciente. Uma vez equilibrado, o paciente é o agente de sua própria cura. Por isso, deve haver o comprometimento do paciente em seu tratamento e o vínculo médico-paciente se torna um forte aliado no processo de recuperação e manutenção do estado de saúde", afirma o médico.
O homeopata encara a doença como um sinal na tentativa do organismo em busca da sua saúde e equilíbrio. Por isso, para evitar quadros agudos, é preciso haver a prevenção e o redirecionamento da doença crônica. Claudia conta que seus filhos receberam dois tipos de tratamentos, o preventivo e o medicamento para o caso de crises, mas que alguns casos, como episódios de febres altas durante a madrugada, eram tratados com alopatia.
O pediatra explica que não há nenhuma contraindicação sobre qualquer tipo de tratamento com a homeopatia, desde que seja orientado por um profissional especializado. "Sempre que for necessário, o próprio médico homeopata, que também conhece o tratamento alopático, pode prescrever os dois tratamentos. Vacinas, antibióticos, procedimentos cirúrgicos fazem parte da formação de todos os médicos".
Mitos sobre a homeopatia
Apesar de conquistar cada vez mais adeptos - de 2007 a 2010, o SUS teve um crescimento de 383% no investimento da prática -, a homeopatia ainda é envolta por mitos e dúvidas . Moises Chencinski ressalta que um dos conceitos mais difundidos sobre a homeopatia é de que o tratamento homeopático demoraria mais que o alopático para ter efeito. "O tempo de duração do tratamento das doenças crônicas é muito relativo. Cada paciente tem uma forma particular de reagir aos estímulos que depende de vários fatores. Se um paciente apresenta uma dor de cabeça há 15 anos e nós formos tratá-lo com homeopatia, necessitaremos, em média, de 2 anos de tratamento para que ele se reequilibre e não precise mais tomar medicamentos para isso. Isso não quer dizer que ele ficará tomando medicamentos durante todo este tempo e nem que terá dores de cabeça por todo este período", diz.
O pediatra ainda afirma que não existe qualquer contraindicação ou restrição para o tratamento homeopático no que diz respeito à idade da pessoa. Mas é preciso seguir com os mesmo cuidados do tratamento alopático. A automedicação é uma prática arriscada mesmo no que diz respeito a homeopatia, pois esta tem uma abordagem individualizada, portanto apenas o médico deve receitar ou suspender qualquer medicamento.
Consultoria:
Dr. Moises é médico Pediatra pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Formado pelo CEPAH – Centro de Pesquisa e Aperfeiçoamento em Homeopatia e autor dos livros HOMEOPATIA mais simples que parece e GERAR E NASCER um canto de amor e aconchego. Além de pProfessor do Curso de Especialização em Homeopatia com Ênfase em Saúde Pública e Estratégias de Saúde da Família da Prefeitura de São Paulo em convênio com o Ministério da Saúde (Programa Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – PNPIC).
Dr. Rubens Dolce Filho, Presidente da Associação Paulista de Homeopatia
Essa matéria foi publicada no site da Revista Pais & Filhos (21/11/2012)
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545