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As crianças e o túnel dos ovos de Páscoa

Do site Clube da Calcinha

Da Redação

21/03/2013

Os supermercados, as lojas e os empórios estão repletos de ovos de Páscoa. Logo na entrada, você é impactado pelo lindo túnel de ovos de chocolates, que nos dá a sensação de chegar a um mundo mágico. Imediatamente, os nossos desejos são despertados. É como se estivéssemos voltando à infância.

"E se os adultos ficam tentados a provar os novos sabores de ovos de chocolate, imaginem as crianças! Elas ficam fora de controle! No entanto é preciso lembrar que a Páscoa costuma ser uma época na qual muitas crianças comem chocolate pela primeira vez. Com isso é grande a incidência de alergias e intolerâncias alimentares", afirma o pediatra Moises Chencinski.

Branco, preto, crocante, recheado com brigadeiro ou por brinquedos. Sim, outro agravante são os brindes e brinquedinhos que recheiam os ovos. Cada seriado ou personagem de desenho animado tem o seu ovo estilizado, com "algo surpreendente" dentro, que muitas vezes quebra assim que é retirado de dentro do ovo. A questão não é mais o simples hábito ou tradição de se comprar um ovo e dividir entre os familiares. O apelo do marketing instiga a criança a consumir o produto em quantidade.

De acordo com o pediatra, se os hábitos da família são saudáveis, as chances da criança se satisfazer com um único ovo de tamanho aceitável é grande. Por quê? Pois esse é o hábito da família. "Chocolate é muito gostoso e essa é uma época onde "um pouco a mais" não vai interferir. A questão é que as crianças já chegam à época da Páscoa com "muito a mais" de chocolate e aproveitam essa oportunidade para o abuso. Assim, é importante que os pais estabeleçam suas metas, seus limites, suas exceções para que, quando chegue qualquer situação festiva (aniversário, Páscoa, Natal e muitas outras) a criança aproveite a proximidade da família, a motivação da festividade, até comendo algum tipo de alimento que não faz parte de seu dia-a-dia, mas sem que isso traga riscos à sua saúde e nem se transforme em um hábito inadequado", orienta Dr. Chencinski.

Ele alerta também sobre a necessidade de evitar todo tipo de alimento que venha em saquinho, potinho, caixinha ou latinha, o que inclui o chocolate, para crianças abaixo de um ano de idade. "A intenção é que a alimentação seja a mais natural e saudável possível. O chocolate não se encaixa em nenhum dos quesitos da alimentação necessária ou adequada para crianças nessa faixa etária", alerta.

Para o pediatra, seria fundamental que as famílias compartilhassem essas experiências mais saudáveis desde a gestação, passando pelo aleitamento materno e outras orientações que são transmitidas nas consultas pediátricas sobre o desenvolvimento adequado. "Essa geração de crianças está sendo preparada para viver 100 anos. Mas o importante é viver até 100 anos com saúde e não com doença. Não há como atingir essa meta sem a participação de todos os setores envolvidos. A família, a escola, a mídia, a sociedade e os órgãos governamentais responsáveis precisam estar em acordo e na busca dos mesmos objetivos. Enquanto isso não acontece não há programa de saúde que possa dar certo. Uma mudança cultural como a diminuição da oferta de doces e chocolates às crianças como presentes e como sinal de amor pelos parentes e amigos requer muito trabalho, muito tempo, muito empenho. Mas é possível", conclui.

Para evitar excessos alimentares na Páscoa, uma dica é esconder o ovo de chocolate e alguns outros ovos de madeira pintados ou apenas embrulhados em um jardim ou dentro de casa. Esses ovos de mentirinha podem ser produzidos junto com as crianças, pintados ou embrulhados em papéis com cores bem alegres. Pela tradição, todos saem em uma divertida busca pelo ovo de chocolate. Além disso, nessa situação (ovos de Páscoa), seria interessante ensinar noção de limites, com a explicação da motivação da festa e da necessidade de controlar o consumo.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545