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Como introduzir um alimento novo na dieta da criança?

Do site O Debate

Uma das grandes dificuldades relatadas pelos pais em consultas pediátricas é a difícil aceitação de novos alimentos por grande parte delas. Participar “do processo” pode reduzir rejeição das crianças a alimentos novos.

23/04/2013

Muitas são as estratégias utilizadas nessas tentativas, grande parte delas inadequadas: forçar, deixar passar fome, transformar a hora da refeição na “hora do horror”...

“Em todas as situações que envolvem novidades para crianças (que não seja brincar) é importante entender e trazer a criança para dentro do processo. Essa atitude pode modificar esse panorama de forma significativa”, recomenda o pediatra Moises Chencinski.

“Levar a criança à feira ou ao mercado, deixar que ela toque, cheire, experimente cada alimento pode trazer resultados excelentes”, diz o médico.

Alguns estudos recentes, mais ousados, apontaram uma iniciativa na escola que, apesar de algumas restrições econômicas, educacionais e sociais, pode ser um primeiro passo no caminho da alimentação saudável na infância.

Pesquisadores australianos encontraram um maior interesse em experimentar novos alimentos em crianças do ensino elementar que plantaram, colheram e cozinharam dentro de uma programação orientada de jardinagem e de culinária na escola.

Um estudo comparativo, neste sentido, foi publicado no Journal of Nutrition Education and Behavior, comparando seis escolas com programa de jardinagem e culinária com outras seis que tinham jardins nos pátios escolares, mas sem uma programação específica.

Os dados foram colhidos de 764 crianças com idades entre 8 e 12 anos e 562 pais nas 12 escolas australianas. O impacto do programa foi avaliado durante um período de 2 anos e meio.

Os resultados das pesquisas mostraram uma diferença significativa nos relatos das crianças, dos pais, dos professores e na vontade de experimentar novos alimentos no grupo submetido ao programa, estendendo sua influência na qualidade (lanches mais saudáveis trazidos de casa e melhores opções no almoço), mas não na quantidade da refeição.

O estudo concluiu que esse programa pode ser uma forma de fazer as crianças compreenderem melhor de onde chegam os alimentos que eles comem, além de plantar uma semente precoce em suas habilidades de jardinagem e de arte culinária.

“A mudança dos hábitos alimentares das crianças, transformando a rejeição em aceitação e até mesmo na apreciação de novos alimentos começa pelo primeiro passo. E esse primeiro passo pode ser a instituição de programas semelhantes nas escolas”, observa o pediatra.

Para Moises Chencinski, “esta mudança de hábitos tão necessária pode e deve começar o quanto antes, quer seja em casa ou na escola, mas com a participação da família, da sociedade e com o apoio do governo e da mídia, para que possamos retomar um caminho de saúde, que começa pela alimentação equilibrada e saudável, desde cedo”.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545