Do site Bolsa de Bebê / Bolsa de Mulher
Por Marianna Feiteiro
16/04/2013
É muito comum que, quando a criança adoece ou apresenta algum sinal de enfermidade, os pais acabem se desesperando e recorrendo ao Pronto Socorro. No entanto, esta nem sempre é a melhor opção para a criança ou para o hospital.
"Muitas razões levam os pais a buscarem o Pronto Socorro: a ansiedade por não entenderem o que está acontecendo com o filho, a possibilidade de ele estar sofrendo de algo mais grave do que aparenta – o que os levam a querer resolver o problema imediatamente –, a dificuldade de contato e agendamento de consulta com o pediatra de confiança, etc.", afirma o pediatra Dr. Moises Chencinski, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Segundo o Dr. Marcelo Reibscheid, criador do portal Pediatria em Foco e pediatra do Hospital e Maternidade Rede DOrSão Luiz, a consequência do número exagerado de pacientes nos PS que não apresentam quadros de urgência acaba gerando esperas longas e, muitas vezes, atendimento inadequado. Para a criança, o risco é de contato com algum microrganismo que poderá gerar outro quadro infeccioso além do problema que ela já apresentava. "A maioria dos contágios se faz pelo ar, portanto, corre-se um risco muitas vezes desnecessário levando a criança ao PS", defende. "Quando os serviços de urgência precisam dedicar tempo a quadros que não são emergenciais, acontece um deslocamento de atenção dos quadros mais graves e que precisariam ser avaliados de forma imediata", acrescenta Dr. Moises.
Os dois especialistas recomendam que, caso não se trate de um quadro grave (situação de risco e de aparecimento súbito), os pais devem entrar em contato com o pediatra de confiança por telefone ou mesmo pela internet e descrever os sintomas apresentados pela criança. "Isso pode ser um bom fator de triagem para que o pediatra oriente a necessidade de um atendimento de urgência no Pronto Socorro ou de uma avaliação no consultório", explica Dr. Moises. Se o quadro se desenvolver durante a madrugada ou em horários em que o pediatra não esteja disponível para atender a criança, seja pessoalmente ou por telefone, aí sim a ida ao PS é justificada.
Veja os casos em que se deve levar a criança ao Pronto Socorro:
- acidentes
- traumas
- quedas
- intoxicação
- convulsão
- queimadura
- inalação ou ingestão de corpos estranhos, como partes de brinquedos, etc.
- fezes ou vômito com sangue
- vômito
- desidratação
- dificuldades respiratórias importantes
- choro incessante
- suspeita de doenças como meningite e apendicite
Além disso, Dr. Moises ressalta que recém-nascidos (até 30 dias) correm o risco de terem o quadro agravado muito rapidamente e, por isso, precisam de assistência imediata.
No caso deles, além das situações descritas na lista acima, atente-se para:
- sucção bem fraca ou ausente
- criança com aspecto roxinho (cianose) ou amarelado (icterícia avançada)
- queda brusca de temperatura (abaixo de 35,5º C)
- febre acima de 37,5º C, que significa infecção ou inflamação
"Se mesmo após a temperatura baixar a criança continuar indisposta, entre em contato com o pediatra o mais rápido possível. Caso não consiga, dirija-se ao Pronto Socorro", orienta Dr. Moises.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545