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7 dúvidas sobre amamentação

Do site Tempo de Mulher

Amamentar é importante tanto para o bebê quanto para a mulher. O leite materno é o alimento mais completo e equilibrado para o recém-nascido, pois atende a todas as necessidades de nutrientes e sais minerais da criança até os 6 meses de idade. Além de prevenir a anemia do bebê, ele também protege a mãe contra o câncer de mama e de ovário. Outro fator importante é que a sucção ajuda no desenvolvimento da arcada dentária do bebê. E há muitos outros benefícios.

Por PAULA FACIROLI

28/06/2013

O ato de amamentar  provoca a liberação de hormônios, como a prolactina, que produz uma sensação de paz e carinho que permite a mãe relaxar e se concentrar no filho. Há também a produção de um hormônio chamado ocitocina, que promove um forte sentimento de amor e apego entre mãe e filho. Mas, atenção! É preciso que as mamães tenham preocupação também com a sua própria condição física. Algumas doenças infecciosas podem ser transmitidas para o bebê através do leite humano. O recomendável é que a mãe discuta seu histórico médico com o pediatra e com o obstetra antes de tomar qualquer medida. Repassamos aqui algumas orientações do pediatra Moises Chencinski. 

7 dúvidas sobre a amamentação - 1 (© Foto: Thinkstock)

 Câncer de mama

Se a mãe foi diagnosticada com câncer de mama no passado e passou pelo tratamento, ela pode estar preocupada com os efeitos do aleitamento materno sobre o bebê e sobre o próprio organismo. "Câncer de mama anterior não significa que a mãe não possa amamentar seu bebê. Se a mãe se submeteu a uma mastectomia, ela pode amamentar o bebê com a mama restante. Se a mãe já teve um tumor removido do peito ou se submeteu a tratamentos de radioterapia, ainda assim ela poderá amamentar. É muito comum que essas mulheres considerem sua produção de leite pequena. No entanto é recomendável discutir as opções de amamentação com o médico", afirma o pediatra Moises Chencinski.

 

7 dúvidas sobre a amamentação - 1 (© Foto: Thinkstock)

Cirurgias plásticas

No passado, havia muita preocupação sobre a segurança da amamentação após o implante mamário de próteses de silicone. Hoje, sabemos que não há nenhuma evidência científica de que os implantes mamários de silicone possam prejudicar a amamentação.

“Na maioria dos casos, a cirurgia plástica para aumentar os seios não interfere significativamente com a capacidade de amamentar, desde que os mamilos não tenham sido removidos e/ou que os ductos tenham sido cortados. Em alguns casos de aumento de mamas, as mulheres podem apresentar tecido mamário subdesenvolvido. Nestes casos, a relativa falta de tecido glandular da mama pode interferir na produção adequada de leite materno. Caso haja qualquer cirurgia de mama anterior, o bebê terá de ser monitorado cuidadosamente para ter certeza de que ele está recebendo leite suficiente”, explica o pediatra.

A cirurgia para reduzir o tamanho dos seios (redução de mama) apresenta mais chances de interferir na amamentação, especialmente se os bocais foram reposicionados durante a cirurgia, resultando no corte total dos canais de leite ou nervos. “Muitas mulheres que fizeram este tipo de cirurgia de mama são capazes de amamentar. Quanto mais tempo após a cirurgia, maiores as probabilidades que o aleitamento materno (ou pelo menos a amamentação parcial) seja bem-sucedido”, diz o médico.

Segundo Moises Chencinski, se a mãe já passou por qualquer procedimento cirúrgico na mama, mesmo que tenha sido uma simples biópsia, ela deve revelar o fato ao obstetra e ao pediatra, visando assegurar que o bebê receba leite materno suficiente.

 

Tuberculose

Mães com tuberculose podem amamentar se estiverem tomando a medicação apropriada para tratar a doença. Mães com tuberculose não tratada no momento do parto não devem amamentar ou entrar em contato direto com seus recém-nascidos até que comecem o tratamento medicamentoso adequado e que não estejam mais na fase infecciosa da doença.

“Na maioria dos casos, elas poderão amamentar de maneira segura duas semanas depois de iniciar o tratamento adequado e após a liberação do médico para tanto. Estas mães podem começar a bombear seu leite logo após o parto para oferecê-lo ao bebê até que possam amamentar diretamente. Se a mãe já teve um teste cutâneo positivo para tuberculose, ela deve conversar com seu médico para ver se precisa ser tratada com medicação e se poderá amamentar nestas circunstâncias”, explica o médico.

7 dúvidas sobre a amamentação - 1 (© Foto: Thinkstock)

 

HIV

“Mães infectadas com o HIV não devem amamentar, uma vez que o vírus pode ser passado no leite materno para o bebê. Estas mulheres podem, no entanto, alimentar seus bebês com leite humano pasteurizado, disponível em bancos de leite. O leite doado é obtido a partir de mães livres do HIV e de outras doenças infecciosas. Em seguida ele é processado e pasteurizado, passando por procedimentos padrões”, informa o pediatra Moises Chencinski.

Mastite

Outros tipos de infecções precisam ser avaliados em conjunto pelo obstetra e pelo pediatra, mas poucos casos vão impedir a amamentação. “Isto é verdadeiro mesmo quando a infecção ou inflamação envolve a mama em si, como no caso de mastite, uma infecção de uma secção da mama. Esta condição é normalmente tratada com antibióticos, amamentação frequente, e/ou retirada do leite materno com uma bomba, ingestão de líquidos apropriados, medicação para dor e descanso”, diz Chencinski.

7 dúvidas sobre a amamentação - 1 (© Foto: Thinkstock)

Hepatites

Se a mãe está infectada com a hepatite B, o bebê também deve ser imunizado contra a doença o mais cedo possível, após o nascimento. Vacinar a criança logo após o parto é altamente eficaz na prevenção da propagação do vírus da hepatite B da mãe para o bebê. Na verdade, a vacina contra a hepatite B é recomendada para todos os bebês, esteja a mãe infectada com hepatite B ou não.

“O vírus da hepatite B já foi detectado no leite humano, mas a amamentação não aumenta o risco de infecção do bebê. A infecção materna com o vírus da hepatite B é compatível com a amamentação e não há necessidade de retardar o começo da amamentação até que a criança seja imunizada contra a doença”, explica o médico.

A infecção materna com hepatite C também é compatível com a amamentação. Apesar de o bebê poder ser infectado com a hepatite C durante a gravidez ou o parto, os bebês amamentados não têm taxas mais elevadas de hepatite C do que crianças alimentadas com fórmulas. “A amamentação pode até mesmo ajudar a prevenir a propagação da hepatite C da mãe para o bebê, fornecendo anticorpos passados ​​para o bebê através do leite materno”, observa o pediatra, que também é autor do Blog Mama que te faz bem.

 

7 dúvidas sobre a amamentação - 1 (© Foto: Thinkstock)


Doenças rotineiras

Mesmo as mães mais saudáveis, por vezes, ficam doentes. “Se a mãe está temporariamente impedida pelo médico de amamentar por causa de uma doença grave ou enquanto estiver tomando certos medicamentos, ela deve manter sua produção de leite, retirando-o com uma bomba manual ou com uma bomba elétrica. Obviamente, este processo não se equipara à experiência da amamentação real, mas ainda assim é melhor que o bebê receba o leite de sua mãe do que leite doado por outrem ou fórmulas”, recomenda Chencinski.

Qualquer que seja a doença rotineira da mãe, é importante lembrar que ela não vai durar muito tempo e que a amamentação pode continuar por meses ou anos. “Usando uma bomba para manter a produção de leite, a mulher pode garantir uma relação de amamentação contínua com seu filho depois de se recuperar e por um longo tempo. Felizmente, doenças mais graves são raras e infecções simples mais comuns raramente interferem na capacidade de amamentar da mulher”, diz o pediatra.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545