Do site da Revista Crescer
O alimento é bom para diminuir a irritação na garganta, mas só pode ser dado para crianças com mais de um ano
Por Marcela Bourroul
13/06/2013
A sua avó já dizia: mel é bom pra tosse. De fato, ele pode ser um aliado na hora de diminuir o desconfort da criança, mas há algumas restrições. Segundo o pediatra Eduardo Troster, do Hospital Albert Einstein (SP), o mel alivia a irritação da garganta - que pode fazer com que a tossse se repita -, mas não acaba com ela. “A tosse é um sintoma, não uma doença”, afirma. Ou seja, se seu filho estiver tossindo porque o ar está muito seco ou porque pegou um resfriado, o mel não vai sumir com o problema.
Para Yechiel Moises Chencinski, pediatra e homeopata, o mel é um coadjuvante no tratamento. “É preciso tomar cuidado para não usar apenas o mel e deixar o tratamento correto para depois. O médico deve ser consultado antes que a tosse piore, e é ele quem irá determinar se o mel basta, se é preciso fazer inalação ou tomar algum remédio”, diz. A recomendação também vale para quem tem problemas alérgicos, como asma. O mel está liberado, desde que não substitua os remédios indicados pelo médico.
Outra coisa que é preciso saber é que a tosse é um mecanismo para limpar o pulmão. “Os pais ficam angustiados com a tosse, e é compreensível, mas é importante que eles não tentem freá-la a todo custo”, explica Troster. Isso porque, se o organismo está querendo se livrar do catarro, é preciso deixar que ele saia enquanto se investiga a causa do problema. Nesse caso, dar bastante água para a criança é o melhor a ser feito. Ao hidratar, o catarro fica mais fluido e sai mais fácil.
Em tese, o mel é uma substância natural e não faz mal para ninguém. Mas não é bem assim. Crianças com menos de 1 ano não podem consumir o produto, porque seu organismo ainda não tem proteção contra a bactéria Clostridium botulinum, que pode estar presente no mel e é responsável pela transmissão do botulismo, doença que atinge os nervos e músculos e pode até matar.
Outra restrição é em relação a quem tem alergia a pólen e picada de insetos. De acordo com o imunologista e alergista Ricardo Martins de Souza Queiroz, do Hospital São Cristóvão (SP), essas pessoas podem apresentar intolerância ao mel.
Os pais também precisam ficar de olho para o alimento não se tornar um adoçante. Colocar no leite quando a criança está resfriada pode se tornar um hábito e fazer com que ela se acostume com o sabor adocicado e não aceitar mais o leite puro. E, claro, sempre que o mel for ingerido antes de dormir é preciso escovar os dentes. “O mel é doce e um potencial causador de cáries”, alerta Chencinski.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545