Do site Bolsa de Bebê / Bolsa de Mulher
14/06/2013
Provavelmente, uma criança terá muito mais resfriados ou infecções das vias respiratórias superiores do que qualquer outra doença durante a infância. Nos primeiros dois anos de vida, a maioria delas pode ter entre oito e dez resfriados ao ano. Se estiver na creche, ou se houver outras crianças mais velhas, em idade escolar, na mesma casa, o número pode aumentar ainda mais, pois as constipações se espalham facilmente quando há contato próximo. “Mas a maioria dos resfriados desaparece por si só, sem provocar danos ou doenças mais sérias”, afirma o pediatra Moises Chencinski.
Por isso, é preciso ter cuidado com os medicamentos que a criança irá ingerir. Uma pesquisa da Universidade de Michigan divulgada recentemente revelou que mais de 40% dos pais relatam dar aos seus filhos menores de idade medicamentos para a tosse e remédios para resfriados que eles não deveriam usar. Os pesquisadores norte-americanos alertam que os efeitos colaterais do uso de medicamentos para tosse e resfriado em crianças podem incluir reações alérgicas, aumento da frequência cardíaca, sonolência ou insônia, respiração lenta e superficial, confusão ou alucinações, convulsões, náusea e constipação.
O pediatra explica que a ingestão de medicação desnecessária pode ser evitada através do reconhecimento dos sinais e dos sintomas que são parte do curso habitual dos resfriados. Os mais comuns são: corrimento nasal (em primeiro lugar, um corrimento claro e, mais tarde, um mais grosso); espirros; febre moderada, em particular à noite; diminuição do apetite; dor de garganta e, talvez, dificuldade para engolir; tosse; irritabilidade; e gânglios um pouco inchados. Segundo o médico, se a criança tem um resfriado comum, sem complicações, os sintomas devem desaparecer gradualmente entre cinco/sete dias. “Infelizmente, o tratamento do resfriado comum se resume a melhora das condições gerais e remédios para os sintomas. Antibióticos podem ser usados para combater infecções bacterianas, mas não têm efeito sobre o vírus, por isso o melhor que uma mãe pode fazer é oferecer conforto ao filho, para que ele se recupere. É preciso certificar-se de que a criança está repousando e ingerindo líquidos em quantidades apropriadas”, diz.
Ele destaca também que medicamentos de venda livre (OTC) para tosse e resfriado não devem ser dados a bebês e crianças menores de dois anos de idade devido ao risco de efeitos colaterais potencialmente fatais, sem que um pediatra seja consultado antes. “Vários estudos mostram que medicamentos para resfriado e tosse não funcionam em crianças menores de seis anos e podem ter efeitos colaterais potencialmente graves. É preciso ter em mente que a tosse limpa o muco do trato respiratório, e normalmente, não há nenhuma razão para suprimi-la”, explica.
Se a criança está tendo dificuldade para respirar ou ingerir líquidos por causa da congestão nasal, é recomendado limpar o nariz com soro fisiológico em gotas ou spray. “Nunca utilize gotas nasais que contenham qualquer medicamento, somente gotas nasais salinas normais recomendadas pelo pediatra”, diz. Colocar um umidificador no quarto também pode ajudar a manter as secreções nasais mais fluidas, proporcionando maior conforto à criança, mas o aparelho deve ser desligado após, no máximo, duas horas de uso.
Uma criança mais velha com um resfriado geralmente não precisa ir ao médico, a menos que a condição se torne mais grave. “Mas, se ela é mais novinha, ao primeiro sinal da doença, o pediatra precisa ser consultado. Com um bebê, os sintomas podem ser enganosos e o que parece ser um simples resfriado pode ser o princípio de doenças mais graves que podem evoluir rapidamente, como a bronquiolite, otites ou pneumonia viral”, alerta o pediatra.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545