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Obesidade Infantil. Uma epidemia global

Do site da Revista City Penha

O Ministério da Saúde informa: uma a cada três crianças entre 5 e 9 anos está acima do peso, ou seja, no caminho para a obesidade! Em 1974 apenas 1,4% das crianças eram obesas, hoje 16% dos meninos e 11,8% das meninas já são obesos.

Edina Ap. T. Trovões - Nutricionista – CRN3-1579 (edina.trovoes@terra.com.br)

23/07/2013

Esse dado é assustador. As crianças estão ficando obesas bem na frente dos olhos dos pais, familiares, professores e médicos, e se não houver mudanças no estilo de vida e nos hábitos de alimentação, elas serão adultos obesos, e apresentarão as complicações desta doença, tais como: pressão alta, dislipidemias ou gordura no sangue (colesterol e triglicérides alto), diabetes, apneia do sono, ronco, risco aumentado de desenvolver certos tipos de câncer e problemas ósseos.

Hoje, 50% dos adultos no Brasil estão acima do peso saudável. Logo, se essa tendência se mantiver entre as crianças, a próxima geração de adultos estará com a saúde comprometida. O Dr Neal Halfon, médico pediatra e diretor da Univ. da Califórnia, vai além dessa previsão. Em um estudo com 43.000 crianças, ele conclui que as obesas já estão doentes hoje, alegando que a obesidade não é um problema apenas para a vida adulta.

Crianças obesas possuem uma maior tendência para problemas emocionais e comportamentais, maiores taxas de repetência, alta abstenção na escola e outros problemas escolares, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, transtornos de conduta, depressão, dificuldades de aprendizagem, problemas ósseos, articulares e musculares, asma, alergias, dores de cabeça e infecções de ouvido.

Mas, afinal de contas, por que as crianças estão ficando obesas?

Difícil dizer qual é o principal motivo. Sabe-se que é a somatória de vários fatores: consumo de produtos industrializados, que são ricos em açúcar, gorduras e sal, como biscoitos, bolos, iogurtes, nuggets, hambúrguer, salsicha, linguiça, salgadinhos, sucos e refrigerantes, associados ao fato delas estarem mais sedentárias – ficam de 3 a 4 horas em frente à televisão, computador, vídeo game – e vale lembrar que o hábito de assistir TV induz ao consumo de alimentos.

Existem ainda fatores genéticos. Filhos de pais obesos têm mais chance de serem obesas, além de outros indutores, como o não aleitamento materno, a introdução de alimentos antes do 6° mês de vida, uso de certos medicamentos, estresse emocional e o fato das lanchonetes estarem fazendo as porções cada vez maiores, contribuindo para aumento do peso.

Como corrigir e evitar a obesidade infantil?

É muito mais fácil prevenir do que remediar, diz um velho ditado.

“Nenhuma criança (pelo menos até seus 4 anos de idade) come o que não lhe é oferecido ou não está ao seu alcance”, diz o pediatra Dr Moises Chencinski.   Até os quatro anos evite apresentar e oferecer alimentos industrializados, como bolacha, bolos, lasanha, macarrão instantâneo, salgadinhos, sucos, refrigerantes, pois eles são supersaborosos e acabam alterando o paladar da criança, que depois acha a “comida sem graça”.

Ofereça legumes e frutas diariamente, negocie o tempo de televisão e computador, faça a criança brincar e gastar energia. Procure dar as refeições em horários regulares, evitando jejum prolongado, e ajude-a a criar o hábito de comer assim que acordar, isso diminuirá seu apetite à noite.

São atitudes simples e saudáveis, no dia a dia, que diminuem o risco para a obesidade.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545