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Automedicação? NEM PENSAR!!!

Essa é uma prestação de serviços, baseada em perguntas que me fizeram para uma matéria há 1 ano.
Como ela não saiu na íntegra, mas as perguntas são bem abrangentes, acho importante divulgar para todos.

06/10/2013

Quais os principais riscos da automedicação?
Quando sua geladeira quebra ou seu carro para na rua sem explicação (mas com tanque cheio) você, por acaso, se anima em consertar?
Entre as vezes que você tentou, quantas delas você resolveu de fato o problema?
Imagine isso transportado para o corpo humano, que tem suas particularidades, suas características e, associado a isso, uma substância desconhecida que será colocada dentro desse corpo para "consertá-lo".
Além de pensar na automedicação (conhecida), a "auto-desmedicação" também tem um papel importante na falha do tratamento médico. O paciente sente-se melhor e "resolve" suspender o tratamento por conta própria, sem saber os males que essa atitude pode provocar.
Alopatia, homeopatia, fitoterapia não devem ser utilizadas (e nem suspensas) sem orientação médica.

Por que as pessoas desenvolveram esse costume?
Várias são as possíveis causas desse tipo de hábito.
Citando duas das mais comuns:
Questões culturais – Os chás, implastros entre outros tratamentos alternativos que eram inócuos (não faziam mal), usados desde os tempos antigos, passados de geração a geração, supriam essa falta de médicos.
Dificuldade de acesso a serviços de saúde – não era comum haver médico em todas as cidades e ainda há muitos locais em que esse acesso é muito difícil. O custo do tratamento (pagamento de convênios, remédios, internações) não é acessível a toda a população e o atendimento público não é, pelo menos por enquanto, o mais adequado em todo o país. 

Em que situações, as pessoas podem tomar remédios simples como analgésicos ou antigripais, por exemplo, sem passar por uma consulta médica?
Nenhuma situação justifica auto-medicação. Mesmo em caso de risco de morte e, talvez até principalmente aí, ninguém deveria indicar remédios, mesmo que simples, a não ser que seja da área médica ou de saúde e que esteja habilitado a medicar. 
Todos os medicamentos têm contra-indicações, efeitos colaterais ou, pelo menos, efeitos indesejáveis.
Assim, apenas o médico está habilitado a indicar tratamento medicamentoso.
Você entraria em um avião dirigido por um motorista de ônibus?
(Nada contra o motorista de ônibus, mas ele também sabe dirigir, só que não está habilitado a pilotar aviões).

Quais os casos mais graves de automedicação?
Todo caso de auto-medicação é potencialmente grave. Evidentemente, a utilização de medicamentos de prescrição restrita (tarja preta, por exemplo) pode levar a quadros mais importantes.

Que atitude deve ser tomada em situações de intoxicação provocada por automedicação?
Em casos de auto-medicação ou não, todo caso de intoxicação deve ser tratado por médicos.
Crianças podem se intoxicar tomando medicamentos ao seu alcance como curiosidade, chupando achando que são balinhas, por exemplo. 
Como não é possível saber a conseqüência da intoxicação, o médico deve ser sempre consultado para uma orientação adequada. 
Se houver risco de morte, o pronto socorro deve ser procurado o mais rapidamente possível.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545