Do site Bolsa de bebê / Bolsa de mulher
A tosse em criança é um dos sintomas mais comuns entre os pequenos e um dos que mais levam pais a procurar os médicos e até mesmo os prontos-socorros durante a madrugada. Em recém-nascidos, ela costuma se manifestar em situações especiais. E quanto mais nova for a criança, maior a atenção e a rapidez necessárias para a avaliação do quadro.
por Mariana Bueno
10/10/2013
Por que o bebê tosse?
“A tosse é uma defesa mecânica do organismo na tentativa de eliminar algum agente que esteja atacando nosso organismo e provocando um tipo de processo inflamatório”, explica o pediatra e homeopatia Moises Chencinski.
As causas da tosse em bebês são variadas, e podem ser desde problemas respiratórios, infecciosos, digestivos, ou, normalmente, só um sintoma do aparelho respiratório de uma patologia mais geral.
Ela também pode aparecer em situações simples, como quando o bebê engasga na adaptação ao aleitamento materno, ou por um “corpo estranho”, como um fiapo da mantinha ou da luva que o bebê pode chupar, por exemplo. “Entre os quadros mais comuns podemos citar as infecções de vias aéreas superiores”, afirma.
Infecções que causam tosse em bebês
Resfriado
“É uma infecção provocada por vírus, com tosse que pode se acompanhar de coriza (nariz escorrendo) normalmente hialina (clarinha), espirros, lacrimejamento, obstrução nasal (narizinho entupido). A febre nem sempre aparece nos bebês com resfriados, mas, se ocorrer, é baixa. O quadro é rápido, leve e não costuma afetar o estado geral da criança. Não há vacina contra resfriados”.
Gripe
“É diferente do resfriado tanto pelo seu agente causal (vírus influenza tipo A e B, para influenza, que podem sofrer mutações a cada surto) quanto pelos sintomas da gripe nos bebês, que são febre muito alta, aguda, prostração, cansaço, falta de apetite, podendo chegar a um quadro de pneumonia e até morte. Ela evolui em surtos e requer vacinação preventiva, que pode mudar a cada ano devido à característica de mutação e sazonalidade das epidemias.”
Coqueluche
“A tosse da coqueluche é bem característica (conhecida como tosse quintosa), por vir em surtos e ataques e levar à falta de ar. A criança pode ficar roxa, e termina com uma inspiração forçada após a crise. A doença era pouco frequente, mas voltou há alguns anos, devido à perda de ação da vacinação após 10 anos de sua aplicação (última dose aos 5 anos).
Assim, os adolescentes e os adultos passaram a ser suscetíveis, e as maiores vítimas são as crianças até 1ano que não complementaram seu esquema vacina. Por isso, a orientação atual é a vacinação de todas as gestantes no 3º trimestre de cada gravidez, mesmo em mães que já tenham sido vacinadas em gestações anteriores. Essa prática protege os bebês até 2 meses dos riscos graves.”
Bronquiolite
“É outro quadro viral, que tem a característica de começar por um resfriado, com coriza por 3 a 4 dias, e então acontece a dificuldade respiratória com chiado de pulmão acompanhado de febre, tosse, falta de ar, que se agrava nos primeiros 4 dias, estabiliza por uma semana e leva mais uma semana para sumir. É um quadro arrastado, que pode se agravar quanto menor a criança e exigir internação para hidratação e oxigenação.”
Laringite
“Conhecida como ‘tosse de cachorro‘, seca, irritativa, provocada pela inflamação da laringe e das cordas vocais, podendo levar até a um quadro grave de sufocação. A sensação, normalmente, é muito mais grave do que o quadro, pelo tipo da tosse, com rouquidão.”
Alergias
“Podem acontecer mais tardiamente, mas são raras em recém-nascidos e bebês pequenos. A chamada ‘marcha alérgica’ começa, hoje em dia, por alergia alimentar, evolui para dermatite, bronquite e depois rinite. A tosse pode aparecer nas duas últimas fases, normalmente desencadeada por agentes climáticos (tempo, frio, seco, chuvoso) ou alergênicos (pelos de animais, alimentos, poeira, pólen). A tosse, nesses casos, depende do órgão acometido.”
Pneumonias
“Podem ser principalmente virais ou bacterianas, apesar de haver outros agentes com quadro que pode variar de gravidade, podendo exigir até internação, de acordo com as complicações. A tosse pode ser um sintoma, mas não é o mais importante nesse caso. A febre é um grande sinal de alerta.”
Em todos esses casos, a prevenção começa no pré-natal adequado e com as vacinações necessárias. Após o nascimento, a maior ferramenta de proteção continua sendo o aleitamento materno, além das vacinas. Havendo qualquer sintoma, um médico deverá ser consultado. “Nunca automedique ou desmedique um bebê num quadro desses, por mais simples que possa parecer. O contato com o pediatra ou uma ida ao pronto-socorro pode salvar uma vida”, finaliza.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545