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Desfazendo mitos – DVDs educativos estimulam as crianças a falar?

06/10/2013

Já imaginou se todos se desenvolvessem, pensassem, evoluíssem da mesma forma? E se todos torcessem para o mesmo time, gostassem das mesmas coisas? 

Um dos grandes e bonitos mistérios da natureza é a individualidade. Cada um de nós tem suas características que nos torna únicos.

Não é raro ouvir no consultório preocupação dos pais a respeito do desenvolvimento de seus filhos. Assim, se um primo anda antes, ou se um amiguinho já sabe falar, ou..., ou..., ou..., a ansiedade toma conta desses pais e, normalmente, busca-se algo para "ajudar" o bebê a evoluir.

E aí começam a aparecer alguns "milagres". Um deles surgiu há algum tempo com a idéia de que se colocássemos vídeos educativos para crianças pequenas, elas teriam um desenvolvimento acelerado.

Um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado no Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine em março de 2010 tentou avaliar se crianças de 1 a 2 anos de idade, vendo um desses vídeos (Baby Einstein – olha esse nome) teria alguma diferença em aquisição de fala.

Assim, 88 crianças nessa faixa de idade, foram divididas em 2 grupos e foi avaliada sua capacidade de linguagem (através de conversas com os pais e análise das crianças). Durante um mês e meio, um desses grupos assistiu esse DVD várias vezes por semana em casa.

A cada 2 semanas, as crianças passavam por nova avaliação, no estudo que foi realizado na Universidade da Califórnia.

Os estudos apresentaram 3 principais conclusões: 
- Não houve nenhum diferença significativa entre esses dois grupos de crianças, no que diz respeito a aquisição de linguagem; 
- Quanto mais novas eram as crianças quando começaram a ver TV, menos era seu vocabulário;
- A equipe não recomenda o uso da televisão em crianças abaixo de 2 anos de idade e sugere uma maior interação com os pais para esse desenvolvimento mais eficaz.

Esse é apenas um trabalho recente que serve como alerta. O que pode ajudar o desenvolvimento (bio-psico-físico-cognitivo-social) das crianças é o convívio mais constante com seus pais (dentro das possibilidades familiares).

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545