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Pediatra: cuidando de quem ainda sonha

Pra voar, pra brincar, nesse carrossel
Pra buscar, semear, estrelas lá no céu
Pra dormir, acordar e continuar
Viver é bem melhor pra quem souber sonhar

06/10/2013

Como não se encantar com quem sabe sonhar com tanta simplicidade e com tanta certeza, não é verdade?
Não há como sermos adultos sem termos sido crianças.
Mas em que pedaço desse "carrossel" essa nossa criança perdeu a capacidade de sonhar? 
A criança não é um adulto pequenininho. 
Existem características muito peculiares nesse ser, que muitos julgam em desenvolvimento, mas que os transformam em seres tão completos, tão únicos que me fazem questionar se nós, adultos, somos, de verdade, a sua evolução.
Um dos grandes mestres da Pediatria no Brasil (Professor Pedro de Alcântara) escreveu: 

"A Pediatria não é uma área de atividade dentro da Medicina: ela é toda a Medicina." 

Seguindo essa mesma idéia, a criança não é uma parte do desenvolvimento do adulto: ela é todo um ser humano completo.
Mas um ser humano que para se desenvolver necessita dos cuidados inerentes à sua fase de vida.
Cada criança é única. E é aí que reside parte de sua graça e de sua magia. E cada uma delas contém em si um universo próprio, também único. Não há como dissociar cada parte do desenvolvimento de uma criança. Quando está bem, a criança se desenvolve como um todo. Mas quando ela adoece, também adoece como um todo.
Aí surge a figura do Pediatra. Houve épocas em que ele era considerado o responsável pelo acompanhamento desses seres entre o nascimento e uma certa faixa de anos vividos, apenas no aspecto físico, orgânico. Assim como percebemos que hoje as crianças se desenvolvem de forma diferente do que o faziam há 30 anos, a pediatria também teve que acompanhar essa evolução.

Retomando palavras do Prof. Pedro de Alcântara: A ação pediátrica não se incia a partir do nascimento. Ela foi "retrogredindo" ao período de gestação e até antes desta, respectivamente com a Assistência Pré-natal e com o Aconselhamento Genético, aquela realizada normalmente pelo obstetra, este pelo geneticista, e valem como "prelúdios" da Pediatria.

Além disso, não há como pensar em cuidar de uma criança (desde a "barriga da mamãe" até o final da adolescência) sem que nos preocupemos com tudo aquilo que envolve seu desenvolvimento.
Cuidados com sua alimentação (aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida), proteção contra doenças (imunização adequada), seu desenvolvimento físico e neuro-psico-motor (puericultura) têm tanta importância quanto o acompanhamento da sua vida familiar, educacional e social.
Sem que o pediatra possa conhecer e contribuir em todos esses campos da vida da criança, será pouco provável que haja um crescimento e desenvolvimento global, sadio e que possa evoluir para um adulto íntegro, em sua saúde "bio-psico-física e social". 

Em 27 de julho, a especialidade médica Pediatria comemora a criação da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Muito já foi conquistado, mas ainda há muito por fazer. 
Devemos continuar a sonhar para podermos cada vez mais voar e brincar nesse carrossel.

P.S.: Os versos que abrem esse texto são da música Carrossel, da autoria de Eduardo Santhana e Juca Novaes, que faz parte do CD que acompanha o livro GERAR E NASCER um canto de amor e aconchego, da autoria do pediatra Yechiel Moises Chencinski e do ginecologista Eliezer Berenstein.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545