Do site da Academia Americana de Pediatria
A Academia Americana de Pediatria tem em seu site um FAQ (Frequently Asked Questions - perguntas frequentes) com um material bastante interessante que eu traduzi para vocês.
O calendário de vacinação na infância. Por que ele é assim?
06/10/2013
1) Quem decide sobre que vacinas as crianças precisam?
Todos os anos, especialistas em doenças e médicos que cuidam das crianças trabalham, em conjunto, para decidir as recomendações que melhor protegerão as crianças dos Estados Unidos. A agenda é avaliada cada ano baseada nos mais recentes dados científicos disponíveis. Se for necessário, as mudanças são comunicadas em janeiro.
A agenda é aprovada pela Academia Americana de Pediatria, pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) e pela Academia americana de Médicos de Família.
2) Como são determinadas a idade e a periodicidade das vacinas?
Cada dose vacinal é agendada de acordo com 2 fatores. Em primeiro lugar, é levado em conta a idade em que o sistema imunológico funcionará da melhor forma. A seguir, é considerada a necessidade de prover proteção a crianças na idade mais precoce possível.
3) Por que há tantas doses?
Pesquisadores estão sempre estudando o funcionamento vacinal. Para muitas vacinas, são necessárias 3 ou 4 doses para oferecer proteção total à sua criança. As doses precisam ser espaçadas para funcionarem melhor.
4) Por que o calendário é igual para todos? Não há crianças que não deveriam receber algumas vacinas?
A saúde de seu filho é muito importante para o médico dele. O calendário é considerado o ideal para crianças saudáveis mas pode haver exceções. Por exemplo, sua filha pode não receber certas vacinas se ela tiver alergia a um ingrediente da vacina ou se ela tiver um sistema imunológico enfraquecido por uma doença, uma condição crônica ou outro tratamento medicamentoso. Algumas vezes, uma vacina deve ser retardada por um curto espaço de tempo e algumas vezes nem deve ser dada. O seu pediatra se mantém atualizado sobre novas exceções no esquema vacinal. Essa é uma razão para seu pediatra fazer um histórico clínico completo em seu consultório e porque é importante para os provedores de cuidados de saúde de seu filho estarem familiaarizados com a história clínica de seu filho.
5) Por que as vacinas não podem ser espaçadas por um longo período? Há 25 vacinas recomendadas nos primeiros 15 meses de vida; por que não espalhar por 2 a 3 anos?
Primeiramente, você não gostaria que seu filho ficasse desprotegido por tanto tempo. Bebês são hospitalizados e morrem mais por algumas doenças, então é importante vaciná-los assim que possível e seguro.
Em segundo lugar, o esquema recomendado funciona melhor com o sistema imune da criança em determinadas idades e em épocas específicas. Não há trabalhos que mostrem que uma criança ficaria tão protegida contra as doenças com vários esquemas de vacinação. Também, não há uma razão científica que mostre mais segurança com o espaçamento das doses. Mas sabemos que qualquer tempo sem imunização é um tempo sme proteção.
6) Eu vi um outro esquema em uma revista que permite espaçar mais as doses. Ele foi desenvolvido por um pediatra. Por que eu não posso seguir esse esquema? Meu filho ainda seria imunizado em tempo para a escola.
Não há nenhum embasamento científico para esse esquema. Ninguém sabe como ele funcionaria para proteger seu filho de doenças. E se muitos pais, em qualquer comunidade, decidissem seguir esse esquema, as doenças poderiam se propagar mais rapidamente. Além disso, pessoas que estão muito doentes ou muito jovens para receber a vacinação serão expostas a um maior risco por estarem cercados de crianças não vacinadas.
Por exemplo, seguir um esquema alternativo poderia deixar sem a proteção completa contra poliomielite até a idade de 4 anos. Seria necessário apenas um caso de pólio nos Estados Unidos para que a doença reapareça nesse país. Esse esquema também retarda a vacina de sarampo para os 3 anos. Nós já vimos epidemias de sarampo em algumas partes do país porque crianças não foram vacinadas. Essa é uma doença altamente contagiosa que causa graves problemas, até a morte.
A razão que nos faz recomendar as vacinas dessa forma é que crianças são mais vulneráveis a essas doenças. Pediatras querem que os pais tenham informação confiável, completa e científicamente comprovada para que eles possam tomar a melhor decisão sobre a vacinação de seu filho.
7) Não é possível que meu filho tenha imunidade natural a uma ou mais doenças? Se ele tiver, ele não poderia deixar de tomar essa vacina?
Testes que checam a imunidade a certas doenças não funcionam bem em crianças jovens.
8) Dar tantas vacinas em uma consulta não sobrecarrega o sistema imune de uma criança?
Bebês e crianças são expostos a muitos germes diariamente só por brincar, comer e respirar. O seu sitema imune combate esses germes, também chamados antígenos, para manter o corpo saudável. A quantidade de antígenos que a criança combate diariamente (2.000 a 6.000) é muito maior do que os antígenos em qualquer combinação de vacinas do atual esquema (150 por todo o calendário vacinal). Assim, o sistema imune das crianças não é sobrecarregado pelas vacinas.
9) Não há vacinas aplicadas aos 9 meses, ou pode haver a vacina de gripe ou multivacinação das vacinas que não foram aplicadas. Por que não aplicar algumas nessa visita ao invés de aos 6 ou aos 12 meses?
Esperar até 9 meses deixaria a criança desprotegida para algumas doenças, mas 9 meses é muito cedo para algumas vacinas aplicadas entre 12 e 18 meses. Por exemplo, é muito precoce para as vacinas vivas de sarampo, caxumba, rubéola e catapora, já que algumas crianças podem ainda ter uma pequena proteção transmitida pela mãe na gestação e essa proteção poderia dimininuir a eficiência dessas vacinas.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545