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Ninguém vai ganhar a Copa sem vacinação em dia

Do portal Sentir Bem

Ainda existe quem seja contra vacina e tenha dúvidas sobre sua importância. Ainda existe gente que acredita que todas as doenças são inventadas para vender remédios e vacinas.

13/05/2014

Ainda existe quem ache que homeopata não indica e é contra a vacina. Isso não é verdade. É só olhar o que diz a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) em sua homepage e em matéria à parte, recomendando a vacina como regra para os homeopatas.

Em que mundo estranho nós vivemos, não é mesmo?
Parece que tudo evolui: a mídia, a TV, os computadores, as indústrias alimentícias, os carros, metrôs, poluição, mais doenças...

Por que ainda temos que lutar para convencer a todos, envolvidos ou não, sobre a importância do aleitamento materno, do vínculo familiar, dos cuidados básicos de higiene pessoal (lavar as mãos, por exemplo, para evitar contaminação pelo H1N1), dos cuidados básicos de higiene ambiental (evitar acumular água em vasos e caixas d’água abertas, por exemplo, para evitar a dengue)?

E com a vacinação não é diferente. Nosso mundo padece, a cada dia, de uma nova enfermidade provocada por inúmeros fatores. E não satisfeitos com isso, ainda aceitamos, sem lutar, que doenças “velhas e quase extintas”, e que são passíveis de prevenção, reapareçam.

Eu poderia citar algumas questões relacionadas ao H1N1, ao HPV, que têm proteção vacinal, mas enfrentam resistência de grupos radicais ativistas e a desinformação tanto da população quanto de profissionais da saúde.

Poderia falar de doenças que não têm proteção vacinal, como a dengue, por exemplo, que seria evitada com atitudes simples de cidadania e de respeito ao próximo, bastando, apenas, evitar as águas paradas que colaboram com a proliferação do Aedes (mosquito responsável pela contaminação). Vale lembrar que a dengue não é contagiosa, ou seja, cada indivíduo com a doença foi picado por um mosquito contaminado.

Parece que estamos voltando aos tempos de Oswaldo Cruz, que em 1904, quando era Diretor-geral da Saúde Pública do Brasil, e já diretor do recém-criado Instituto Soroterápico Federal (1900), que viria a se transformar na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), organizou campanhas para erradicação da peste bubônica, da febre amarela e da varíola no Rio de Janeiro.

Na época, Oswaldo Cruz, bacteriologista e médico sanitarista, organizou uma operação com os batalhões “mata-mosquitos” que eliminariam os focos dos insetos que transmitiam as doenças (especialmente a febre amarela). Com o apoio do então Presidente da República, Rodrigues Alves, foi decretada a obrigatoriedade da vacinação (31/10/1904) e essa atitude provocou uma grande revolta do povo e de militares. A cidade viveu então, entre 10 e 16 de novembro de 1904, a Revolta da Vacina, com violentos conflitos urbanos.

A maioria da população desconhecia o funcionamento das vacinas e seus efeitos positivos e se negaram a receber as visitas de agentes de saúde, até com violência física. Houve ataques e depredação de prédios públicos, lojas, bondes. Foi decretado estado de sítio na cidade do Rio de Janeiro, controlou-se a revolta com presos, feridos e mortos. A campanha prosseguiu e aí a varíola foi controlada com diminuição progressiva a cada ano, sendo que em 1906 não houve casos da doença. Em 1908, a cidade foi atingida pela mais violenta epidemia de sua história e aí, diferente da revolta anterior, o povo correu para ser vacinado.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545