Do site Difundir
O que a maioria das pesquisas sugere é que os medicamentos homeopáticos proporcionam um meio frequentemente eficaz e extremamente seguro de tratamento para pacientes com alergias respiratórias
por Márcia Wirth
21/11/2014
A palavra "alergia" nem sequer existia há um século, e ainda, as alergias respiratórias são hoje a quinta doença crônica nos EUA, sendo a terceira doença crônica mais comum entre crianças menores de 18 anos de idade. Estima-se que, enquanto um em cada sete americanos tinha alergia respiratória em 1950, agora esse número é passou para de um em cada quatro . No Brasil, calcula-se que 30% da população tenha algum tipo de alergia. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), a rinite atinge 30% e a asma 10% das pessoas.
A Alergologia ou Alergoimunologia é a especialidade médica que normalmente utiliza pequenas doses de um alérgeno de modo a dessensibilizar uma pessoa contra essa substância capaz de desencadear uma reação alérgica. “Este conceito de utilização de pequenas doses do que poderia causar um problema, a fim de ajudar a prevenir ou curar uma pessoa é uma antiga em todo o mundo. Esta é a base do medicamento homeopático”, afirma o homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).
Portanto, não é surpreendente que um dos três médicos que fundaram a Academia Americana de Alergia fosse um médico homeopata de San Francisco, Grant L. Selfridge. Outra nota pequena e esquecida na história da Medicina envolve um médico homeopata da Escócia, CH Blackley que, em 1871, foi o primeiro a identificar o pólen como a causa da febre do feno (reação alérgica ao pólen de algumas plantas, em especial gramíneas, constituintes do feno, e árvores).
"Como os homeopatas contam com uma história de vanguarda na pesquisa médica, é particularmente apropriado e até mesmo previsível que esses profissionais liderassem o caminho de pesquisas no campo da alergia. Assim, o princípio primário do tratamento moderno da alergia é derivado do princípio homeopático de tratar pelo semelhante", afirma o homeopata.
As alergias respiratórias representam a condição onde existe uma base de pesquisa relativamente forte para o tratamento eficaz com medicamentos homeopáticos. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Glasgow publicou quatro estudos, três dos quais foram publicados no BMJ (British Medical Journal) e um no Lancet, duas revistas médicas altamente respeitadas.
Cada estudo foi randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Cada ensaio utilizou um preparado homeopático oral. Os dois primeiros testes envolveram pacientes com febre do feno - Potent placebo or potency?: A proposed study model with initial findings using homœopathically prepared pollens in hayfever e Is homoeopathy a placebo response? Controlled trial of homoeopathic potency, with pollen in hayfever as model - onde foram dados aos pacientes placebos ou doses homeopáticas de 12 flores comuns, que provocam alergia nas pessoas.
O terceiro estudo envolveu pacientes com asma, em que os participantes foram submetidos a testes de alergia convencionais para determinar a que substância eles eram mais alérgicos. Metade dos pacientes recebeu um placebo e metade recebeu uma dose homeopática da substância a qual eles eram mais reativos (o alergeno mais comum foi "ácaro").
O quarto estudo envolveu o tratamento de pacientes que sofrem de rinite alérgica perene (um termo técnico amplo para as alergias respiratórias que não são sazonais). Assim como no estudo anterior, metade dos pacientes recebeu um placebo, enquanto a outra metade recebeu uma dose homeopática de qualquer substância a qual essa pessoa era mais alérgica. Os pacientes que receberam o medicamento homeopático experimentaram uma melhora significativa no fluxo inspiratório nasal comparável com a melhora geralmente experimentada por pacientes que receberam drogas esteroides, mas sem efeitos colaterais.
“Ao avaliar os quatro ensaios juntos (havia 253 pacientes em todos os ensaios clínicos), houve uma percentual de melhora em 28% em indivíduos que fizeram uso de medicamentos homeopáticos contra uma melhora de 3% em indivíduos do grupo placebo”, informa Chencinski.
Seguindo os passos da pesquisa acima, foi realizado um ensaio clínico de 4 semanas, duplo-cego, comparando preparados homeopáticos com placebos na área metropolitana de Phoenix, EUA, durante a temporada de alergia regionais: de fevereiro a maio. Ao grupo de tratamento foi dado um preparado homeopático de alergenos comuns na região Sudoeste dos EUA. O estudo reuniu 40 homens e mulheres, com idades entre 26-63 anos, com diagnóstico de moderados a graves sintomas de rinite alérgica sazonal.
Além da pesquisa acima mencionada, um grupo de pesquisadores alemães realizou ensaios clínicos controlados anuais, usando um único medicamento homeopático (Galphima glauca) em mais de 1.000 pacientes que tinham febre do feno. Os últimos seis ensaios clínicos foram randomizados, duplo-cego e controlados por placebo. Estes estudos mostraram consistentemente os benefícios do tratamento homeopático, em comparação com os pacientes que receberam um placebo.
Deve-se reconhecer que nem todas as pesquisas confirmaram o sucesso no tratamento das alergias respiratórias, utilizando medicamentos homeopáticos. Por exemplo, um estudo testou doses homeopáticas de bétulas para tratar pessoas com alergia ao pólen da árvore de vidoeiro, mas tal tratamento não demonstrou ser mais eficaz do que um placebo.
“O que a maioria das pesquisas sugere é que os medicamentos homeopáticos proporcionam um meio frequentemente eficaz e extremamente seguro de tratamento para pacientes com alergias respiratórias. Além disso, devido à segurança amplamente reconhecida dos medicamentos homeopáticos, faz sentido considerar métodos seguros antes de recorrer a tratamentos mais arriscados”, observa o médico.
Segundo Moises Chencinski, as opções de tratamento homeopáticas prestam um atendimento seguro e eficaz para pacientes que sofrem de alergias respiratórias. “O importante é que o paciente procure um médico homeopata, que irá prescrever um medicamento homeopático, altamente individualizado para a composição genética do paciente, considerando seu histórico de saúde pessoal e a totalidade de sintomas físicos e psicológicos. A experiência clínica comumente observa resultados, a longo prazo, nesse tipo de tratamento”, diz.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545