Do site Chris Flores
Doença pode desencadear uma série de problemas, como colesterol alto, triglicérides e distúrbios psicológicos
25/11/2014
Vocês têm acompanhado meus relatos como pediatra e homeopata sobre um congresso médico do qual participei recentemente. Temas como amamentação e cólica no bebê, bem como problemas de refluxo e diarreia. Hoje trago outro assunto importante: a obesidade infantil e algumas de suas consequências mostrando, por exemplo, a importância cada vez maior da questão do colesterol e triglicérides em idades cada vez mais precoces.
Obesidade é um desequilíbrio do metabolismo energético que resulta em acúmulo da gordura corporal. Cerca de 95% dos obesos apresentam uma fonte de causas proveniente de muitos fatores em associação (genéticos, ambientais – estilo de vida, hábitos alimentares inadequados, comportamentais) – É a chamada obesidade primária.
Apenas 5% dos quadros de obesidade têm causas endócrinas (problemas de tireoide, por exemplo) ou síndromes genéticas, entre as doenças que as causam – conhecida como obesidade secundária.
Essa observação assume importância quando pensarmos em como tratar os quadros de obesidade e percebermos que a abordagem precisa ser multifatorial e multiprofissional.
Eu também acho sempre relevante lembrar as repercussões dos quadros de obesidade (como foi muito bem pontuado na aula) que vão muito além, apenas das questões relativas apenas ao peso e que aumentam a importância da abordagem precoce nesses casos:
- Prejuízos psicossociais (apelidos, isolamento social, depressão, bullying);
- Problemas posturais e articulares;
- Alterações dermatológicas (estrias, infecções em dobras, transpiração);
- Distúrbios respiratórios (apneia do sono, ronco, insônia);
- Dislipidemias (aumento de triglicérides e baixa de HDL – o bom colesterol);
- Alterações do metabolismo da glicose (resistência à insulina, diabetes tipo 2);
- Doença gordurosa do fígado não alcoólica (esteatose que aparece nos atuais exames de ultrassom);
- Síndrome de ovários policísticos (que aparecem nas meninas adolescentes e podem levar a alterações hormonais).
Até pela dificuldade de reconhecimento e aceitação de sobrepeso dos pais em seus filhos (estudos mostram até 75% de “falha de observação”), pela dificuldade de abordagem e tratamento, a prevenção continua sendo o melhor caminho e deve envolver toda a sociedade (família, escola, órgãos governamentais, mídia, indústria de alimentos, profissionais de saúde) que ajude a modificar o “ambiente patológico” que favorece a instalação da obesidade em indivíduos geneticamente predispostos.
O quadro de dislipidemia (alteração no colesterol e/ou triglicérides) pode ser primário (sem outra causa clínica, como por exemplo, o quadro familiar). Isso justificaria, por exemplo, o “magro” com problemas de colesterol e/ou triglicérides (“herança”).
Mas esse quadro pode ser secundário a:
- Estilo de vida: Dieta, inatividade física, tabagismo, obesidade ou anorexia
- Doenças: diabete tipo 1 e 2, distúrbios hormonais (hipotireoidismo), tratamento de neoplasias, obesidade, anorexia, entre outras.
- Medicamentos: corticosteroides, ácido retinoico, estrógenos exógenos, drogas imunossupressoras (ciclosporina), inibidores de protease antiviral HIV, betabloqueadores, testosterona, contraceptivos orais (anticoncepcionais), esteroides anabólicos.
Quadros de colesterol e/ou triglicérides pode acometer a faixa pediátrica (especialmente acima de 2 anos de idade). Com o passar dos anos e, se não tratada, pode aumentar o risco de doença cardiovascular.
Assim, pelos riscos envolvidos, quanto antes se fizer o diagnóstico e antes se intervir (das formas possíveis), melhor o prognóstico. E a melhor forma continua sendo a prevenção, com alimentação adequada, estilo de vida saudável, atividade física regular, evitar tabagismo, tudo isso, mesmo para crianças
E, muitas vezes, especialmente em quadros familiares, a coleta de exames precocemente (após os 2 e antes dos 10 anos de idade) pode ser necessária, seguindo os critérios definidos nessas diretrizes.
Essa vale uma menção. Segundo as recomendações da American Heart Association (AHA – Associação Americana de Cardiologia):
- Orientar “não experimentar”.
- Não exposição em ambientes que existam fumantes (passivos).
- Cessar hábito imediatamente do fumante.
Segundo, também, as recomendações da American Heart Association (AHA – Associação Americana de Cardiologia).
Atividades diárias:
- 1 hora/dia lúdica (prazer).
- 30 minutos de atividade moderada/dia. Atividade física treinamento.
- Redução tempo diário sedentário (no máximo - 2 horas/dia – isso vale para TV, videogame, computador, telefone).
Muita informação importante para ser digerida (mas sem gordura e/ou açúcar e/ou sal em excesso... rsrsrs).
7ª aula – Obesidade: diagnóstico e tratamento – Dra. Maria Arlete Meil Schimith Escrivão
8ª aula – Dislipidemia na infância – Dra. Fernanda Luísa Ceragiolo Oliveira
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545