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Refluxo, vômito, constipação ou diarreia... Como enfrentar tais situações com seu filho

Do site Chris Flores

Casos assim deixam os pais aflitos. Entenda por que acontecem e como resolver da melhor maneira

18/11/2014

Problemas digestivos mais bastante comuns em crianças

Olá, mamães, tudo bem?

Uma situação que pode ocorrer com bebês e crianças e que deixa os pais aflitos está relacionado com transtornos do sistema digestório. Tanto é verdade que o assunto foi tema de um congresso de pediatria do qual participei recentemente e aproveito para compartilhar com vocês as últimas novidades.

 

Vômitos em Pediatria

Vômitos e febre são os sintomas mais comuns na área de pediatria. Independente das causas, os vômitos precisam de um tratamento rápido, porque criança que vomita, além de não conseguir se hidratar, perde líquidos, aumentando o risco de desidratação e outras consequências agudas.

Mesmo assim e mesmo na urgência, a AUTOMEDICAÇÃO deve ser evitada. Os efeitos colaterais de medicação para vômitos (antiieméticos), além de poderem trazer problemas adicionais ao paciente, muitas vezes mascaram sinais clínicos que podem ser fundamentais para o diagnóstico e do tratamento adequado.

Qual a diferença?

NÁUSEA – desagradável sensação subjetiva associada com desejo de vomitar ou em que o ato do vômito é eminente. Tem duração variável, manifesta-se frequentemente “em ondas”.

VÔMITO – é a expulsão forçada do conteúdo do estômago, acompanhada por forte e continuada contração dos músculos abdominais, pelo rebaixamento do diafragma e não para, muitas vezes, mesmo após o esvaziamento gástrico (quando a criança “já colocou tudo pra fora”), que se persiste, mesmo sem nada colocado para fora, é conhecido como VÔMITO SECO.

Refluxo gastroesofágico (RGE) em lactentes

Seu bebê costuma regurgitar logo após as mamadas? Este é outro motivo de pânico para muitas mamães. Chamado de refluxo gastroesofágico em lactentes, ou RGE (fisiológico), afeta 60% das crianças até seis meses e em até 20% das crianças até um ano de idade, sem interferir no crescimento e sem necessidade de tratamento ou preocupação. Tema dos mais atuais, dos mais controversos e dos mais difíceis de diagnosticar e tratar.

Vou começar pelas conclusões da aula:

- Sintomas de RGE (fisiológico) são comuns em lactentes e o pediatra deve estar atento a todos os sinais que possam indicar DRGE (Doença).
- Há uma tendência de melhora dos sintomas com o transcorrer de algumas semanas.
- Medidas não farmacológicas de tratamento não devem ser esquecidas (postura, correção da dieta).

Essas são informações que eu já passo há algum tempo para pacientes, não pacientes (através das consultas, do site, do facebook, etc.).

Nenhum exame (RX constrastado – EED, cintilografia, ultrassonografia, pHmetria esofágica de 24 horas, endoscopia) dá diagnóstico de certeza da doença. Além disso, os exames não diferenciam RGE (fisiológico) de DRGE (doença).

Não há tratamentos clínicos adequados, seguros, eficazes e definitivos para o tratamento de DRGE (procinéticos, antiácidos, inibidores de bomba de prótons – nomes difíceis mas incluem todos os medicamentos usados hoje).

Mesmo drogas que já tinham sua indicação mais aceita, após estudos comparativos (até com placebo), não mantiveram suas indicações.

E se o bebê os criança sofre com o intestino preso?

A constipação intestinal se caracteriza pela eliminação de fezes endurecidas, com dor, esforço ou dificuldade, associada ou não com comportamento de retenção (cruzar as pernas para não evacuar ou de cócoras sentando sobre o calcanhar), escape fecal (perda de fezes pela presença de grande volume fecal impactados no reto ou cólon), sangue em volta das fezes e aumento no intervalo entre as evacuações.

Costuma começar entre cinco e sete anos, mas 20 a 25 dos caos já podem se manifestar desde o nascimento, 50% no primeiro ano de vida e 25% na época do treinamento do esfíncter (retirada de fraldas precoce, olha o risco).

As fezes podem ser desde cíbalos (o conhecido cocô de cabrito, bolinhas durinhas) ou até entupirem o vaso sanitário.

Ou crises de diarreia...

A diarreia pode ser desencadeada por vários fatores. Por isso, os pais deve ficar atentos e comunicar ao pediatra para que possam ser tomadas as medidas necessárias para resolver o problema.

- Aguda aquosa – duração de horas ou dias (geralmente 4 a 7, mas podendo chegar a 14 dias), podendo levar à desidratação. Quando se interrompe a alimentação pode ocorrer perda de peso (essa foi uma recomendação antiga que hoje em dia não é mais indicada)

- Aguda sanguinolenta (disenteria) – com lesão da mucosa intestinal e até desnutrição, podendo levar, agudamente, à desidratação.

- Persistente – começa por um quadro de diarreia aguda (aquosa ou sanguinolenta), mas dura mais de 14 dias (até 13 dias ela é considerada aguda). - - Crônica – Duração acima de30 dias ou 3 ou mais episódios de curta duração no período de 2 meses.

E assim acabou o segundo dia de aula

4ª aula – Vômitos em Pediatria – Dr. Fernando Fernandes

5ª aula – Refluxo gastroesofágico em lactentes – Dr. Mauro S. Toporovski

6ª aula – Constipação intestinal e diarreia – Dr. Mauro Batista de Moraes

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545