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Feliz Natal: Alegria sem alergia.

Da página do FB Convivendo com Alergia

Chega essa época do ano e as famílias se reúnem para compartilhar seus momentos, suas emoções, trocar presentes e para a tradicional Ceia de Natal. E o que deveria ser o ápice da emoção, em algumas situações, nem sempre pode ser considerado pleno. Fica faltando alguma coisa. Ou fica sobrando alguma coisa.

21/12/2014

Infelizmente, durante 2015, muitas famílias receberam notícias não tão boas. Leite de vaca, soja, ovo, trigo, amendoim, nozes, castanhas, frutos do mar e peixes em conjunto passaram a representar cerca de 85% das limitações alimentares que impediram que, a cada dia que passa, mais crianças possam se alimentar sem uma supervisão, sem que alguns cuidados precisem ser tomados.

Já não é fácil conviver com as restrições alimentares a que essas crianças são submetidas em seu dia-a-dia e os pais e seus familiares ainda não podem contar com a segurança das informações nutricionais e de ingredientes nos rótulos de todos os alimentos, colocando em risco a vida de seus filhos queridos. Isso deveria ser obrigatório, por lei. #põenorótulo

Mas nem o descaso das indústrias alimentares, nem os olhos “semi-fechados” das instituições governamentais, nem o silêncio da mídia, nem o desconhecimento de grande parte dos profissionais consegue, durante o ano todo e especialmente na época do Natal, tirar a alegria dos olhos de uma criança, o seu sorriso e sua surpresa diante das árvores enfeitadas, da família que sofre, mas vibra a cada Ho! Ho! Ho!, da carinha de cada uma delas diante do Papai Noel.

Cada família conhece as restrições de seus filhos no que diz respeito à alimentação. E cada vez mais elas “se viram nos trinta” para preparar uma refeição que, além de transmitir a alegria da época, possa representar a esperança em melhores dias, mais saúde, mais tolerância alimentar e, quem sabe um dia, a cura e a libertação dessas restrições.

Afinal, gente, eles são ainda crianças com um lindo e promissor futuro, 100 anos de futuro.

Algumas recomendações gerais

Algumas dicas bem interessantes que retirei do site Sem Lactose (mas que vale para crianças com outras restrições também):

Dica 1 – Se você vai celebrar o Natal na casa de familiares ou amigos, antecipe-se e ofereça para levar uma sobremesa. Dos pratos tradicionais, como peru, saladas e outros acompanhamentos, possivelmente será a sobremesa o prato que potencialmente terá ingredientes que você ou seus filhos não poderão comer.

Dica 2 – Se você estiver recebendo pessoas com intolerâncias ou alergias alimentares para a Ceia de Natal, pergunte mais detalhes sobre quais ingredientes eles não podem comer. Caso algum faça parte de suas receitas, prepare uma porção sem esses ingredientes. Os intolerantes e alérgicos irão lhe agradecer pelo carinho e compreensão.

Dica 3 – Outra dica legal, para quem está encarregado de elaborar os pratos da Ceia, é colocar cartõezinhos com os ingredientes de cada prato. Assim, você ajuda intolerantes e alérgicos a escolherem os pratos com mais tranquilidade. 

Dica 4 – Se você é intolerante à lactose e faz uso da enzima lactase, não se esqueça de levar suas cápsulas para as festas. Você certamente vai querer fazer uso delas.

Dica 5 – Se seus filhos têm alergia severa a certos alimentos, combine com eles regras básicas para alimentação em festas. Peça que eles não comam nada antes de você verificar se o alimento é seguro para eles.

Dica 6 – Essa é minha (não é do site): ALEITAMENTO MATERNO desde a primeira hora de vida, exclusivo e em livre-demanda até o 6º mês, estendido até 2 anos ou mais. INTRODUÇÃO ALIMENTAR deve ser iniciada APENAS após o 6º mês de vida. Esse é o primeiro passo para protegermos as crianças contra essa escalada maluca das alergias alimentares.

INFORMAÇÃO

Isso mesmo.

INFORMAÇÃO.

Tem que ser com todas as letras maiúsculas e em vermelho e em negrito.

Só assim, através da INFORMAÇÃO, poderemos caminhar no sentido de prevenir, minimizar os danos e favorecer a “cura / tolerância” das alergias alimentares.

E não poderia ser diferente na Ceia de Natal. Hoje em dia, temos muitas opções e muitas fontes propiciadas tanto por sites de alérgicos e intolerantes alimentares (celíacos, APLV, alérgicos a ovo, intolerantes à lactose, entre outros) quanto por sites profissionais com orientações clínicas, nutricionais e com dicas de receitas (onde podem ser encontrados até panetones especiais), para essa época das festas e mesmo para os aniversários e outras comemorações, ou até mesmo para os lanches escolares e até o dia-a-dia das crianças.

O Instituto Girassol, por exemplo, tem publicações gratuitas para download (Receitas culinárias para crianças com alergia alimentar e Receitas culinárias para crianças com alergia alimentar – 2 – Festas) com dicas para essas ocasiões. 

Recomendações Finais

O Natal é a época da família, do congraçamento, da reflexão. Que tal se cada um de nós pudesse colocar em prática pelo menos algumas dessas ações para ajudar as crianças alérgicas e seus familiares a pensar em um 2015 dos sonhos: sem alergia.

    1. Fale sobre e estimule o ALEITAMENTO MATERNO.
    2. Conheça e dissemine a ideia do #põenorótulo.
    3. Respeite as crianças alérgicas, sem bullying.
    4. Se você é um alérgico ou tem um alérgico na família não encare isso como um eterno problema, mas como um desafio para uma vida melhor, diferente.
    5. Se você não é alérgico, mas conhece um, informe-se também. Você pode não ser alérgico hoje, mas a qualquer momento você ou alguém da sua família ou um amigo pode se descobrir assim e você poderá fazer ou ser a diferença nessa trajetória.
    6. Independente dos sites e de todas as informações da internet, e até mesmo por conta desse excesso, sempre consulte um especialista (pediatra,  alergista pediátrico, nutricionista) para o acompanhamento adequado da criança alérgica. NUNCA suspenda ou mude qualquer alimento ou nutriente sem uma orientação profissional.

Um bom Natal e um Feliz Ano Todo repleto de paz, esperança e saúde.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545