Do site Guia do Bebê
Conheça os produtos contra mosquitos que podem ser usados com segurança dentro de casa e quais não funcionam.
Apesar de segura, de ser eficaz, a proteção mecânica, física, tem suas limitações. As crianças são imprevisíveis em suas reações e alergias, e os insetos estão se tornando também, a cada dia, mais “atrevidos”, não se importando muito com o que se faz para evitar o convívio.
04/02/2015
E pra ser sincero, mesmo, parece que nós não damos o devido valor e a devida importância a esses pequenos animaizinhos, aparentemente inofensivos, mas potencialmente causadores de quadros gravíssimos e até mortais.
Isso pode ser observado no aumento das epidemias de dengue, simplesmente porque não tomamos os mínimos cuidados básicos, como pode ser visto em vários sites na internet, como, por exemplo, o Dengue.org:
“A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.”
Gente. Isso é tãoooo simples. Mas por que será que não se tomam essas medidas básicas de proteção do ambiente, para evitar que o Aedes aepipty se aproxime, prolifere e infecte tanta gente.
DENGUE NÃO É CONTAGIOSA. Ela só é transmitida pela picada do inseto.
Mães com dengue podem amamentar. Não há nenhuma contraindicação.
Já que nosso povo brasileiro não é tão educado assim como seria desejável, pelo menos no que diz respeito ao combate à dengue, mas se incomoda com as picadas dos insetos e aquele barulhinho irritante na orelha à noite, há outras possibilidades que podem ajudar a proteger o corpo e o sono de nossas crianças.
Esse produto... NÃO EXISTE ainda.
Vamos conhecer, então, um pouco do que existe no mercado e pode ser usado e o que não adianta ser feito para que possamos nos proteger dos insetos.
Retomando parte do tema passado, falando um pouco sobre a tela com inseticida (substâncias que afastam e matam os insetos). Há diversos derivados piretroides (permetrina e deltametrina os mais comuns) em várias formas de apresentação como spray, serpentinas, impregnados em roupas, mosquiteiros e telas, entre outros.
O uso de mosquiteiros e telas com permetrina é altamente recomendado para crianças, sendo seguro também para gestantes. A absorção percutânea é mínima.
As telas com permetrina podem ser usadas em ambientes externos para proteção de carrinhos de bebê, berços, redes, bebê-conforto, com produtos comerciais já desenvolvidos e adequados em tamanho para cada um desses objetos.
Quem não se lembra das serpentinas de inseticidas? Você não, né?
É. É bem antigo mesmo. Pois é, mas ainda tem por aí. Ele costumava ser usado e protegia durante toda a noite, num quarto de tamanho normal, sem muita ventilação, à base de piretroide (lembra? Permetrina e deltametrina – seguros).
Aí vieram os aerossóis com inseticidas para prevenir a entrada de mosquitos no ambiente e matar os que conseguiram entrar. Problemas:
Sempre com muito cuidado, evitando-se expor a criança a esse ambiente no momento da aplicação e por um tempo prolongado, os repelentes químicos e ultrassônicos, naturais ou não, são uma opção a se aliar aos cuidados físicos comentados na parte 1 dessa série (mosquiteiros, telas, roupas, etc).
Eles (os que liberam inseticida) devem ser ligados quando a criança não está no quarto, longe do berço ou cama, em tomada próxima da porta do quarto, que deve ficar aberta.
Para crianças e adultos com problemas alérgicos, o uso é contraindicado. Se for usar, assim como os inseticidas, aplicar no quarto fechado, 4 horas antes de a criança entrar no quarto para dormir.
É importante conhecer bem a ação dos repelentes considerados naturais, para que não se apostem todas as fichas em sua (fraca) ação.
Por exemplo, a ação dos incensos e das velas naturais depende de sua aplicação por horas contínuas e iniciados bem antes da exposição da pessoa ao ambiente.
Mesmo assim, as velas e incensos de citronela não resolvem quando usados isoladamente (sem algum outro mecanismo de proteção). Alguns estudos mostram que o uso da vela de andiroba por muito tempo (48 horas contínuas), em áreas de até 25m2 pode prevenir até 100% das picadas de Aedes aegypti.
Alguns autores consideram que esses repelentes podem diminuir o número de insetos, mas não consegue impedir a aproximação de todos eles e funcionam melhor em ambientes menores.
ATENÇÃO:
NUNCA deixar uma vela acesa dentro do quarto da criança enquanto ela dorme, especialmente durante a noite, quando todos estão dormindo. Um incêndio pode ser uma consequência bem mais prejudicial do que uma picada de inseto.
Como não se consegue achar uma metodologia ideal e completa, ainda se tentam mecanismos diferentes para conter a invasão dos insetos em nossas vidas.
Segundo alguns artigos, desde há muito tempo, se busca métodos naturais para combater os mosquitos, como lamas e extratos de plantas, até a utilização de fumaça, óleos e alcatrão vegetal, nem todos comprovadamente eficientes. Mesmo assim, pela cultura popular, ainda são bastante utilizados.
Conta a história que o primeiro repelente de mosquitos natural eficaz foi o óleo obtido a partir das folhas e caules da citronela. E como essa descoberta aconteceu? Como quase sempre, apenas pela observação e por um puro acaso.
Em 1901, a citronela era usada como perfumes por cabeleireiros e por volta de 1950 foi aprovado como repelente nos Estados Unidos. Sua ação repelente acontece pela ação de substâncias voláteis, que evaporam (terpenos, como por exemplo, o citronelal e o geraniol) rapidamente depois de aplicado nas superfícies, na pele. Mas isso faz com que grande quantidade de óleo seja necessária para ser eficaz.
Na semana que vem vamos começar a falar dos repelentes que podem ser utilizados na pele, os cuidados, a eficácia... enfim. Só na semana que vem, tá?
Espero vocês por aqui, se ainda não tiverem sido “comidos” pelos insetos. Até lá, leiam um pouco mais sobre a situação atual da dengue no Brasil. São Paulo já tem 3 cidades em epidemia (Porto Ferreira, Itapira e Aguaí). Vamos cuidar um pouco mais para acabar coma dengue, enquanto a vacina, esperada para o final desse ano aqui no Brasil, não chega?
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545