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Como proteger bebês e crianças das picadas de insetos - parte 4

Do site Guia do Bebê

Conheça dois repelentes que poderão ajudar as crianças a superar as picadas de insetos, inclusive o da dengue

04/02/2015

Até que enfim, deu uma esfriada, ou pelo menos uma “desesquentada” (se é que isso existe, né?). E com isso até que os insetos deram uma trégua. Médio. Nem é bem assim.

No artigo anterior falamos sobre o DEET.

Hoje vamos tentar abordar os outros dois repelentes que podem ajudar as crianças a superarem essa fase “quase” ilesos.


Na próxima semana vamos finalizar essa série. Até lá.

Icaridina

A Icaridina (ou KBR 3023 - 1-piperidinecarboxylic acid, 2-(2-hydroxyethyl)-1-methylpropylester), um dos repelentes mais eficientes atualmente, derivado da pimenta, tem ação comparável a concentração de 15 a 50% de DEET. 

10% - proteção até 10 horas (infantil – para maiores de 2 anos de idade)

25% - proteção até 10 horas (infantil – para maiores de 2 anos de idade)

25% - (extreme) - proteção de até 10 horas (maiores de 10 anos).

50% - proteção de até 5 horas (acima de 12 anos)

Pode-se aplicar a icaridina sobre as roupas (assim como o DEET) e sua proteção prolongada permite uma menor necessidade de repetição de aplicação.

A recomendação de não aplicação abaixo de 2 anos de idade que vem especificada pelo fabricante não se deve à toxicidade, mas sim à falta de estudos com essa faixa etária. 

O produto nacional com a icaridina tem 20% de concentração quando em gel e 25% quando em spray. A recomendação é de se passar de forma a que a proteção seja adequada, lembrando que a sua ação se dá pela nuvem evaporada a uma distância de 4 cm do local da aplicação, a cada 10 horas (ou 5 horas se a temperatura for acima de 30º C).

Pelo sue potencial irritativo em mucosas, deve-se evitar passar perto de olhos, nariz e boca. 

Vale a lembrança que perfumes atraem insetos, assim como as roupas escuras e agarradas ao corpo.

Origem (curiosidade)

Esse texto está no Guia dos Curiosos.

“Nos anos 1990, em pleno verão tropical, o exército francês estava em missão na Guiana Francesa, bem perto da divisa com o Amapá. A grande luta não era bélica, mas contra os mosquitos transmissores da malária, que causavam baixas de muitos soldados. O exército francês encomendou a elaboração de um novo repelente, que fosse realmente eficaz contra aqueles insetos. A Bayer desenvolveu a Icaridina. Baseado na criação da Bayer, o laboratório francês Osler e o médico Eric Lundwall, do Hospital Avicennes, de Paris, lançaram um produto. O repelente passou a ser usado pelos exércitos da Alemanha, da Áustria e da Suíça. O produto funcionou e está sendo novamente usado para combater mosquitos tropicais.” 

“Paulo Guerra, 49 anos, abriu o escritório do Laboratório Osler em São Paulo há 10 anos. O produto chegou ao Brasil de uma maneira curiosa. “Minha irmã é casada com o criador do medicamento, Eric Lundwall”, conta. “Ela foi fazer doutorado na França, conheceu-o e ele quis trazer o produto para o clima tropical brasileiro.” Guerra começou com dois funcionários e hoje já são 47 colaboradores na empresa. O repelente com Icaridina da Osler vem sendo indicado por médicos como o mais eficaz contra a dengue“.

Leia o texto completo no site Guia dos Curiosos

IR 3535

O repelente IR 3535 (3-[N-acetyl-N-butyl]-aminopropionic acid ethyl ester) já é conhecido na Europa há mais de 20 anos e tem seu uso liberado, com segurança, na concentração de 20%, para gestantes e bebês a partir de 6 meses de idade, mas na França só é liberado para crianças acima de 2 anos e meio de vida. 

Seu tempo de ação é curto (até 4 horas), o que faz com que seja necessário aplicar na pele mais vezes do que os concorrentes, para que haja uma eficácia comparável. Alguns estudos ainda mostram proteção média muito reduzida (seis a 23 minutos). 

Juntamente com o DEET, esses dois repelentes são considerados os mais eficazes contra a dengue.

DENGUE

Não terminamos ainda o primeiro mês do ano e no estado de São Paulo o Aedes aegipty já causa estragos importantes, até na economia de algumas cidades.

Segundo os noticiários, a cidade de Catanduva, que chega a receber cerca de 100.000 pessoas para as festividades, teve seu Carnaval cancelado esse ano pela prefeitura. A cidade, que tem 120.000 habitantes teve 400 notificações nos primeiros 15 dias do ano, já com confirmação de 38 casos. 

Em Guararapes, foi decretada epidemia de dengue na cidade após 523 casos confirmados e a morte de uma mulher de 62 anos provocada pela doença (300 casos ainda aguardam a confirmação), nos primeiros 15 dias de 2015.

Já a cidade de Marília aparece na imprensa, nas primeiras 3 semanas de 2015, com 600 casos suspeitos de dengue. Segundo o coordenador do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) da cidade, 50% das casas visitadas pelas equipes estão com larvas do mosquito transmissor. 

Segundo o Boletim Epidemiológico nº 3 de 2015, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em 2014, foram registrados 591.080 casos prováveis de dengue no país até a semana epidemiológica (SE) 53 (28/12/14 a 03/01/15), sendo 689 casos de dengue grave e 8.150 casos com sinais de alarme confirmados, com 410 óbitos. Existem 295 casos graves e com sinais de alarme e 121 óbitos em investigação que poderão ser confirmados ou descartados nas próximas semanas. 

Não conseguiremos acabar com a dengue enquanto os mosquitos não forem adequadamente combatidos e, ao mesmo tempo, não nos protegermos contra a sua picada. Isso sem contar a outra doença causada pela picada do mesmo Aedes – a febre de chikungunya.

O mesmo boletim aponta que em 2014 foram notificados 3.195 casos (294 foram descartados, 2.196 foram confirmados) e 705 continuam em investigação.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545