Do site da Chris Flores
Uma boa avaliação física e histórica do quadro do paciente podem diagnosticar o tipo de dor de garganta na criança
09/03/2015
Criança chega ao atendimento pediátrico com quadro febril e, se não for virose, o primeiro diagnóstico está quase sempre determinado: febre alta, gargantinha vermelha, dificuldade para engolir: amigdalite. Tratamento? Na imensa maioria esmagadora das vezes: antibióticos. Muitas vezes, a mãe inicia a administração do medicamento receitado e os picos febris desaparecem imediatamente. Será que o quadro era mesmo bacteriano?
Uma epidemia de diagnósticos de amigdalites bacterianas caiu assustadoramente quando, em alguns prontos-socorros, criou-se a rotina de coleta de swab de orofaringe para pesquisa de Streptoccocos ( o teste da garganta). Nem sempre aquilo que parece pus é bacteriano. Outros diagnósticos podem simular esse quadro.
Estudo publicado na Revista Paulista de Pediatria (Diagnóstico da faringoamigdalite estreptocócica em crianças e adolescentes: limitações do quadro clínico), fez uma avaliação de 335 pacientes entre 1 e 18 anos. O paciente passava por uma consulta completa com exame físico e era colhidos 2 exames: cultura e teste de aglutinação de partículas do látex (TAPL) para o estreptoco β-hemolítico do grupo A (EBHGA) em swab orofaríngeo.
A conclusão desse estudo indicava que o quadro clínico não era confiável quando usado isoladamente para confirmar o diagnóstico de faringoamigdalite estreptocócica. Aumentando a disponibilidade de testes laboratoriais, em especial o TALP, existe uma maior segurança tanto no diagnóstico quanto na prescrição do tratamento adequado.
Nota: Mesmo com essas questões, a avaliação clínica ainda é importantíssima. Não se encontram esses exames, infelizmente, em todos os serviços de urgência (testes rápidos) e eles não são disponibilizados em laboratórios com a mesma rapidez.
Uma boa anamnese (avaliação da história do quadro do paciente) e um bom exame físico (levando-se em conta presença de pus e petéquias na garganta e gânglios, entre outras questões) podem ser, muitas vezes, suficientes para a indicação do diagnóstico. Mas fica o alerta.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545