Três especialistas dão dicas de como fazer seu filho deixar de usar o acessório de uma vez por todas
28/03/2015
Oferecer a chupeta ao bebê é uma das maneiras mais eficazes de acalmá-lo. Esse talvez seja um consenso entre as mães e pais, que, ao verem o filho chorar, acabam enxergando no acessório um poderoso aliado.
Por outro lado, existe uma grande preocupação com possíveis malefícios causados pela chupeta e dúvidas com relação à hora certa de tirar o hábito dos pequenos. A boa notícia é que, até certa idade, se a chupeta atender a certos requisitos, como possuir material e formato adequados, seu uso é permitido, afirma Angélica Musa, dentista e especialista em gestão de saúde na Markiodonto Assistência Odontológica. "Atendendo esses requisitos, dentro dessa constatação de que pode acalmar, não podemos considerar que seja nociva."
Angélica explica que, apesar de não ser considerada nociva, deve se restringir até a criança completar, no máximo, dois anos e meio. Estender seu uso pode gerar má formação óssea, comprometendo a formação do palato (céu da boca), que fica mais fundo.
"Se o uso é permanente e a chupeta tem um formato que não seja ortodôntico, acaba fazendo com que o palato fique ogival, fundo, e as crianças ficam com os dentes proeminentes, pra frente", explica a especialista.
Hora de tirar
Quando a criança atinge por volta de um ano e meio de idade é aconselhável iniciar o processo de retirada da chupeta.
"O processo deve ser gradativo", explica Jurema Esteban, pedagoga e diretora do Colégio Evolve. Ela explica que isso pode ser feito por meio de um trato com a criança, que só poderá usar a chupeta durante a noite, para dormir.
"Depois, para tirar efetivamente, a chupeta pode ser substituída por um bichinho de pelúcia, ou pode-se contar a historinha de dar a chupeta para o coelhinho da páscoa, para o Papai Noel", ensina a diretora pedagógica. Para ela, também vale a estratégia de conversar e dizer que a criança já está crescendo, que não é mais um bebê. "Essas táticas costumam funcionar muito bem”.
Após a retirada da chupeta, não é aconselhável voltar atrás, afirma Jurema. "Aí tem que acabar com as chupetas de casa, da casa da vovó. Para na hora que tirar, tirar de vez", ensina. Outra estratégia é fazer furinhos no bico, que perderá a sucção e, consequentemente, diminuirá o interesse da criança por ela, afirma a dentista Angélica.
Chupetas personalizadas
Diante do uso da chupeta quase como um acessório, surgiram no mercado chupetas customizadas, com pedrinhas de strass coladas em sua parte externa. Apesar da beleza ou do estilo desses modelos, seu uso não é indicado, pois pode oferecer riscos.
"Essas pedrinhas podem se soltar e o bebê aspirar", explica Yechiel Moises Chencinski, pediatra da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Outros problemas apontados pelo pediatra são o risco das fitas que se prendem as chupetas asfixiarem o bebê, ou as tintas usadas em sua confecção serem alergênicas.
Acompanhamento profissional
Para que tanto o uso da chupeta quanto o processo de sua retirada possam ocorrer de forma segura e sem traumas, o mais indicado é que os pais procurem o pediatra e o odontopediatra, que poderão orientar os pais.
"Assim que nasce o primeiro dente, recomenda-se uma primeira consulta com odontopediatra (o especialista em crianças) para orientação a respeito de escovação, pastas, flúor e limitações e acompanhamento em caso de uso de chupetas", afirma Yechiel.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545