Do site Bebê Mamãe
As vacinas de ambas são seguras e protegem a saúde do bebê e criança, contudo há benefícios na rede privada
por Bruna Romanini
28/04/2015
Foto: Getty Images
Apesar de ambas terem ótima qualidade e garantirem a proteção do seu bebê, algumas vacinas oferecidas na rede pública são diferentes daquelas existentes na rede privada. Saiba quais são essas diferenças e entenda como isso afeta a saúde do seu filho.
As vacinas tríplices bacterianas protegem o bebê contra difteria, coqueluche e tétano. Na rede pública está disponível a DTPw que é feita a partir de células inteiras da bactéria. Já na rede privada existe a versão DTPa que é acelular, ou seja, não é feita com as células inteiras, mas sim com proteínas. “Ela é uma vacina mais purificada, só contém o que realmente é necessário para proteger o ser humano e por isso as chances de ocorrerem eventos adversos são menos frequentes e intensas”, explica a pediatra Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). É importante ressaltar que na vacina DTPw, fornecida na rede pública, as chances de ocorrerem eventos adversos já são muito baixas.
Caso seu bebê tenha tomada uma dose da DTPw, que é oferecida na rede pública, e tenha apresentado febre alta por um tempo prolongado e outras reações adversas é recomendado passar a oferecer a DTPa. “Quem começou com uma pode completar o esquema com a mesma ou com a outra (são cinco doses em 2, 4, 6, 15 meses e 4 a 6 anos). Mas a proteção oferecida pelas duas vacinas é adequada contra a difteria, tétano e coqueluche, desde que seguindo os esquemas vacinais propostos”, explica o pediatra Yechiel Moisés Chencinski, membro do departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Haemophiluis influenzae tipo B é uma bactéria que pode causar uma série de doenças infecciosas com complicações graves, como: pneumonia, dor de ouvido, inflamação na epiglote, meningite, inflamação nas articulações, entre outros.
A vacina contra esta bactéria está disponível tanto na rede pública quanto na privada, com a diferença de que na rede privada há uma dose a mais. “O esquema padrão inicial dessa vacina é de 4 doses, que seriam 3 mais o reforço. Contudo, quando o Ministério da Saúde adotou essa vacina, a imunização em massa permitiu reduzir a circulação da bactéria e quando ela é praticamente eliminada, três doses são o suficiente. Dar a quarta dose é mais um cuidado extremo do que uma necessidade”, diz Isabella Ballalai.
A vacina de rotavírus é uma vacina de vírus vivo, oral. Ela pode ser monovalente, que protege apenas contra um sorotipo de rotavírus, mas oferece proteção cruzada contra outro sorotipo e é dada em duas doses. A vacina rotavirus monovalente é oferecida na rede pública.
A outra opção é a vacina pentavalente, que está presente na rede privada. Ela oferece imunidade contra 5 sorotipos diferente de rotavírus e é feita na clínica em três doses. Bebês que iniciam a vacinação com uma determinada vacina devem idealmente terminar o esquema vacinal com o mesmo produto. “Mas, na falta do mesmo produto, a vacinação não deve ser interrompida e a vacina que estiver disponível deverá ser administrada. Caso uma das doses tenha sido da vacina pentavalente, o total de três doses deverá ser realizado. E é importante ter atenção aos intervalos e datas limite para a aplicação dessas vacinas”, diz Yechiel Moisés Chencinski. Assim, a vacina pentavalente oferece uma proteção mais ampla.
As vacinas pneumocócicas conjugadas protegem as crianças das doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, como pneumonia, meningite e otite média aguda. A vacina pneumocócica conjugada (VPC 10), que está presente na rede pública, protege contra 10 subtipos de pneumococos. Já a vacina pneumocócica conjugada (VPC 13) irá proteger contra 13 subtipos de pneumococos. “Os principais pneumococos estão presentes na VPC10, mas a VPC13 irá proteger contra mais três subtipos, fazendo com que ela seja uma opção interessante”, constata Isabella Ballalai.
A VPC 13 conta com 3 doses dadas aos 2, 4 e 6 meses e um reforço de 12 a 15 meses. “Se começar o esquema no posto de saúde, pode-se aplicar inicialmente a VPC10 (2 doses) e completar a 3ª dose e o reforço com a VPC13. Crianças com esquema completo de VPC10 podem se beneficiar com uma dose adicional de VPC13 com o objetivo de ampliar a proteção em crianças de até 5 anos, respeitando o intervalo mínimo de dois meses da última dose”, explica Yechiel Moisés Chencinski
Na rede pública a vacina influenza, que protege contra a gripe, só é oferecida até os 5 anos de idade. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda que todos sejam vacinados anualmente contra a influenza, independente da idade. “No Brasil não conseguimos doses para toda a população, por isso é preciso ter prioridades, como as crianças até 5 anos de idade”, explica Isabella Ballalai. Contudo, na rede privada é possível tomar esta vacina, sem pertencer aos grupos de risco.
A vacina meningocócica conjugada C está presente na rede pública, enquanto a versão ACWY só pode ser encontrada na rede privada. Ambas previnem meningites. “Com a diferença que meningocócica conjugada C protege apenas contra o tipo C e a versão ACWY protege contra esses quatro tipos. O C é o responsável por 70% das meningocócicas do país, contudo o tipo W vem aumentando bastante sua participação, e já é a causa de 20% dos casos de meningocócicas no sul do Brasil”, alerta Isabella Ballalai. Por isso, a meningocócica conjugada ACWY é uma boa alternativa.
A rede pública já oferece a vacina contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. “O problema é que o benefício não se estende aos meninos e a Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda que eles também tomem esta vacina, seguindo o mesmo esquema de doses e idade”, explica Isabella Ballalai. Na rede privada os meninos podem tomar a vacina contra o HPV.
A rede pública vacina as crianças contra a hepatite A com um ano de idade. “Contudo a rede privada segue a recomendação da SBIm e seis meses após esta primeira dose, aplica uma segunda”, observa Isabella Ballalai. Uma única dose desta vacina garante proteção até os 10 anos, mas não há certeza quanto a vida adulta. A segunda dose irá garantir a imunidade contra a hepatite A também na vida adulta.
A vacina varicela irá proteger as crianças contra a catapora. Contudo, a rede pública oferece apenas uma dose dela. “Isto não é o suficiente para prevenir a doença, apenas para evitar que a pessoa contraia versões mais graves dela. Na rede privada são oferecidas duas doses, sendo que a segunda irá de fato proteger contra a doença”, explica Isabella Ballalai.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545