Do site Bebê Mamãe
Saiba tudo sobre a crise dos 3 meses, as mudanças nessa fase e como lidar com isso
por Bruna Romanini
06/04/2015
Foto: Getty Images
O bebê de 3 meses passa por muitas mudanças, o que acaba gerando a crise dos 3 meses. Entenda por que essas mudanças ocorrem, que transformações são essas e como lidar com elas.
As causas da crise dos 3 meses
Com o tempo, o seio da mãe se enche e elimina o leite com mais facilidade e o bebê suga mais intensamente. Por isso, a sucção fica mais eficaz e o tempo de mamada pode diminuir sensivelmente.
Desta forma, ao contrário do que a mamãe possa pensar, o bebê não está mamando menos. Tanto que, quer a amamentação seja por livre demanda, que é o ideal, ou não, o intervalo das mamadas se mantém ou até aumenta.
Além disso, aos 3 meses o bebê começa a enxergar melhor e quem ele vê? Sua mãe. E isto se torna divertido para ambos! Assim, o bebê começa a ter a percepção que ele não é parte da mãe, mas sim um ser diferente dela, muito próximo dela, mas não é parte dela. Ou seja, o bebê tem a percepção do primeiro outro: sua mãe.
Os problemas que ocorrem aos 3 meses
Diante destas mudanças, o enchimento dos seios não é mais tão intenso e o ganho de peso também diminui de ritmo. Estes acontecimentos podem deixar as mães preocupadas e algumas podem até chegar a introduzir fórmulas da dieta do bebê.
Contudo, neste momento o que deve ser feito é levar o bebê ao pediatra e uma vez constatado que está tudo bem com o pequeno, não é necessário o uso de fórmulas. Afinal, se um bebê que nasceu com 3 kg, a média de peso, ganhar 1 kg todos os meses, ao final de 1 ano ele estará pesando 15 kg. A média de peso esperada para 1 ano de idade é de 9 kg, segundo a mais recente tabela de 2006 da Organização Mundial de Saúde. Assim, em 1 ano esse bebê tem que ganhar 6 kg. E se nos primeiros 3 meses ele ganhou 2 a 3 kg, sobram 3 a 4 kg para ele ganhar nos próximos 9 meses. Assim, fica matematicamente comprovado que o bebê deve diminuir, e muito, seu ganho de peso mensal para que ele não inicie, desde muito cedo, um processo de obesidade infantil.
Mas, se durante o dia, essa situação nova, apesar de incomodar um pouco a mãe, é solucionada com o tempo e com as consultas e explicações do pediatra, as noites podem não ser tão inofensivas assim.
Isto porque o bebê passa a acordar com muita frequência e só se acalma quando a mãe vai vê-lo. As mães podem achar que é somente fome, mas não é bem assim. O bebê vai sugar, sempre que o seio for oferecido, mesmo sem fome, porque isso representa estar novamente de volta à segurança do primeiro trimestre, quando mãe e bebê eram um só. Mas agora ele já sabe que são seres diferentes.
A consciência de que existe um ambiente visível, audível e palpável, além do olhar e do seio materno pode, por exemplo, distraí-lo durante uma mamada. Como se concentrar se há tantos estímulos, tanto para conhecer?
Como superar a crise dos 3 anos
Em média após 15 dias, a rotina tende a se restabelecer e todos poderão retomar a vida noturna de antes, com um sono mais contínuo, sem a necessidade de medidas drásticas. Mas é importante que a mãe tenha a consciência de que isso é transitório e conte com o apoio da família. Também é interessante que a mãe entenda que nesta fase é realmente ela quem tem que atender esses choros noturnos do bebê.
Especialistas consultados para esta matéria
Pediatra Tadeu Fernando Fernandes, presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da SBP e da SPSP.
Pediatra Ana Cristina Zollner, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Pediatra Yechiel Moises Chencinski membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545