Do site Bolsa de Mulher / Bolsa de Bebê
O comércio de leite materno é uma prática comum nos Estados Unidos, onde 30 ml chegam a ser vendidos entre 1,50 e 3 dólares. O site americano “Only The Breast” (apenas o peito) é um exemplo de comercialização do leite materno. Criada em 2010, a página continua ativa e possui várias ofertas de compra e venda.
por Redação
06/04/2015
O comércio de leite materno é uma prática comum nos Estados Unidos, onde 30 ml chegam a ser vendidos entre 1,50 e 3 dólares. O site americano “Only The Breast” (apenas o peito) é um exemplo de comercialização do leite materno. Criada em 2010, a página continua ativa e possui várias ofertas de compra e venda.
No Brasil essa prática é proibida, pois segundo a legislação, tecidos, órgãos e fluidos corporais (como leite, sangue e saliva) não podem ser comercializados. A venda não é permitida justamente por ser altamente prejudicial para a saúde do bebê. O pediatra Dr. Moises Chencinski explica que embora pareça ser uma prática saudável e segura, pode trazer riscos “inimagináveis”.
Os sites onde o leite materno é comercializado conseguem vendê-lo por preços acessíveis porque não têm custos com pasteurização e testagem, que serve para evitar a contaminação na coleta, no armazenamento e na distribuição, segundo matéria publicada no British Journal of Medicine.
(Thinkstock)
O leite comercializado na internet não passa
por testes, podendo passar doenças para o bebê.
A contaminação de bebês por leite materno que não passam por testes pode ser grave. De acordo com o pediatra, o leite materno comercializado pelos sites não passa por testes sorológicos (hepatite B e C, HIV, sífilis) trazendo o risco de transmissão dessas doenças.
Outras substâncias podem ser envolvidas no leite materno comercializado pela internet e podem fazer muito mal para os pequenos. Dr. Moises explica que como este “produto” não tem fiscalização, em alguns estudos já foram encontrados bisfenol, drogas ilícitas e mistura com leite de vaca e água para crescer o volume do leite.
Além dessas contaminações, o leite materno vendido na internet não passa pela pasteurização (processo para eliminar possíveis bactérias) e não armazenados da maneira adequada.
É importante que as mães tirem todas as dúvidas e esclareçam questões acerca do leite materno para que não entrem nos sites que o comercializem. O médico explica que nas consultas com os pediatras as mães podem esclarecer quais são as possibilidades mais saudáveis e seguras para cada caso. Assim como também podem ser orientadas qual é a maneira adequada e recomendada para coletar, armazenar e reaproveitar o leite materno.
No Brasil muitas mães optam pela amamentação cruzada (quando a mãe entrega o bebê para que outra mulher o amamente), mas isso é proibido por lei. Essa outra prática também expõe o bebê às doenças transmissíveis. O pediatra alerta que o leite materno testado e tratado da maneira correta nos bancos de leite é a segunda melhor opção na alimentação infantil, sendo antecedido pelo leite da própria mãe.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545