Do site Guia do Bebê
Um resumo sobre três estudos e suas conclusões para você ficar esclarecida e atualizada. Aproveitando para mostrar 3 matérias recentes que valem a pena um comentário.
17/06/2015
A primeira fala sobre mais uma vantagem do aleitamento materno (AM) exclusivo. Dessa vez, o estudo salienta a importância na questão de oclusão dental. Os pesquisadores queriam determinar a influência do aleitamento materno exclusivo (AME) ou predominante nas questões de má oclusão da primeira dentição, ainda avaliando a interferência do uso de chupetas.
Foram avaliados 1303 crianças na idade de 5 anos e o tipo de AM ao nascimento, com 3, 12 e 24 meses de vida e os dados foram cruzados com a incidência de mordida aberta, mordida cruzada e problemas moderados e severos de oclusão.
Os resultados apontavam para uma baixa prevalência de todos esses problemas com o AM predominante, mas o uso de chupeta modificava esses parâmetros. Os mesmos resultados foram observados em crianças em AME no que diz respeito à mordida aberta e mordida cruzada.
Se o AME foi entre 3 e 6 meses, essa taxa era de 33% (mordida aberta e cruzada) e de 41% em relação a problemas de oclusão moderados e graves. AM acima de 6 meses de AME elevava a taxa de proteção (mordida aberta e cruzada) a 44% e as de problemas de oclusão moderados ou graves para 72%, quando comparados aos que nunca foram amamentados.
Assim, a recomendação de AME até o 6º mês para a prevenção desses tipos de problemas odontológicos deve ser considerada como uma estratégia populacional na prevenção de problemas de oclusão na primeira dentição.
O segundo estudo, já não tão recente (2013), mas ainda válido, aborda a importância da suplementação de ferro profilática em crianças nascidas de baixo peso (entre 2 e 2,5 kg), partindo-se dos dados que essas crianças apresentam um maior risco de problemas cognitivos e de comportamento e, pela baixa de ferro, ter prejuízos no desenvolvimento neurológico.
Foram avaliados 285 bebês com essas características recebendo suplementação de ferro específicas entre 6 semanas e 6 meses de vida e aos 3 anos e meio foi feita uma avaliação comparativa entre essas crianças e 95 crianças que nasceram de peso normal.
Os resultados apontaram para uma redução significativa em questões comportamentais, mas não importantes na questão cognitiva aos 3 anos e meio, sugerindo uma relação importante entre os baixos níveis de ferro e essas questões comportamentais posteriores.
Na nossa rotina, existe a recomendação de se suplementar ferro para crianças nascidas com peso normal, a termo, a partir do 6º mês de vida até 2 anos de idade. Em casos de prematuros ou crianças baixo peso, existe também uma recomendação específica de suplementação mais precoce para a prevenção de anemia e suas possíveis consequências.
O terceiro estudo trata de um tema que ainda é de difícil aceitação por muitos pais e avós (e até por alguns profissionais de saúde), apesar de estudos realizados já há algum tempo justificarem as conclusões e as condutas atuais: a oferta de água e sucos para crianças.
Foram avaliadas 1163 crianças (Project Viva) com 1 ano de idade com relação à ingestão de sucos de frutas, a bebidas adoçadas e o IMC entre 3 e 7 anos de idade.
Ficou comprovado que a ingesta de sucos com 1 ano de idade foi associado a um consumo muito maior de sucos e bebidas adoçadas e a um aumento de adiposidade corporal entre 3 e 7 anos de idade.
Os pesquisadores concluíram que uma intervenção precoce no controle do consumo de sucos pode favorecer uma diminuição de hábitos não saudáveis no que diz respeito ao abuso dessas bebidas e consequente sobrepeso e obesidade na infância.
Nossa recomendação é a de não introduzir sucos até 1 ano de idade, pelos riscos aumentados de diabetes tipo 2 e obesidade, conforme orientação da própria Academia Americana de Pediatria e do Ministério da Saúde, em seu Guia alimentar mais atual (Dez Passos para uma alimentação saudável).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545