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As primeiras horas de vida do recém-nascido

Do site Bebe Mamãe

Saiba tudo o que acontece desde o nascimento do bebê até a saída da maternidade.

por Bruna Romanini

24/06/2015

As primeiras horas de vida do seu bebê são repletas de acontecimentos e emoções para toda a família! Por isso, saiba o que ocorre durante a estadia na maternidade, desde o parto até a saída do hospital.

O nascimento

Que o parto realmente é um grande trabalho para a mãe, você já deve saber. Mas, saiba que o nascimento também não é nada fácil para o bebê! Afinal, ele passou 9 meses sendo alimentado, recebendo oxigênio e eliminando gás carbônico por meio dos vasos sanguíneos da placenta. Quando está na barriga, o pulmão do bebê está cheio de líquidos e até mesmo o funcionamento do coração é restrito.

Quando o pequeno nasce, por meio do choro o ar entra com grande intensidade nos pulmões e expulsa o líquido que havia lá. Assim, começa a troca gasosa nos pulmões. Os vasos sanguíneos são dilatados e direcionam o sangue para o lado esquerdo do coração. Todo este processo não é fácil, por isso, é importante que um pediatra acompanhe o nascimento.

Neste momento, muitas mães podem ficar na dúvida sobre o choro do bebê e questionar: será que chorou o suficiente? Será que demorou muito para chorar?. “Para cada mãe a percepção de que se demorou ou não o choro do bebê é diferente. Por isso, é importante que o pediatra avalie esse choro. Caso realmente haja uma demora, este especialista irá verificar se há algum problema. Pode não ser nada como também pode ser um problema respiratório, neurológico ou outros”, explica o pediatra Moisés Chencinski, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Imediatamente após o parto, o pediatra também irá observar o estado de saúde do bebê. Será avaliado se ele é ou não prematuro, se o líquido amniótico é claro ou se está com mecônio, se os braços e pernas estão flexionados. Caso tudo esteja bem, o pequeno deve ir direto para o colo da mãe, independente dela ter realizado parto normal ou cesárea.

Amamentação e colo da mãe

Colocar o pequeno no colo da mãe após o parto é essencial para a saúde dele. “O bebê desde o útero não tem bactérias e muitas delas são essenciais para a saúde. Caso ele nasça de parto normal, começa a ocorrer a colonização da flora intestinal, mas se ele nasce de cesárea isso não acontece”, observa Moisés Chencinski.

Ao ter contato com a mãe após o parto, além de ser aquecido por ela, o pequeno também é colonizado pelas bactérias da mãe. Neste primeiro contato, é essencial que a mãe amamente. O colostro, primeiro leite da mulher, possui bactérias do bem que irão contribuir para a formação da flora intestinal do pequeno. Outro ponto positivo da amamentação logo após o parto é que ela estimula a descida do leite materno.

E não se preocupe em não ter leite o suficiente. “A mãe sempre vai ter colostro. No primeiro dia de vida, o volume de leite que cabe no bebê é de 5 ml, uma colher de chá. Saiba que o bebê também nasce com uma reserva de energia pra poder assegurar uma quantidade menor de oferta do leite materno nos primeiros dias”, diz Moisés Chencinski.

Lembre-se que a amamentação exclusiva deve continuar até os seis meses de vida e o aleitamento materno com outros alimentos pode seguir até os dois anos ou mais da criança. A amamentação é tão importante para o bebê que o pediatra Moisés Chencinski lançou o movimento #euapoioleitematerno, conheça aqui.

Algumas maternidades podem deixar o bebê afastado da mãe nas primeiras horas de vida. Mas se o bebê nascer saudável e a mãe estiver bem é essencial insistir para que os profissionais de saúde deixem os dois ficarem juntos.

O teste de Apgar

No primeiro e no quinto minuto após o nascimento é feito o teste de Apgar. Nele é avaliada a condição do bebê. Os pontos levados em consideração são: respiração, frequência cardíaca, tônus muscular, cor e irritabilidade reflexiva.

A nota do teste de Apgar varia de 0 a 10. Sendo que de 8 a 10, que ocorre com cerca de 90% dos recém-nascidos, significa que o pequeno nasceu em ótimas condições. Nota 7 representa que houve uma leve dificuldade. Já notas de 6 a 4, traduzem dificuldade de grau moderado e de 0 a 3, dificuldade grave.

O corte do cordão umbilical

Atualmente, a orientação é que o cordão umbilical do seu bebê só seja cortado quando não estiver mais pulsando. “Trata-se do clampeamento tardio do cordão. É orientado esperar parar de pulsar porque é quando a mãe para de enviar sangue ao bebê. O clampeamento tardio mais a amamentação após o parto garantem a necessidade de ferro do bebê até os 6 meses de vida”, explica Moisés Chencinski. Caso o clampeamento ocorra antes da hora, o risco de o bebê desenvolver anemia na infância é muito maior.

A importância do vernix

Seu bebê irá nascer com uma camada esbranquiçada ao seu redor. Isto não é sujeira, mas sim o vernix! Quando o bebê está dentro do útero ao seu redor existe esse vernix, camada que protege o bebê e ainda evita que ele perca calor. “Na hora que o bebê nasce não é preciso retirar o vernix, pois trata-se da primeira proteção do bebê e ainda fornece calor a ele. Definitivamente não está sujo”, conta Moisés Chencinski.

Vitamina K

Nas primeiras horas de vida o bebê irá ingerir a vitamina K. “Isto ocorre para prevenir a doença hemorrágica do recém-nascido”, afirma Moisés Chencinski.

Colírio de nitrato de prata

Também costuma ser aplicado nos olhos do bebê o colírio de nitrato de prata. Saiba mais sobre o assunto aqui.

Banho do bebê

É comum muitos profissionais de saúde darem banho no bebê pouco tempo após o parto, mas isto não é necessário. “O ideal seria que esse bebê ficasse em contato com a mãe, o banho pode até ser feito, mas depois ou até mesmo junto com a mãe”, diz Moisés Chencinski.

Ida para o quarto

Após tudo isso, mãe e bebê seguem para o quarto. O ideal é que o pequeno fique no quarto com a mãe e não no berçário. Nesta fase é normal o pediatra e outros profissionais de saúde visitarem a mãe e o bebê para checar se está tudo bem com ambos. Eles também irão passar maiores orientações sobre amamentação, cuidados com o coto umbilical e esclarecer as dúvidas que os pais tiverem. O foco no momento é o aleitamento materno, e claro, o descanso da mãe e do bebê.

Testes e vacinas no bebê

Durante sua estadia na maternidade serão realizados uma série de testes no bebê, a fim de certificar que não há problemas de saúde. São: teste do pezinho, teste da linguinha, teste do coraçãozinho, teste do olhinho e teste da orelhinha. Também são aplicadas as vacinas BCG e contra a hepatite B.

Visitas

Seus familiares e amigos estão ansiosos para conhecer o bebê? Mas saiba que a maternidade não é o melhor lugar para visitas. “O ideal é evitar essas visitas tanto na maternidade quanto no primeiro mês de vida do bebê.  Nos seus primeiros 30/40 dias, o bebê precisa é de sossego, rotina, e o pai e a mãe próximos, tudo que interfira nisso pode afetar a dinâmica do bebê e até mesmo no conforto da mãe”, observa Moisés Chencinski.

Caso as visitas ocorram é importante que as pessoas utilizem álcool gel se forem segurar o pequeno. As visitas na maternidade devem ser muito rápidas e pessoas que estejam doentes não devem ir.

A saída da maternidade

A orientação geral é que os pais e o bebê deixem o hospital após 48 horas em casos de parto normal e após 72 horas em casos de parto cesárea. Este tempo é importante para que os profissionais observem se o pequeno ganhou peso, se teve icterícia ou não e outros problemas.

Ao deixar a maternidade com o pequeno, é importante que ele vá no banco de trás e fique na cadeira para auto. Esta cadeira deve ficar de costas para os pais. Quando chegarem em casa, é importante que os pais marquem a primeira consulta no pediatra, que deve ocorrer entre o 7º e o 10º dia de vida do bebê.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545