Do site Tempo de Mulher
Perda de apetite, alterações no sono e até mesmo preguiça de brincar? Fique esperta: seu filho pode estar com anemia. Saiba mais sobre o problema!
por Redação
29/07/2015
Seu filho ou filha apresenta sinais de apatia, irritabilidade, pouca capacidade de concentração e aprendizado, perda de apetite, alterações no sono e até mesmo uma ligeira preguiça na hora de brincar? Fique esperta: ele pode estar com anemia! Mas você não precisa perder noites de sono por isso: uma alimentação rica em ferro vai ajudar a resolver o problema e devolver vigor e disposição para a criança.
É preciso entender que a anemia não é causada apenas pela deficiência do ferro. Isso porque o ferro é um nutriente essencial para a vida porque atua principalmente na fabricação das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo.
As anemias podem ser causadas pela falta de vários outros nutrientes como zinco, vitamina B12 e proteínas, mas a causada por deficiência de ferro, chamada de anemia ferropriva, costuma ser a mais comum e representa a deficiência nutricional de maior prevalência em todo o mundo: três milhões de casos, ou seja, mais de 1/3 de toda a população mundial.
Mas não são apenas as crianças que podem ser afetadas. Gestantes, mulheres em amamentação, meninas adolescentes e adultas em fase de reprodução, homens adolescentes, adultos e idosos, todos podem ser afetados.
Uma dieta equilibrada (caso de refeições com uma carne, verdura e legume; além de uma fruta ou suco para melhorar a absorção do ferro) já pode garantir a quantidade diária de ferro necessária para o organismo. No entanto, de acordo com o pediatra Moises Chencinski, a alimentação rica em ferro pode, no máximo, manter os níveis de ferro dentro da normalidade, mas não há como corrigir uma anemia apenas com base na alimentação.
"Quanto mais precoce a falta de ferro, maior o risco de anemias com sintomas como apatia, irritabilidade, redução da capacidade de concentração e aprendizado. Isso sem contar uma menor resistência a infecções com reflexos diretos no crescimento e desenvolvimento físico e mental adequado dessa população", afirma. O médico explica que a mulher, em especial a gestante, a criança de até 4 anos e adolescentes são os grupos biológicos mais vulneráveis para desenvolver um quadro de anemia em ferro.
Para diagnosticar a anemia na criança, o pediatra deve solicitar um exame de sangue para saber se há alteração na concentração de hemoglobina [que tem como principal função o transporte de oxigênio dos pulmões para todo corpo]. E, para descobrir se a anemia é causada pela falta de ferro, os exames conhecidos como "ferritina" e "ferro sérico" mostrarão a quantidade do nutriente no organismo.
"De acordo com a necessidade, o médico pedirá exames laboratoriais de sangue, fezes, urina, radiografias para diagnosticar a anemia e suas possíveis causas. O que deve ser ressaltado é que cada caso é um caso e deve ser analisado individualmente", explica Moises.
Quer saber quais alimentos são ricos em ferro e conhecer dicas para prevenir as anemias na criançada?
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Alguns cuidados na alimentação do bebê ajudam a prevenir a anemia ferropriva. De acordo com o pediatra, é preciso manter o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida porque o leite materno supre a carência de ferro da criança. Caso a mãe não possa amamentar por alguma razão, o pediatra deve oferecer fórmulas infantis enriquecidas com ferro. "E não cometa o erro de, por alguma razão, dar leite de vaca integral nos primeiros anos: ele é pobre nesse nutriente", afirma Moises.
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Após 1 ano de idade, a criança deve receber, no máximo, três refeições de leite, uma fonte importante de cálcio, proteínas e vitaminas. Nessa idade, ela já deve receber a dieta da família, bem equilibrada, contendo cereais, vegetais, legumes, frutas e carnes. "Nunca substitua uma refeição salgada (almoço ou jantar) por leite. A refeição fica incompleta, inadequada e desequilibrada, além de aumentar o aporte de cálcio que pode inibir a absorção do ferro, levando a mais anemia", reforça Moises Chencinski.
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As refeições salgadas, como almoço e jantar, devem conter alimentos ricos em "ferro heme", que são as carnes, aves e peixes. O fígado, que pode ser oferecido a cada duas semanas, é também uma excelente fonte de ferro. "Vegetais de folhas verde-escuras nunca devem faltar nessas refeições, que podem ter uma combinação de alimentos ricos em vitamina C, como tomate, além das frutas em sucos ou como sobremesa, caso de uma laranja, acerola ou morango", recomenda o pediatra.
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"Refrigerantes, chás ou café devem ser evitados em crianças por interferirem de forma negativa na absorção do ferro pelo organismo", adverte o pediatra. Além disso, alimentos ricos em cálcio, como alimentos derivados do leite, não devem ser consumidos durante as refeições quando houver alimentos ricos em ferro. O cálcio presente nesses alimentos dificulta a absorção do ferro pelo organismo.
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Os alimentos podem oferecer dois tipos diferentes de ferro: o "heme" e o "não heme". O primeiro pode ser encontrado especialmente na carne vermelha e no fígado de todos os animais, assim como na carne das aves, peixes e nos ovos, além de ser mais bem aproveitado pelo organismo.
Já a absorção do ferro "não heme", presente, por exemplo, em verduras (espinafre, brócolis, couve ou salsa), em leguminosas (feijão, lentilhas, grão-de-bico, ervilhas) ou nas frutas (uvas, maçãs, nozes, amêndoas ou castanhas) é menor e menos eficiente.
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"A anemia por falta de ferro requer um tratamento medicamentoso com suplementação de ferro, na maior parte das vezes por via oral. Em até 45 dias, a saúde da criança estará boa e ela deverá refazer os exames com o pediatra. A anemia nos dois primeiros anos de vida pode ser responsável por sérios problemas de desenvolvimento físico e intelectual interferindo desde a infância até a vida adulta", explica o pediatra Moises Chencinski.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545
