Do portal Mundo Mommy
Em comemoração a Semana Mundial do Aleitamento Materno, o Mundo Mommy foi atrás de um dos maiores apoiadores da amamentação, o Dr. Moisés Chenciski do Eu Apoio Leite Materno. Confiram
por Priscila Kotzent Editora chefe.
29/07/2015
• Doutor, sabendo de todas as dificuldades em amamentar, na sua opinião, o que podemos fazer para que mais mães persistam na amamentação?
A situação do aleitamento materno no Brasil não está de acordo com as expectativas da OMS. Muito tem sido feito, mas em atitudes isoladas, não sustentadas e os resultados não têm sido satisfatórios para mudar esse panorama. Isso é ruim, mas nos leva a uma situação bem interessante. Ainda há muito que pode ser feito para melhorar essa situação.
São várias as estratégias que poderiam ser utilizadas. Mas o centro da questão, acredito, está no APOIO e na INFORMAÇÃO.
Infelizmente, nem quem deveria dar a orientação (profissionais de saúde) está adequadamente preparado para isso. É muito comum e muito mais frequente do que se poderia imaginar, a falta de apoio e estímulo dos próprios pediatras e obstetras, por exemplo, quando ua mãe os procura para um aconselhamento.
Assim, antes de tudo, é necessário o APOIO para essa mãe. A família orientada, a sociedade não recriminando uma mãe que resolva amamentar em público, ou por mais tempo (crianças maiores), que a licença-maternidade seja de 6 meses de verdade para todas, que a mãe tenha uma sala de amamentação no trabalho, onde ela possa coletar e armazenar o sue leite em condições dignas e adequadas para levar para casa.
E que os profissionais de saúde, a mídia, a sociedade, as empresas, o governo olhem com mais carinho para essas mães e não só divulguem, mas também de forma coerente, atuem para que a INFORMAÇÃO correta leve à AÇÃO adequada.
• A Semana Mundial do Aleitamento Materno esta chegando e eu gostaria de saber, para o senhor, qual a real importância de comemorarmos essa data?
Na realidade, ela é só uma semana. Encaro esse dia como um convite à reflexão e avaliação. O que já está enraizado? O que precisa ser feito a mais? Como fazer? A cada ano focamos nessa semana apenas um aspecto importante e relevante de toda a situação. Vale a pena essa semana para chamar a atenção do mundo de como estamos devendo no que diz respeito ao aleitamento. E precisamos parar de falar que uma semana não é suficiente para resolver a questão e partirmos definitivamente para a ação. FALAR E ABORDAR TODOS OS DIAS, TODAS AS HORAS, EM TODAS AS OPORTUNIDADES a questão da importância e da prática real do aleitamento materno.
• Nesse ano, o tema é “mães que trabalham fora, também podem amamentar”, o que senhor diria para essas mães? Que tipo de apoio podemos oferecer a uma mãe trabalha fora e pretende continuar amamentando?
A resposta continua a mesma. INFORMAÇÂO e APOIO.
O APOIO deve vir de toda a sociedade e das empresas com a real licença-maternidade de 6 meses, com salas de apoio à amamentação para coleta e armazenamento.
A INFORMAÇÂO sobre o estímulo ao aleitamento vinda desde o pré-natal, com o apoio na maternidade, sem oferta de fórmulas ou mamadeiras da forma absurda que é feita hoje, com a adesão de todos os pediatras à real importância do aleitamento, com o acesso dessas mães aos BANCOS DE LEITE para doar e receber orientações sobre as técnicas de amamentação e de coleta do leite para quando ocorrer a volta ao trabalho.
• Suas considerações sobre a Semana Mundial do Aleitamento Materno:
Acredito que cada um de nós pode contribuir. Cada um de nós pode fazer a sua parte. INFORMAÇÃO e APOIO.
Em 10 de maio de 2015, lancei um movimento nesse sentido: EU APOIO LEITE MATERNO (#euapoioleitematerno).
A meta é SENSIBILIZAR e INFORMAR o país a respeito da importância do aleitamento materno, abordando o tema, nessa fase inicial, diariamente, durante um ano (que deve se prolongar, logicamente).
E essa ação tem que ser contínua, ampla, usando todas as mídias.
Blog: https://euapoioleitematerno.wordpress.com/
Instagram: https://instagram.com/euapoioleitematerno
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"Não só a mãe trabalhadora, mas todas as mães podem amamentar. E, infelizmente, não basta só apoiar agora. Esse apoio tem que ser constante, de todos. Afinal, só partindo do aleitamento materno desde a sala de parto, exclusivo e em livre-demanda até o 6º mês, estendido até 2 anos ou mais, como recomendam a OMS, A SBP, o Ministério da Saúde, a UNICEF e muitas outras instituições por todo o planeta, é que conseguiremos fazer dessa, a geração dos 100 anos, com saúde, respeito, educação e cidadania." Dr. Moisés Chenciski
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545
