Do portal da BAND - Rio Grande do Sul
O evento busca promover a discussão sobre os direitos da mulher em relação à amamentação após o retorno ao trabalho.
por Redação
05/08/2015
Semana Mundial do
Aleitamento Materno
ocorre de 1 a 7 de agosto
Divulgação
Está ocorrendo, desde o dia 1 até o dia 7 de agosto, a Semana Mundial do Aleitamento Materno. Neste ano, o evento aborda o tema “Amamentação e Trabalho”, propondo a discussão sobre os direitos da mulher que amamenta e trabalha. A preocupação surgiu do fato de que muitas mães, ao final da licença-maternidade, interrompem a amamentação antes do tempo, embora o direito a intervalos do trabalho para amamentação seja garantido por lei.
A amamentação como meio exclusivo de alimentação do bebê é indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) até os seis meses de idade e, após esse período, é aconselhada a complementação com outros alimentos, mantendo o aleitamento até os dois anos ou mais. Os benefícios da prática são inúmeros, tanto para a mãe como para a criança: favorece a produção de anticorpos que previnem doenças e alergias no bebê, diminui o sangramento pós parto da mãe, favorece um retorno mais rápido ao peso anterior à gravidez da mulher e previne o surgimento de câncer de mama e de ovário.
Conforme o pediatra Moises Chencinski, que criou o movimento Eu Apoio Leite Materno e integra o Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, estima-se que atualmente, no Brasil, o aleitamento materno exclusivo (sem a complementação com outros alimentos) é de somente 52 dias. Uma pesquisa do Ministério da Saúde reforça esta interrupção precoce do aleitamento: 34% das mães de bebês menores de um ano e que possuem emprego fora de casa não amamentam mais os filhos. Há uma clara diferença em relação às mães que não trabalham fora, em que esse índice é de apenas 19%.
Um fator para a interrupção do aleitamento materno antes do período recomendado parece ser o constrangimento que as mulheres sentem em amamentar em público. Embora a Pesquisa Global Lansinoh sobre Aleitamento Materno 2015 indique que, no mundo todo, a maioria das mulheres considere a amamentação em público como algo perfeitamente normal, 32,3% das entrevistadas declararam que se sentem constrangidas de amamentar em público. Ainda segundo a pesquisa, 47,5% das brasileiras disseram já terem sofrido críticas ao amamentar em locais públicos. É importante destacar a universalidade deste problema, visto que na China, por exemplo, 38,3% das mulheres disseram nunca ter amamentado em público.
Entre as atividades realizadas em função da Semana Mundial de Aleitamento Materno, estão sendo organizados mamaços em diversas cidades do mundo, como manifestação pela sensibilização e quebra do preconceito da sociedade em relação ao aleitamento materno em público. Os mamaços pretendem reunir um grande número de mulheres que estejam amamentando em um local comum, para que ocorra a amamentação pública e coletiva das crianças.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545