Do site Bebê Mamãe
Enfeitar demais o berço, não confiar na própria intuição são alguns dos erros mais comuns
por Bruna Romanini
29/09/2015
Algumas atitudes podem parecer as mais acertadas na hora de cuidar do seu bebê, mas não são. A seguir listamos os erros mais comuns dos pais, especialmente os de primeira viagem. Confira:
Colocar muitos bichinhos de pelúcia, almofadas fofas e outros objetos pode até deixar o berço do bebê uma graça, porém isto pode causar uma série de problemas. “No berço a criança deve estar segura, sem nada que possa fazê-la engasgar, se sufocar ou prender seus movimentos. Nada solto, como os bichinhos de pelúcia e outros objetos”, explica o pediatra Moises Chencinski, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Tentar impor uma rotina rígida para seu bebê pode causar alguns problemas, pois o pequeno pode não estar preparado para isso. “Até o 3º para o 4º meses o bebê não tem, por exemplo, seu ciclo de sono definido e amadurecido. Assim, querer que ele mame ou durma em horários determinados significa não respeitar ou observar o que o bebê pode ou não fazer”, diz Moises Chencinski.
O amadurecimento dos sistemas do bebê vão nos mostrar quando ele estará preparado para assumir determinadas rotinas. “Isso não significa que a vida dele tenha que ser uma bagunça, sem nenhum ritmo. Ao contrário. O bebê necessita de uma rotina. Um dia muito agitado, com muitas visitas, muita diferença nos horários e nos cuidados de um bebê podem alterar seu humor, seu sono e sua alimentação, fazendo com que esse bebê necessite de mais contato com sua mãe e, consequentemente, vai querer mamar mais”, conta Moises Chencinski.
Nada de comparar constantemente o desenvolvimento do seu bebê com o dos filhos de outras pessoas. Cada criança é uma criança e precisa ser avaliada individualmente. “Não há nada que o bebê tenha que fazer com 6 meses, 3 dias, 4 horas e 5 minutos. O bebê evolui em fases”, explica Moises Chencinski.
Assim, o bebê pode sustentar a cabeça até os 3 meses, pode sentar entre os 6 e os 10 meses, pode andar entre os 9 e os 18 meses e assim por diante. “Características genéticas, alimentares, ambientais, familiares podem modificar o crescimento e o desenvolvimento de um bebê, até mesmo de gêmeos. Imaginem bebês de famílias diferentes, de rotinas diferentes”, observa Moises Chencinski.
Está certo que há situações que só a mãe pode resolver. Amamentar é uma delas. Porém, não ter ajuda para realizar outras atividades do dia a dia pode fazer com que a mãe tenha problemas até mesmo na amamentação. “Quando ela tem outras atividades além da amamentação para executar, isso pode desviar sua atenção e suas preocupações da questão do aleitamento”, conta Moises Chencinski.
Como a amamentação é uma ação neuro-psico-endócrina. Isso significa que há uma influência determinante do emocional no processo. “Além disso, amamentar pode ser natural, mas nem sempre é simples ou fácil. Pode cansar. Pode requerer atenção e disponibilidade mais constantes da mãe, especialmente nos primeiros dias”, afirma Moises Chencinski.
Assim, se alguém se dispõe a ajudar essa mãe é importante que se encarregue de ações que possam liberá-la para amamentar. Arrumar a casa, lavar louça, fazer compras em supermercado, preparar as refeições podem ser algumas das atividades que não dependem da ação exclusiva da mãe e que podem favorecer uma boa relação mãe-bebê.
A mãe recebe diversos conselhos sobre qual é a maneira certa de criar o filho. Porém, diante de tudo isso é essencial não deixar de lado a própria intuição. “Ninguém mais do que a mãe conhece seu bebê. Ela precisa de informação e apoio. Isso ela pode conseguir da família e do pediatra. Mas nada nem ninguém pode ‘ensinar’ uma mãe a sentir. Em dúvidas, ela deve mesmo pedir ajuda. E até para isso, seu instinto deve ser seguido”, conta Moises Chencinski.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545