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HPV e câncer - Campanha de Vacinação

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A cada ano, cerca de 5 mil mulheres brasileiras morrem de câncer do colo do útero. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são cerca de 15 mil novos casos anuais - praticamente 100% causados pelo Papilomavírus Humano (HPV)

07/09/2015

A vacina HPV oferece prevenção efetiva contra o câncer Existe vacina segura e eficaz disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde para as nossas meninas de 9 a 13 anos. No entanto, as coberturas vacinais estão baixas, apesar das robustas evidências de eficácia e segurança.

A vacina HPV oferece prevenção efetiva contra o câncer.


Doenças associadas ao HPV

De 12,7 milhões de novos cânceres em homens e mulheres em todo mundo, 610 mil (~5%) são atribuíveis ao HPV.

Os HPVs são causa de câncer em vários sítios anatômicos. Segundo o CDC, eles respondem por:
♦ 100% dos casos de câncer do colo do útero;
♦ 91% dos casos de câncer anal;
♦ 75% dos casos de câncer de vagina
♦ 72% dos casos de câncer de orofaringe;
♦ 69% dos casos de câncer vulvar;
♦ 63% dos casos de câncer de pênis.
♦ O Câncer cervical é o terceiro tipo mais comum entre as mulheres brasileiras.
♦ Estudos brasileiros demonstram que 24% das meninas com um ano de atividade sexual e com um único parceiro, já apresentam lesão por HPV. Em cinco anos, a probabilidade de ocorrência de lesão foi de 40%.

Carta aberta à população sobre a HPV, câncer e a vacinação

Hpv 1

Hpv 4

Hpv 5

Vacinas - prevenção das doenças associadas ao HPV

Existem duas vacinas HPV disponíveis no Brasil, elas foram desenvolvidas para prevenir o câncer do colo do útero.

É possível que sejam eficazes também na prevenção de outros tipos de câncer relacionados aos HPVs.

A vacina quadrivalente também protege do câncer de vulva e vagina e das verrugas genitais.

As sociedades médicas recomendam fortemente a vacinação prioritária de meninas a partir dos 9 anos.

O Ministério da Saúde disponibiliza a vacina HPV 6,11,16 18 para meninas de 9 a 13 anos.

Eficácia das vacinas HPV

Em mulheres não previamente infectadas, ambas as vacinas apresentam mais de 95% de eficácia na prevenção de lesões precursoras do câncer cervical causadas pelos HPVs 16,18.

Em mulheres, a vacina HPV 6, 11, 16, 18 demonstra quase 100% de eficácia na prevenção de lesões precursoras de câncer de vulva e vagina causadas pelos HPVs 16,18, e de verrugas genitais causadas pelos HPVs 6,11.

A vacina HPV16,18 demonstra eficácia clínica em prevenir infecções persistentes causadas por HPVs 16, 18, 31 e 45 e lesões causadas por HPVs tipos 16 e 18, as quais podem evoluir para câncer de colo de útero.

Ambas as vacinas mostram que a imunogenicidade é cerca de duas a três vezes maior em mulheres jovens, com menos de 15 anos. Estudos demonstram que o esquema de duas doses da vacina para essa faixa etária é tão imunogênico quanto o de três doses nas mais velhas. Por esse motivo, esquemas de doses estendidos, como o adotado pelo Brasil, e até mesmo de duas doses foram adotados para meninas com menos de 15 anos.

A vacina HPV6,11,16,18, adotada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), está inserida em 62 programas públicos de vacinação em todo mundo e os resultados de eficácia já podem ser observados.

Na Austrália, onde a vacina HPV 6,11,16 18 é oferecida para meninas  de 12 a 26 anos, observam-se, desde 2007, os seguintes resultados:
♦ As verrugas genitais tornaram-se raras nas mulheres e nos homens heterossexuais australianos sete anos após a introdução da vacinação contra HPV  (redução de 18,4% para 1,1% nas mulheres < 21 anos; de 11,3% para 2,8% nos homens < 21 anos. Houve redução mínima entre homens que fazem sexo com outros homens e nos homens > 32 anos. Entre as mulheres com mais de 32 anos passou de 4,0% para 8,5%).
♦ Proteção de 46% contra NIC 2/3 e AIS confirmada histologicamente.

Segurança das vacinas HPV

As vacinas estão licenciadas desde 2006 (HPV6,11,16,18) e 2007(HPV16,18).

A vacina HPV6,11,16,18, disponível para as meninas na rede pública brasileira, também é utilizada em 133 países, sendo que 62 deles oferecem a vacinação gratuita contra o HPV.

Mais de 175 milhões de doses das vacinas HPV foram aplicadas no mundo, desde 2006.

Estima-se que em 2014, 44 milhões de mulheres em todo mundo receberam o esquema completo de três doses em programas nacionais de imunização -- 30 milhões delas em países desenvolvidos e 14 milhões em países em desenvolvimento.

Síncope pode ocorrer entre adolescentes que recebem vacinas, incluindo a vacina HPV.

O comportamento dos jovens é, com frequência, influenciado pelo  grupo com o qual se identifica, sejam amigos ou colegas de escola; por essa razão, muitos relatos de alterações comportamentais associadas à vacinação têm sido descritos independentemente de questões culturais ou socioeconômicas.

Desde os anos 90, episódios de transtornos psicogênicos em massa (MPI, do inglês mass psychogenic illness) após a vacinação são descritos na literatura. 

Mundialmente, o Global Advisory Committee on Vaccine Safety (GAVCS) monitora todas as vacinas, incluindo a vacina HPV6,11,16,18. Em 2014, o relatório da GACVS afirma não ter havido ocorrência que pudesse afetar a segurança ou as recomendações atuais para o uso da vacina. O comitê continua confirmando o bom perfil de seguranças da vacina HPV quadrivalente, hoje disponível na rede pública brasileira.

A incidência de eventos adversos relacionados às vacinas HPV não é maior do que a esperada e nem tampouco maior do que aquela relacionada com outras vacinas do calendário de vacinação da criança e do adolescente. No entanto, a pesar de dados robustos sobre a segurança da vacina, a cobertura vacinal com a HPV ainda se mantem baixa. 

Considerações

Os estudos científicos bem conduzidos, extensamente analisados e discutidos pelos especialistas têm demonstrado que as vacinas para HPV são eficazes e seguras e têm potencial de promover diminuição significativa da incidência do câncer do colo do útero nos próximos anos.

Foi demonstrado que a infecção e as lesões induzidas pelo vírus já decresceram em vários países após o uso da vacina. 

As eventuais ocorrências adversas exageradamente divulgadas não se confirmaram como efeitos deletérios graves. 

Por isso as Sociedades, em conjunto, se manifestam a favor da vacinação do HPV promovendo maior divulgação desta campanha.

 

 

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Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545