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No sábado, dia 29 de agosto, o pediatra Moises Chencinski ministrou a palestra Amamentação – A Vida como ela é parte 2, durante a IX Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica.
por Marcia Wirth
02/09/2015
No sábado, dia 29 de agosto, o pediatra Moises Chencinski ministrou a palestra Amamentação – A Vida como ela é parte 2, durante a IX Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica. O evento, promovido pelo Instituto Girassol, na capital de São Paulo, reuniu profissionais de todo o País, interessados em aprofundar seus conhecimentos sobre os principais e mais atuais tópicos relacionados à nutrição em pediatria e alergia alimentar.
Foi durante a palestra que o médico apresentou os dados de pesquisa inédita realizada pelo Datafolha sobre o aleitamento materno infantil. Encomendada pelo Movimento #euapoioleitematerno, a pesquisa trouxe à tona dados interessantes sobre um grupo específico: mulheres com filhos de até 6 anos de idade em todo o país.
“Quando surgiu a ideia de realizarmos essa pesquisa com o Datafolha, desejávamos saber: se as mães tinham amamentado em sala de parto, até que idade elas tinha praticado o aleitamento materno (exclusivo ou não) e a influência da volta ao trabalho no desmame. Essas informações são muito importantes para nós, que trabalhamos com a mobilização social das mães em prol do aleitamento. Precisávamos conhecer a realidade delas em profundidade, para traçar estratégias mais efetivas para ajudá-las. Por exemplo, se a volta ao trabalho é um fator que interrompe ou interfere no aleitamento materno, devemos atuar junto aos legisladores para estendê-la, se o aleitamento materno ainda não é uma realidade na sala de parto, devemos atuar junto às maternidades, para reverter esse quadro, e assim por diante”, defende Moises Chencinski, idealizador do Movimento #euapoioleitematerno.
Maioria amamentou seus filhos: em média as mães amamentaram por 11,4 meses
A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 03 e 08 de agosto de 2015, em 224 municípios. Foram realizadas 977 entrevistas com mulheres que têm filhos com até seis anos de idade, com margem de erro máxima de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Do total de entrevistados, 64% têm filhos, sendo que 21% dizem ter um filho, 22% têm dois filhos, 12% três filhos e 10% têm quatro ou mais filhos, a média é de 2,3 filhos. As faixas de idade dos filhos são distribuídas das seguintes formas: 18% até seis anos, 12% mais de seis até dez anos, 15% mais de dez até quinze anos, 7% mais de quinze a dezessete anos e 34% com 18 anos ou mais de idade. Em média os filhos têm 18,5 anos.
Entre as mulheres que têm filhos com até seis anos de idade, 7% têm filhos com menos de um ano de idade, 12% com um ano, 15% com dois anos, 17% com três anos, 15% com quatro anos, 16% com cinco anos e 18% com seis anos. A idade média é de 3,5 anos.
Durante sua palestra, o pediatra Moises Chencinski, idealizador do Movimento #euapoioleitematerno, destacou alguns dos principais resultados apontados pela pesquisa:
• A maioria (91%) amamentou seus filhos, sendo que desse total 62% amamentaram na sala de parto (principalmente as menos escolarizadas, 67%, contra 53% das que têm nível superior), não amamentaram na sala de parto 28%;
• Amamentaram exclusivamente os filhos até os seis meses, sem adição de nenhum outro tipo de alimento ou água, 57%, taxa que sobe para 68% entre as moradoras da região norte, 34% não amamentaram exclusivamente até o sexto mês;
• Amamentaram até o primeiro mês 8% das entrevistadas, 2% até o segundo mês, 8% até o terceiro, 5% até o quarto, 2% até o quinto e 10% até o sexto mês; 19% dizem ter amamentado mais de seis meses até 12 meses, mesmo índice das que responderam mais de 12 a 24 meses e 10% amamentaram mais de 24 meses;
• O índice das que amamentaram entre 12 e 24 meses fica ligeiramente acima da média nas regiões norte, nordeste e entre as mais escolarizadas, 23% em cada segmento, e atinge 33% entre as que têm renda de cinco a dez salários mínimos. Em média o tempo de amamentação foi de 11,4 meses;
• Um terço (33%) das que amamentaram trabalhava nesse período, especialmente as moradoras da região sul (39%), as com renda entre cinco e dez salários mínimos (52%), as que pertencem às classes A/B (54%) e as mais escolarizadas (55%). Não trabalhavam no período de amamentação 58%;
• Das que trabalhavam no período de amamentação (33%), a maior parte (28%) diz que voltar ao trabalho não foi decisivo para parar de amamentar, especialmente as que têm de 35 a 44 anos (32%), as das classes A/B (41%), as que ganham de cinco a dez salários mínimos (42%) e as mais escolarizadas (43%). Para 8%, a volta ao trabalho foi decisiva para suspender a amamentação, especialmente para as mais escolarizadas (12%), as que pertencem às classes mais altas (13%) e as mais ricas (15%);
• Não amamentaram 9% das entrevistadas.
Um paralelo
Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE, realizada em convênio com o Ministério da Saúde, entre 2011 e 2013, publicada em 21 de agosto, com o título Ciclos da Vida (3º volume da série), em relação à saúde de crianças menores de 2 anos de idade foram analisados dados sobre consultas médicas, aleitamento materno, testes de diagnóstico precoce - pezinho, orelhinha e olhinho. O único dado divulgado nessa pesquisa referente ao aleitamento materno estimou que, no Brasil, 50,6% das crianças com idade igual ou superior a 9 meses e menor que 12 meses estão em aleitamento materno de modo complementar. Esses indicadores não apresentaram resultados estatisticamente diferentes entre as Grandes Regiões, nem entre as áreas urbana e rural.
Movimento #euapoioleitematerno
Seu maior objetivo é estimular, sensibilizar, de forma positiva e sem agressões, sem ameaças, sem discriminações o aleitamento materno. Quem quiser pode se unir ao Movimento #euapoioleitematerno. Mães que amamentam e mães que não amamentam têm a mesma voz. Ninguém é menos mãe ou mais mãe por amamentar ou por não amamentar. Confira o blog do movimento:
https://euapoioleitematerno.wordpress.com
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545