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Whey Protein na mamadeira: famosa incentiva prática e médico diz se faz mal

Do site Bolsa de Mulher / Bebê

A ex-BBB Michelly Crisfepe, de 32 anos, contou em entrevista ao site R7 que sonha ser mãe e que, quando isso acontecer, vai colocar whey protein na mamadeira de seu filho porque, segundo ela, conhece bem os benefícios do suplemento. Estudante do segundo ano de nutrição, a famosa foi rebatida por médicos, que afirmam que a suplementação pode causa sérios riscos à saúde do bebê.

por Beatriz Helena

21/09/2015


Composto pode carregar sistema digestivo das crianças e causar alergias

O whey protein é um composto de proteína do leite de vaca obtido através de seu soro que, geralmente, é utilizado por adultos que fazem academia com o intuito de aumentar a massa magra - músculos. De acordo com Moisés Chencinski, pediatra membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo, a recomendação de oferecer whey protein para crianças é muito perigosa porque a ação pode sobrecarregar o sistema digestivo e causar desequilíbrio em seu funcionamento.

Durante a fase de crescimento, a criança necessita de cálcio, que é obtido principalmente através do leite. E a suplementação de proteína pode afetar a absorção do nutriente. “Se a criança está começando a comer, a partir dos 6 meses, e é suplementada com proteína, o cálcio é eliminado pela urina antes de ser absorvido e os rins podem ficar sobrecarregados, aumentando a possibilidade de ela sofrer com calculo renal”, explica o médico.

Para o especialista, o que a criança precisa nesta fase, além de leite materno, é de uma alimentação equilibrada. “Não acredito que nenhum pediatra ou nutricionista considere a possibilidade ou necessidade de incluir proteína que não seja através de comida saudável”, comenta.

Desmame e alimentação

Segundo o pediatra, esses modismos alimentares também podem prejudicar a amamentação e a introdução alimentar adequada. “Até os 6 meses o bebê deve se alimentar exclusivamente de leite materno em livre demanda. Entre os 6 e os 12 meses, o leite materno continua sendo o principal alimento, e a comida entra como complemento. A partir do primeiro ano, a criança já come a comida da família e o leite então passa a ser complemento até dois anos ou mais”, indica.

Para casos em que a amentação foi prejudicada, o ideal é buscar auxílio de amamentólogas ou de bancos de leite para solucionar o problema e buscar fórmulas específicas e feitas exatamente para alimentar bebês.

Mamadeira

Outro problema apontado pelo especialista é o uso de mamadeiras. “O bico da mamadeira confunde o bebê, que tende a desmamar mais rápido. Quando é preciso dar fórmulas, o ideal é dar no copinho pra evitar a confusão de bicos”, recomenda.

Quando suplementar?

A criação de um filho é cheia de dúvidas e palpites. Para o médico, quando a surge a dúvida sobre suplementar ou não a alimentação do pequeno, a saída é se perguntar “para quê?”. “Quando uma mãe chega ao consultório perguntando se pode suplementar ou então dar alimentos ricos em açúcares ou conservantes, eu digo que antes ela deve se perguntar para quê oferecer isto para ele, qual benefício ele vai ter. Nesse momento a gente enxerga como é grande a necessidade das mães serem melhores orientadas durante esse período”, comenta.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545