Do site Bem Mulher
A Academia Americana de Pediatria (AAP), entidade encarregada de proteger a saúde e o bem-estar das crianças, anunciou que suas recomendações sobre o “tempo de tela” de crianças e adolescentes precisam ser atualizadas.
por Marcela Mattia
03/12/2015
Desde que a AAP emitiu suas primeiras orientações, em 1999, os tempos mudaram em termos de tecnologia. De acordo com uma pesquisa da Common Sense Media, 30% das crianças usam telas antes mesmo de serem orientadas sobre esse quesito. E aproximadamente um quarto dos adolescentes está conectado “as telas” em tempo quase integral.
O tópico polêmico é que a AAP quer aumentar o tempo de tela, e não diminuí-lo, o que tem gerado controvérsias. De acordo com a Kaiser Family Foundation, os pequenos ficam, em media, mais de 7 ½ horas por dia em frente de computadores, tablets e afins, em atividades não relacionadas à escola.
Para o pediatra e homeopata Moises Chencinski, este número é alto demais e limites devem ser impostos. “Não há dúvida de que a tecnologia pode desempenhar um papel positivo nas vidas das crianças. Mas, na maioria das vezes, estas passam horas e horas na frente das telas sem realizar nenhuma atividade educacional ou social”, afirma o especialista.
Moises ainda faz uma comparação do tempo de tela com a quantidade de açúcar consumida pelas crianças, mostrando que não é porque o uso da tecnologia aumentou que elas devem passar mais tempo utilizando-a. “Os tempos mudam, mas o que é saudável para as crianças não”, argumenta.
Já para Ari Brown, presidente de um grupo da Academia Americana de Pediatria que investiga o uso da mídia, o mundo mudou. Por isso, temos de abordá-lo como ele é. Brown acredita que a AAP não deve relaxar ou alterar a decisão. “Orientar e informar os pais são papéis vitais da AAP para que sejam feitas escolhas saudáveis”, defende.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545