05/12/2015
Essa é uma das queixas mais comuns dos dias de hoje que não se ouvia há uns 20 anos atrás. Meu filho não come, tinha. Ele não comia, mas dormia. Também, os tempos são outros. Muitos são os estímulos para que uma criança não tenha vontade de dormir.
- Pai E MÃE trabalhando fora, levando-os a “terceirizar a educação” dos filhos.
- Pais sentindo-se culpados por esse “abandono”, sendo mais permissivos.
- Crianças que se aproveitam desse sentimento de culpa dos pais.
- Pais que chegam tarde em casa e aí resolvem brincar com as crianças, cansando-as, mas deixando-as excitadas ao mesmo tempo.
- Crianças que realmente sentem a falta dos pais.
- Muitos novos atrativos para estimular a criança (TV, DVD, iPhones, iPads, tablets, videogames).
- Crianças que ainda dormem durante o dia, mesmo após os 3 anos recomendáveis para se suspender a soneca do dia.
- Sedentarismo. Não dá mais (?) para brincar “lá fora”, soltar pipas, futebol na rua, carrinhos de rolemã, amarelinha pela questão de segurança , tanto relacionada à violência quanto ao risco de acidentes (atropelamentos, por exemplo).
- “justificativas” para esclarecer esse panorama e para que se entenda que não há remédio no mundo, alopático, homeopático, fitoterápico, “acupunturático” que possa resolver essa questão familiar e social.
A partir do momento que temos filhos nossa vida muda? Lógico que sim, e eu estranharia muito se assim não o fosse, mesmo com as tais das crianças francesas (as que não fazem birra, comem de tudo.. rs). A questão está mais relacionada às atitudes que tomamos em relação a essas mudanças.
O bebê até 3 anos de idade (ou até os 6 quando acaba a primeira infância) depende dos pais, do vínculo familiar, para se alimentarem, para crescerem saudáveis, para se desenvolverem dentro do que pode ser considerado adequado.
Mas isso acontece muito antes dessa idade, quase desde a chegada do bebê em casa. Mas aí é um erro de avaliação e de expectativas, porque até os 3 meses de idade não há “sistema de sono” adequado e amadurecido. Assim, qualquer tentativa nessa fase dificilmente terá resposta positiva.
A consulta pediátrica de rotina no primeiro ano de vida, com recomendações a respeito de aleitamento materno, imunizações, visa, também, estabelecer um ritmo de vida saudável para essa nova família. E aí, se inclui um sono possível, real, sem falsas esperanças.
Livros? Tem uma lista enorme. Se houvesse um método bom para todos, não haveria necessidade dos outros, não é mesmo?
Eu mesmo, no meu site, quando comecei a escrever um “artigozinho” sobre o tema, acabei por cortar ao final de 19 capítulos (HORA DE DORMIR). Dicas sobre a fisiologia do sono, as necessidades, técnicas, avaliando as reais possibilidades de cada método estão lá também.
Que tal procurar a solução do problema dentro de casa, antes de sairmos atrás de curas mirabolantes para um problema que é, hoje em dia, talvez muito mais social do que médico? Boa sorte e bons sonhos.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545