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Compartilhamento de leite materno entre amigos e parentes é arriscado

Do site Difundir e do portal SEGS

Leite partilhado com amigos e parentes, bancos de leite, orientação sobre o excesso de leite: oportunidades de diálogo entre médicos e mães Um estudo americano mostra que, embora a maioria das mães saiba que a prática de compartilhamento de leite materno não é apropriada, um terço delas diz que não iria considerar a saúde do doador ou a segurança do leite doado, antes de ofertá-lo para o seu bebê.

por Márcia Wirth

27/01/2016

Um estudo americano mostra que, embora a maioria das mães saiba que a prática de compartilhamento de leite materno não é apropriada, um terço delas diz que não iria considerar a saúde do doador ou a segurança do leite doado, antes de ofertá-lo para o seu bebê.

Os pesquisadores também descobriram que a maioria das mães de primeira viagem aprendeu sobre compartilhamento de leite materno com amigos ou parentes - um número pequeno de mulheres compartilha leite com ambos - mas são poucas as mulheres que discutem essa opção com seu médico antes de fazer isso.

Segundo os pesquisadores, o estudo é uma tentativa de entender o comportamento de milhares de americanas, visando saber como os profissionais de saúde e as mães, em conjunto, podem tomar melhores decisões para si mesmas e seus bebês. “O estudo descobriu que amigos, parentes e os meios de comunicação desempenham um papel importante na educação e no diálogo em torno do compartilhamento de leite materno, mas que os profissionais de saúde estão sendo deixados de fora desse processo. E isso é preocupante, porque há riscos envolvidos na alimentação do bebê com leite materno vindo de outra mulher, mesmo que ela seja uma amiga ou uma parenta”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

A Academia Americana de Pediatria emitiu uma nota sobre os perigos de alimentar os bebês prematuros com leite não pasteurizado, mas não existem diretrizes atuais sobre o compartilhamento de leite materno nos EUA. Há milhares de mulheres que são incapazes de amamentar, mas mesmo assim querem oferecer a seus bebês os benefícios do leite materno, o que levou ao crescimento de uma indústria regulamentada de compra do “produto” por lá.

Outros estudos, conduzidos pelo mesmo grupo de pesquisadores, mostraram que o leite materno adquirido através da internet é muitas vezes contaminado com leite de vaca, produtos químicos ou bactérias causadoras de doenças. “Bancos de leite sem fins lucrativos nos Estados Unidos fazem um trabalho rigoroso de triagem de doadores e de purificação do leite materno, mas porque há tão pouco leite doado, a grande maioria é dada a bebês prematuros hospitalizados. Os bancos de leite chegam a cobrar quatro dólares por 30 mililitros, o que é muito caro para muitas famílias, e leva algumas mulheres a recorrerem à internet para comprar leite de estranhas ou buscá-lo entre amigas ou parentas”, explica o médico.

Aleitamento Materno: começo, meio e fim




Problema social complexo

Os pesquisadores dizem que atualmente não há dados que assegurem que os benefícios potenciais da partilha de leite materno entre estranhos, amigos e parentes Um estudo americano mostra que, embora a maioria das mães saiba que a prática de compartilhamento de leite materno não é apropriada, um terço delas diz que não iria considerar a saúde do doador ou a segurança do leite doado, antes de ofertá-lo para o seu bebê.

Os pesquisadores também descobriram que a maioria das mães de primeira viagem aprendeu sobre compartilhamento de leite materno com amigos ou parentes - um número pequeno de mulheres compartilha leite com ambos - mas são poucas as mulheres que discutem essa opção com seu médico antes de fazer isso.

Segundo os pesquisadores, o estudo é uma tentativa de entender o comportamento de milhares de americanas, visando saber como os profissionais de saúde e as mães, em conjunto, podem tomar melhores decisões para si mesmas e seus bebês. “O estudo descobriu que amigos, parentes e os meios de comunicação desempenham um papel importante na educação e no diálogo em torno do compartilhamento de leite materno, mas que os profissionais de saúde estão sendo deixados de fora desse processo. E isso é preocupante, porque há riscos envolvidos na alimentação do bebê com leite materno vindo de outra mulher, mesmo que ela seja uma amiga ou uma parenta”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

A Academia Americana de Pediatria emitiu uma nota sobre os perigos de alimentar os bebês prematuros com leite não pasteurizado, mas não existem diretrizes atuais sobre o compartilhamento de leite materno nos EUA. Há milhares de mulheres que são incapazes de amamentar, mas mesmo assim querem oferecer a seus bebês os benefícios do leite materno, o que levou ao crescimento de uma indústria regulamentada de compra do “produto” por lá.

Outros estudos, conduzidos pelo mesmo grupo de pesquisadores, mostraram que o leite materno adquirido através da internet é muitas vezes contaminado com leite de vaca, produtos químicos ou bactérias causadoras de doenças. “Bancos de leite sem fins lucrativos nos Estados Unidos fazem um trabalho rigoroso de triagem de doadores e de purificação do leite materno, mas porque há tão pouco leite doado, a grande maioria é dada a bebês prematuros hospitalizados. Os bancos de leite chegam a cobrar quatro dólares por 30 mililitros, o que é muito caro para muitas famílias, e leva algumas mulheres a recorrerem à internet para comprar leite de estranhas ou buscá-lo entre amigas ou parentas”, explica o médico.

Aleitamento Materno: começo, meio e fim
http://www.youtube.com/watch?v=S0qTq6XFvlE

Problema social complexo

Os pesquisadores dizem que atualmente não há dados que assegurem que os benefícios potenciais da partilha de leite materno entre estranhos, amigos e parentes superem os riscos dessa prática. Simplesmente não há dados suficientes para aconselhar as mulheres sobre os riscos do compartilhamento de leite materno, e essa é uma das razões por que essa pesquisa é tão importante.

Para o estudo, 500 novas mães, no centro de Ohio, foram inquiridas sobre os seus conhecimentos a respeito do compartilhamento de leite materno e se elas tinham usado leite doado ou se tinham doado leite a outrem. As mulheres com maior nível educacional e renda mais alta eram mais propensas a compartilhar o leite materno, a considerar a utilização do leite materno de outra mulher ou a doar o próprio leite materno por outra criança. As mulheres com menor nível educacional e baixa renda apresentavam menos probabilidades de estar cientes dessas práticas.

77% por cento das inquiridas estavam familiarizadas com o compartilhamento de leite materno. A maioria das mulheres familiarizadas com a partilha de leite materno (67%) disse que iria considerar a saúde da mãe, antes de usar o leite doado, indicando que o restante (33%) não consideraria a saúde da mãe uma prioridade. 27% das mulheres pesquisadas disseram que não tinham pensado sobre o conceito de segurança quando se trata de usar leite materno de outra mulher.

Cerca de 4% (n = 19) das entrevistadas haviam tanto usado, quanto doado leite materno. Nenhuma das mulheres tinha comprado leite materno através da internet. Pouco menos da metade que usou leite doado ou compartilhado o recebeu de amigos e parentes. 

“Este é o primeiro estudo a olhar para as características das mulheres que são mais ou menos propensas a se envolver na prática do compartilhamento de leite materno. Analisando esses resultados, os médicos americanos têm um ponto de partida para o diálogo com as seus pacientes”, conta o médico, membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

45% das mulheres pesquisadas relataram produzir mais leite materno do que seu filho precisava. Esse número, juntamente com o alto nível de consciência sobre o compartilhamento de leite materno, significa que há espaço para educar as mulheres sobre a doação do leite extra para os bancos gratuitos.

“Essa situação americana é bem diferente da realidade brasileira. Na ausência de quaisquer orientações, os profissionais de saúde devem aumentar o seu conhecimento sobre o processo de compra de leite on-line e sobre o compartilhamento de leite materno para que possam aconselhar as mães sobre os riscos e problemas de segurança. Esses novos comportamentos também são uma oportunidade para que os profissionais de saúde reforcem o conceito que o excesso de leite pode ser doado, com segurança, aos bancos de leite, visando salvar a vida de prematuros”, defende Chencinski.

Aleitamento materno, simples assim

 

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545