Do site Chris Flores
Aleitamento materno. Não é fácil, mas é fundamental para a mãe e para o bebê
24/02/2016
Muito se fala sobre o aleitamento materno. Então todos (profissionais de saúde, sociedade, mídia, governos, redes sociais, mães...) já sabem tudo sobre o tema. Infelizmente, o que observamos é que, mesmo abordando um assunto sobre o qual há muito poucas controvérsias, ainda não há o estímulo eficiente para desenvolver e disseminar o meio de alimentação mais natural, o meio de defesa mais barato, o meio de cuidado de mais fácil conservação, mais ecologicamente correto, mais sustentável: O LEITE MATERNO.
Como eu sei disso? No Brasil a média de aleitamento materno exclusivo é de 54 dias. Aos 6 meses apenas 40% das crianças estão em aleitamento materno e só 9% delas estão em aleitamento materno exclusivo (segundo dados do IDB Brasil – 2012).
Então vamos só citar algumas informações mais gerais para que possamos ter um ponto de partida.
A OMS recomenda
A OMS recomenda aleitamento materno exclusivo desde a sala de parto, excusivo durante o primeiro semestre de vida do bebê. Só a partir do 6º mês, alimentação sólida, assim como frutas amassadas e vegetais, pode ser introduzida para complementar o aleitamento materno por 2 anos ou mais. Além disso:
- Aleitamento materno deve começar na primeira hora de vida, já na sala de parto;
- Aleitamento materno deve ser sob livre-demanda, exclusivo até o 6º mês, tão frequente quanto a criança deseje, dia e noite;
- Mamadeiras e chupetas devem ser evitadas.
Benefícios à saúde das crianças
O leite materno é o ideal para recém-nascidos e crianças. Ele fornece todos os nutrientes que eles necessitam para um desenvolvimento saudável. Ele é seguro e contém anticorpos que ajudam a proteger as crianças de doenças comuns da infância como diarreia e pneumonia, duas das principais causas de mortalidade infantil pelo mundo. Leite materno é prontamente disponível e acessível, o que garante que a criança receba uma nutrição adequada.
Benefícios para as mães
Aleitamento materno também beneficia as mães. O aleitamento materno exclusivo (AME) pode ser um método contraceptivo natural (embora não 100% seguro) e oferece certa proteção nos primeiros 6 meses após o parto. Desde o início, ele ajuda a volta do útero ao seu tamanho normal, de forma mais rápida e saudável. Ele reduz o risco de câncer de mama e de ovário, ajuda as mulheres a retomar seu peso de antes da gestação mais rapidamente e diminui a taxa de obesidade.
Benefícios a longo prazo para as crianças
Além dos benefícios imediatos para as crianças, o aleitamento materno contribui para uma vida de boa saúde. Estudos mostram que adolescentes e adultos que foram amamentados quando bebês têm menos probabilidade de terem sobrepeso ou obesos. Eles também têm menos possibilidade de diabetes tipo-2 e apresentam melhor desempenho em testes de inteligência.
Apoio às mães é essencial
AM é natural, mas nem sempre é simples ou fácil. Aleitamento materno tem que ser aprendido e muitas mulheres encontram dificuldades no seu começo. Dor nos mamilos e o medo de não haver leite suficiente para sustentar o bebê são problemas comuns. Recursos de saúde para auxiliar o AM – formando pediatras conscientes, consultores treinados disponíveis para mães e os bancos de leite – encorajam maiores taxas da prática. Para proporcionar esse apoio e melhorar a assistência para mães e recém-nascidos, há “iniciativas amigas da criança” em ceca de 152 países, graças à Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) da UNICEF-OMS. No Brasil, 323 hospitais (entre 5.000 instituições que apresentam leitos para maternidade) são amigos da Criança (dados de dezembro de 2.014).
Trabalho e aleitamento materno
Muitas mães que voltam ao trabalho abandonam o AM parcial ou completamente por não dispor de tempo suficiente, ou um local para amamentar ou para retirar e armazenar seu leite. Mães necessitam de um local privado, seguro e limpo em seu local de trabalho ou nas proximidades para manter o AM. Oferecer condições no trabalho, como licença-maternidade remunerada de 6 meses (de verdade e não de 4 meses como ainda é a LEI), acordos de horários parciais de trabalho, creches, facilidade para extração e armazenamento de leite materno e pausas para amamentação podem ajudar.
* Dados com base na OMS, Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria e Academia Americana de Pediatria.
Dr. Moises Chencinski
CRM.: 36.349
Membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Idealizador e facilitador do Movimento Eu Apoio Leite Materno (#euapoioleitematerno)
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545