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Vídeo do 1º banho do bebê na maternidade está chocando a web: é assim mesmo?

Do site Bolsa de Mulher

Um vídeo em que um recém-nascido recebe seu primeiro banho gerou polêmica na internet.

por Redação

18/03/2016

 

Um vídeo em que um recém-nascido recebe seu primeiro banho gerou polêmica na internet. Muitos acharam que a manipulação poderia ser mais cuidadosa e que ela estaria machucando o bebê, mas outros disseram se tratar de um procedimento hospitalar normal. Conversamos com especialista para entender direitinho se as imagens são ou não aceitáveis. Veja a seguir.

O vídeo

Na filmagem, só é possível ver o bebê, que recebe o banho em uma pia aparentemente hospitalar. Enquanto isso, é possível ouvir a pessoa que dá o banho dizendo que “bebê não quebra” e que não precisa ter medo na hora de dar o banho.

Assista ao vídeo:

É agressivo mesmo?

De acordo com o pediatra e homeopata Moises Chencinski, autor do blog “EuApoioLeiteMaterno”, o primeiro banho do bebê é feito dessa forma em muitas maternidades. Ao contrário do que muitos imaginam, raramente é utilizada a tradicional banheirinha.

O especialista explica que, nas imagens, a pessoa que dá o banho claramente tem habilidade para tal. Prova disso é que o bebê não chora ou dá outros sinais de irritação e que a pessoa sabe como segurar o bebê.

Além disso, ele chama atenção para o fato de que o vídeo pode chocar mais que a experiência vivida na realidade, principalmente para pessoas que não conhecem e nunca viram esse tipo de procedimento.

Apesar disso, ele explica que existem na cena alguns pontos que claramente poderiam ser mais cuidadosos.

Água no ouvido do bebê

De acordo com o pediatra, um problema do banho mostrado na filmagem é a falta de cuidado com a orelha e o ouvido do bebê. “É preciso sempre evitar que entre água na orelha do bebê, pois ela ficará represada e, depois que esfriar, poderá causar dor de ouvido”, explica o médico. “Quando isso acontecer, o bebê vai chorar e os pais não saberão a que associar o incômodo”.

Vérnix caseoso

O pediatra explica que o bebê nasce com uma camada chamada vérnix caseoso, trata-se de um resíduo esbranquiçado e oleoso comumente visto em recém-nascidos. Essa substância tem algumas funções importantes para o neném, como protegê-lo da perda de calor no novo ambiente em que ele está inserido e prevenir infecções.

Segundo Moises Chencinski, não é preciso ter pressa para retirar o vérnix, pelo contrário, ele é benéfico se deixado na pele por mais alguns instantes e depois sai de uma maneira natural. A rapidez em eliminá-lo é consequência do hábito de entregar o bebê para a mãe “limpinho e cheiroso”, mas vai contra a sabedoria do próprio corpo, que prepara o recém-nascido para uma adaptação mais suave ao mundo aqui fora.

O vérnix caseoso ajuda a regular temperatura e prevenir infecciosos. Não é recomendado removê-lo de imediato

Um momento mais carinhoso

Apesar de ser um hábito normal de muitas maternidades dar o primeiro banho de uma maneira mais “prática”, como a mostrada no vídeo, ela não precisa ser assim. “Pode ser um banho dado com mais cuidado e mais carinho, em um alojamento conjunto com os pais, por exemplo”, explica o pediatra.

Nesse caso, o primeiro banho seguiria os preceitos do parto humanizado, que dizem que o nascimento não é um procedimento médico, mas um momento de acolhimento, amor e cuidado.

Como dar banho no bebê no chuveiro

O banho do bebê não precisa ser dado necessariamente na banheirinha. De acordo com Moises Chencinski, os pais podem dar banho no bebê no chuveiro, mas é preciso tomar alguns cuidados para que ele seja seguro.

Quem for dar o banho deve estar sentado, evitando o risco de cair e levar junto o bebê, bem mais frágil que um adulto.

Também é indicado ensaboar e enxaguar o bebê por partes, evitando que ele fique coberto de sabonete de uma vez só e, portanto, bem mais escorregadio.

Caso o sabonete ou outro item caia, deixe-o no chão. Isso porque, por ação reflexa, quando você se abaixar, vai acabar levantando o outro braço e deixando o bebê em uma posição arriscada.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545