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Menos da metade dos pediatras pergunta sobre a saúde mental materna

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Embora tenha havido um aumento nas perguntas sobre depressão materna, algo em torno de 30%, entre 2004 e 2013, menos da metade dos pediatras faz o rastreamento da condição.

por Marcia Wirth

19/05/2016

De acordo com pesquisadores, isto representa uma oportunidade perdida de identificar a depressão e proporcionar às mulheres um tratamento adequado. Os resultados deste estudo estão na edição atual do Journal of Developmental & Behavioral Pediatrics.

“A depressão materna afeta até 40% das mães com crianças pequenas e pode ter muitos efeitos negativos sobre o bebê e a criança em desenvolvimento, incluindo questões relativas à alimentação, capacidade de manter relacionamentos e problemas de saúde cognitiva”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

A depressão materna é muitas vezes esquecida e não tratada porque as mulheres com problemas de saúde mental não costumam buscar ajuda e cuidados de saúde para si mesmas. O consultório do pediatra é um local frequentemente visitado pelas mães, o que oferece aos profissionais oportunidades inestimáveis para identificar a condição e se conectarem com elas.

Para chegar a essas conclusões, os investigadores analisaram pesquisas periódicas da Academia Americana de Pediatria. A mais recente incluía dados de 321 pediatras que responderam a perguntas sobre a saúde mental materna, o acesso a serviços e treinamento em saúde mental em 2013. Os resultados da pesquisa foram comparados com uma amostra semelhante (457 pediatras) que responderam às mesmas perguntas em 2004. Entre 2004 e 2013 a percentagem de pediatras que geralmente faz perguntas sobre depressão materna aumentou em 33-44%.

“O estudo demonstra que a triagem por pediatras tem aumentado ao longo dos anos, o que é promissor. Nem todos os pediatras, no entanto, acham que a saúde mental ou a saúde da família estejam no âmbito da sua prática. Dado o quanto sabemos sobre as características dos pais e como elas podem ser fatores de risco para o desenvolvimento das crianças, precisamos colocar mais ênfase na compreensão de todo o contexto familiar, assim pediatras podem prestar cuidados adequados aos seus pacientes”, diz o médico, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Enquanto algumas mulheres podem precisar de tratamento de saúde mental intensivo, outras podem ter sintomas leves, que, se não tratados, podem se tornar mais graves. Intervenções preventivas de baixo custo que podem ser implementadas por equipes mais amplas de profissionais de saúde mental podem reduzir os sintomas e prevenir graves quadros depressivos entre mulheres em situação de risco.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545