Do site Bebê Mamãe
Além de não serem orientadas, essas atitudes ainda podem causar problemas de saúde no bebê.
por Bruna Romanini
12/07/2016
Foto: Getty Images
Existem muitos cuidados com o bebê que de tanto serem repetidos se tornaram práticas comuns e as mamães já acabam assumindo que eles estão corretos. Porém, existem alguns cuidados famosos com o bebê que parecem certos, mas na verdade não são. A seguir, listamos quais são eles:
1º Oferecer chás para os bebês
É muito comum a orientação de oferecer chás para os bebês quando eles estão com cólicas ou dor de barriga, porém, a bebida não deve ser dada aos pequenos.
Os chás não são indicados até o primeiro ano de vida do bebê por poderem irritar a sensível mucosa gástrica dos pequenos e comprometer a absorção dos nutrientes e a digestão.
Até completar um ano de vida, a criança possui a mucosa gástrica sensível e, portanto, as substâncias presentes no café, chás, mate, enlatados e refrigerantes podem irritá-la, comprometendo a digestão e a absorção dos nutrientes, além de terem baixo valor nutricional.
2º Talco na pele do bebê
Muitos pais podem achar que usar o talco durante a troca de fraldas para prevenir assaduras ou na pele do bebê após o banho para prevenir irritações é uma boa ideia. Mas não é! “O pó do produto produz uma névoa que quando é aspirada pode causar ou piorar problemas respiratórios e alérgicos como também provoca o ressecamento da pele do bebê”, explica a enfermeira obstetriz Thalita Halasc, do Hospital e Maternidade Santa Joana.
Além disso, algumas pesquisas recentes descobriram que o uso do talco pode aumentar as chances da pessoa ter câncer!
3º Usar pomada contra assaduras sempre
Ao contrário do que muitos acreditam, a pomada contra assaduras não deve ser usada em todas as trocas de fralda. Isto porque ela não é uma forma de prevenir assaduras. “Ela é necessária sempre que solicitada pelo pediatra e não como forma de prevenção sem indicação”, orienta Thalita Halasc
4º Deitar o bebê de lado ou de bruços
No passado acreditava-se que a maneira correta de colocar o bebê para dormir era de bruços ou de lado. Porém, nos últimos anos descobriu-se que o método mais eficaz para a prevenção de morte súbita é colocar o bebê para dormir com a barriga para cima. “Esta posição reduz em 70% a ocorrência da chamada Síndrome da Morte Súbita”, conta o pediatra Adauto Dutra, membro do Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
5º Não deixar o bebê dormir durante o dia, para que durma a noite toda
Na verdade, ao restringir o sono do dia, os pais acabam fazendo com que o bebê tenha um sono pior durante a noite. “Quando os pais restringem as sonecas em geral ocorre piora do sono da noite, isto porque quando alguém vai dormir muito cansado a qualidade do sono tende a ser pior. É comum a criança acordar mais vezes a noite quando fica sem soneca”, afirma a consultora familiar Renata Konzen, autora do livro Durma tranquila: o sono do bebê de 0 a 6 meses.
6º Desde o começo o bebê deve dormir no próprio quarto
Na verdade, a orientação é que nos primeiros meses de vida o bebê durma no quarto dos pais. Uma pesquisa extensa realizada na Europa concluiu que a morte súbita entre bebês reduziu significativamente quando o pequeno dormiu no mesmo quarto, mas não na mesma cama, dos pais. Com base nisso, o Lullaby Trust, ONG inglesa especializada em prevenir mortes súbitas em crianças, recomenda que o lugar mais seguro para o bebê dormir nos primeiros seis meses é em um berço no mesmo quarto dos pais, inclusive no sono do dia.
7º Demonização da chupeta
A chupeta é um objeto muito polêmico. De fato, seu uso frequente pode causar problemas na dentição do bebê. Além disso, oferecê-la antes do primeiro mês de vida do bebê pode levar a problemas na amamentação.
Contudo, quando seu uso é feito com os devidos cuidados, ela pode ser uma opção. “Não há um consenso entre os profissionais da saúde, educação e psicologia. Contudo, há uma tendência a aceitar o uso desde que não seja usada de maneira abusiva, em alguns momentos do dia é possível”, diz o pediatra Paulo Rogério Gallo, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Além disso, uma pesquisa publicada no renomado Journal of Pediatrics and Child Health e outros estudos observaram que se os bebês que estão acostumados a usar chupetas, e não ganham a chupeta em um determinado dia na hora de dormir têm maior risco de ter morte súbita neste dia do que nos outros em que recebeu a chupeta. Por isso, se os bebês usam a chupeta como parte de sua rotina, é interessante oferecê-la no período de sono.
O Lullaby Trust dá algumas dicas aos pais que decidirem oferecer chupetas aos seus bebês:
8º O bebê deve mamar de 2 em 2 horas ou de 3 em 3 horas
O bebê deve mamar quando ele quiser mamar. Estipular os momentos em que ele deve se alimentar não é orientado. “Quando o bebê está dentro do útero ele respira pelo cordão umbilical, e faz isso em livre oferta. Aí, o bebê nasce e cortam o cordão umbilical dele e ele respira em livre demanda, não de 15 em 15 minutos. Na gestação, o bebê também recebe o alimento pelo cordão umbilical em livre demanda, aí alguém corta e fala que só vai mamar de três em três horas? Isso não existe”, observa o pediatra Moises Chencinski. Por isso, o bebê precisa mamar quando desejar, é a chamada amamentação em livre demanda. Saiba mais sobre o assunto aqui.
9º Demonização da cama compartilhada
Você provavelmente já ouviu falar que dormir com o bebê na mesma cama aumenta o risco de morte súbita do pequeno. De fato, existem pesquisas que apontam isso, mas também há estudos que apontam justamente o contrário: que a prática previne a morte súbita infantil. Além disso, muitas das pesquisas que associaram a cama compartilhada ao maior risco de morte súbita não levaram em consideração se a cama compartilhada estava sendo realizada de forma segura ou não. Por exemplo, se um dos pais é fumante, a cama compartilhada não deve ser realizada. O pequeno também não deve dormir na cama com os pais caso eles tenham ingerido bebidas alcoólicas. Saiba mais sobre cama compartilhada aqui. E veja quatro benefícios da cama compartilhada aqui.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545