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Muitas mulheres sofrem do medo de ter filhos. Saiba o que é e como superar

Do site Familia.com.br

Algumas mulheres só de pensarem no parto sentem ansiedade e pânico, o coração e respiração se aceleram, sentem náuseas, choram e até gritam.

por Stael Ferreira Pedrosa

28/07/2016



Embora a maternidade seja algo natural e atenda a uma das necessidades básicas do ser humano (perpetuação da espécie), nem todas as mulheres se sentem preparadas para ela. Às vezes chega a tornar-se um grande problema e algumas mulheres só de pensarem no parto, por exemplo, chegam a sentir ansiedade e pânico, o coração e respiração se aceleram, sentem náuseas, choram e até gritam.

Entre as situações que causam medo a mais comum é o medo do parto, que pode se tornar uma fobia (tocofobia - transtorno psicológico identificado em 2000 pela psiquiatra Kristina Hofberg e Ian Brockington). Em seguida vem o medo pós-parto de amamentar e de machucar o bebê, o que faz com que algumas mães se recusem a tocar seus filhos e, finalmente, o medo de longo prazo, de não ser boa mãe ou não saber criar bem o filho.

Seja qual for o medo, geralmente tem raízes psicológicas associadas a vários fatores como dificuldade em aceitar a própria feminilidade, memórias inconscientes negativas do próprio nascimento, instabilidade social ou financeira, abuso ou outros problemas associados a partos anteriores, aborto espontâneo, a idade da mãe - tanto muita quanto pouca, por ser primeira gravidez e muitos outros. As consequências costumam ser devastadoras para a autoestima da mulher que sofre com esse mal.

Há tratamento

Seja qual for a origem do medo, este é tratável e de acordo com a psicóloga Anabela Araújo Pedrosa, o ideal é uma intervenção multidisciplinar com a ação conjunta de obstetras, serviço de enfermagem, psicologia e psiquiatria. É melhor que seja antes de engravidar e que a participação seja do casal e não somente da mulher.

Fran Benson, jornalista britânica que sofria desse problema e conseguiu superar, recomenda: "Cerque-se de profissionais com quem se sinta confortável e de alguém de confiança para lhe apoiar durante o parto - alguém que possa ser seu porta-voz se você começar a entrar em pânico".

Para se ter em mente na hora do parto

Buscar ajuda profissional é certamente o melhor caminho, porém a mulher que sofre com essa fobia, deve também buscar abrir a mente e o coração para a mudança. É necessário que ela tenha o desejo de perder o medo. Para isso aqui vão algumas ponderações da blogueira Jenna Karvunidis que podem ajudar:

- Quem conta um conto aumenta um ponto - ou seja, nem tudo é exatamente como contam. Muitas mulheres aumentam ou focam apenas no sofrimento e acabam por superdimensioná-lo.

- Muitas mulheres lidam bem tanto com o parto quanto a amamentação. E, sendo algo natural, seu corpo saberá como fazê-lo e o número de mulheres que têm complicações ou grande sofrimento durante o parto é mínimo atualmente.

- Muitas mulheres também gostam da maternidade e sentem muita alegria no processo, o que pode testemunhar que a coisa não é tão ruim quanto parece.

- Existem opções de parto sem dor. Se a gestante realmente não consegue superar o medo, uma cesariana pode ajudar, embora não seja o melhor para mãe e bebê, mas será melhor para garantir um parto sem traumas.

Para a hora de amamentar

O pediatra Moises Chencinski, aconselha às mães que têm medo de amamentar buscar informação. Conversar com o seu obstetra, participar de grupos de mães antes do bebê nascer.

Quando o bebê nascer, simplesmente dê o peito a ele e a natureza se encarregará do resto. Não existe leite fraco e se a mãe acha que o leite é pouco porque ela aperta o seio e não sai quase nada, o pediatra esclarece que o leite "desce" com a proximidade do bebê. E ainda segundo o Dr. Chencinski, as mães que aderem à amamentação logo veem os resultados e tornam-se praticantes e defensoras da prática.

Medo de não ser boa mãe

Siga sua intuição, seja a mãe que você é; essa é a boa mãe que seu filho precisa. O novo, o desconhecido sempre assusta. Uma boa dica é pensar em sua mãe - ou seu referencial de mãe: Ela foi boa? Você acredita que ela fez um bom trabalho criando você? Siga os passos dela. Ela foi ruim? Abusiva? Faça diferente.

Com amor, compreensão, carinho, cuidados e limites, seus filhos terão a melhor mãe do mundo. Pode acreditar.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545